O sono e a obesidade
O sono é fundamental para a manutenção da boa saúde. Já discutimos em artigos anteriores alguns aspectos. Existem relações entre sono e várias funções psicológicas e fisiológicas do corpo humano; já abordamos nesse espaço a memória e as funções cerebrais.
Agora vamos falar da relação entre sono e obesidade.
Inicialmente, é preciso encarar um fator presente na nossa sociedade, que de forma geral valoriza quem dorme pouco. Não é incomum deparamos com citações do tipo: “Ele acorda bem cedo, tem dia carregado e ainda arruma tempo à noite para outras tarefas.” Perfil de batalhador, empreendedor. Pode ser, mas está assumindo um alto risco para a saúde.
As crianças e os adolescentes também estão dormindo menos, ou seja, é uma situação que já atingiu todas as faixas etárias da população.
O advento da Internet e outras tecnologias conexas e até mesmo a nossa já bem conhecida televisão contribuem para explicar em parte a queda nas horas de sono, é um assunto de saúde pública e precisa receber mais atenção.
A privação de horas de sono, sono de baixa qualidade, com interrupções e outros problemas com o repouso diário, estão relacionados diretamente com a obesidade e também com as funções metabólicas.
Estudos indicam que a diminuição de horas de sono está associado a um aumento da concentração de cortisol podendo causar alteração na concentração de açúcar no sangue e levar à compulsão alimentar.
E temos ainda que a diminuição do tempo total de sono está associada a dois comportamentos endócrinos que são capazes de alterar a ingestão alimentar de forma significativa, a diminuição da leptina ( hormônio da saciedade) e o aumento da grelina ( hormônio que aumenta o apetite), o que vai desaguar em um aumento da fome e, portanto da ingestão alimentar. Níveis de leptina e de grelina alterados são considerados mecanismo capazes de alterar o padrão de ingestão de alimentos e ocasionar desajustes nutricionais.
Se diminuirmos as horas de sono aumentamos a chance de nos depararmos com uma população de obesos, o que é extremamente prejudicial. Então é preciso um esforço de todos para reverter a situação.
Uma boa noite de sono, e isso deve ser a rotina, dieta personalizada e acompanhamento médico são condições essenciais para reverter a tendência e obtermos condições mais favoráveis de qualidade de vida para toda a população.