Esclerose múltipla

Por Alice Amaral

23/03/2022 às 20h09 - Atualizada 23/03/2022 às 20h37

A doença autoimune ocorre quando o sistema imunológico se volta contra o próprio corpo. No caso da esclerose múltipla o alvo é a bainha de mielina, que é a capa da gordura que recobre o nervo, causando desmielinização e alterando a comunicação entre o sistema nervoso e outras áreas do corpo. Isso vai gerar alterações sensitivas, motoras, cerebelares e cognitivas.

No início, a agressão é intermitente (ocorre a lesão, o nervo se recompõe e o paciente piora e melhora). A doença se manifesta por surtos de intervalos variáveis. Como o nome diz Esclerose (significa cicatriz) e Múltipla (lesões múltiplas), ou seja, são muitas cicatrizes dentro do cérebro e da medula do sistema nervoso central.

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A doença é mais comum em mulheres brancas, de 20 a 40 anos, mas crianças e homens também podem ser acometidos.

Os principais sintomas são dificuldade para andar, fraqueza muscular, diminuição da força, fadiga intensa, diminuição da sensibilidade, formigamento, desequilíbrio, visão embaçada ou dupla, alteração da memória, disfunção erétil nos homens, depressão, descontrole dos esfíncteres (principalmente na bexiga e no intestino), tremores, vertigens, náuseas, fala arrastada e dificuldade de deglutição.

Vale destacar que os sinais iniciais são sutis, portanto, se o paciente não for tratado ele pode ter uma incapacitação progressiva e permanente. Quinze anos após os primeiros sintomas o paciente está andando de bengala, com 20 anos de andador e 30 anos de cadeira de rodas. Por isso, o diagnóstico e tratamento precoce vai ajudar a prevenir sequelas. O diagnóstico é através de exame clínico e também pode ser realizada uma ressonância magnética de crânio para avaliar as lesões do sistema nervoso central, além do exame de liquor, que é o líquido da espinha.

Existem fatores que predispõem à doença, como o componente genético, mas não necessariamente hereditariedade. Uma baixa exposição à luz solar (carência de vitamina D), tabagismo, obesidade, saúde bucal (cáries e periodontite), infecções bacterianas, viróticas e a alimentação também pode contribuir.

Um estudo realizado na Universidade de Medicina John Hopkins, nos Estados Unidos, publicado no periódico “Neurology”, aponta que o estilo de vida saudável associado a uma dieta rica em frutas, legumes, verduras e grãos integrais, melhora a qualidade de vida e diminui os sintomas da esclerose múltipla como fadiga, dor, depressão, e o comprometimento cognitivo, melhorando a fluência verbal, a atenção, a memória, a velocidade de raciocínio e a habilidade de planejamento. Como podemos ver, a alimentação é fundamental e de extrema importância em tudo, inclusive, na prevenção e controle da esclerose múltipla.

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Alice Amaral

Alice Amaral

Médica - Título de Especialista em Nutrologia – RQE 9884 - Título de Especialista em Medicina do Esporte – RQE 9895 - Título de Medicina Física e Reabilitação - RQE 44090

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