A importância da alimentação na prevenção e tratamento do câncer de cólon

Por Alice Amaral

23/01/2023 às 17h55 - Atualizada 23/01/2023 às 17h58

O câncer de cólon matou o Pantera Negra, o Chadwick Boseman e é a doença que o Pelé vinha lutando já há algum tempo. São tumores malignos, que podem comprometer todo o intestino grosso (cólon) e o reto. É o terceiro tipo de câncer mais mortal nos Estados Unidos, estando atrás do de pulmão e do de próstata nos homens; e do de pulmão e mama nas mulheres. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no último ano surgiram mais de 21 mil novos casos de câncer colorretal no Brasil.

Importante explicar que é uma doença multifatorial, embora possa haver uma predisposição genética, o estilo de vida e a alimentação são fatores que predispõem o surgimento deste tipo de câncer. Portanto, o fumo, o estresse, o sedentarismo, a poluição, o uso prolongado de antibióticos, principalmente, durante a primeira ou segunda infância podem influenciar.

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A maioria dos casos de câncer de colorretal é em pacientes acima dos 50 anos. Porém, uma pesquisa da Sociedade Americana de Câncer, constatou um aumento na incidência de câncer colorretal em jovens adultos nas últimas décadas. Foram analisados mais de 490 mil casos entre 1974 e 2003, nos Estados Unidos, registrando um aumento de 2,4% por ano com pessoas entre 20 e 39 anos de idade. Um dado importante é que quando comparados com adultos nascidos na década de 1950, as pessoas nascidas na década de 1990 têm, duas vezes mais chances de ter câncer de cólon e quatro vezes mais chances de ter câncer de reto. Isso se dá devido ao estilo de vida, que mudou muito. A partir do momento em que a mulher saiu de casa para trabalhar, a indústria alimentícia cresceu, dando espaço para uma alimentação mais prática e rápida, mas nem sempre, saudável. Por isso, é preciso investir em uma boa alimentação, fazer atividade física e cuidar do sono.

Sintomas

A maioria é assintomática no início. Porém, com a evolução, podem surgir as fezes escuras, presença de sangue ou muco nas fezes; anemia, dor ou sangramento ao evacuar, cólica abdominal, gases, um cansaço e uma fadiga constantes, sensação de que o intestino não esvazia mesmo após evacuar ( você evacuou, mas está com aquela sensação de que não saiu tudo), além de uma perda inexplicável de peso e alteração na forma das fezes (ficando finas e compridas).

Obesidade

Estudos indicam que 35% dos cânceres estão ligados à obesidade. A obesidade reduz a expectativa de vida em 5,8 anos em homens e 7,1 anos nas mulheres, após os 40 anos; aumenta o risco de morte prematura e reduz a vida útil em até 20 anos. Sem contar que a obesidade é responsável pelo aumento da pressão arterial até em crianças, na incidência de diabetes, de doenças cardiovasculares e de Alzheimer. Ela atinge 600 milhões de adultos e 100 milhões de crianças no mundo e é responsável por 4 milhões de mortes por ano. No Brasil, segundo o IBGE, há 27 milhões de obesos e se somar com as pessoas que têm sobrepeso, chega a 75 milhões de brasileiros.

Diagnóstico

É importante lembrar que o câncer colorretal é uma doença tratável desde que seja descoberto precocemente. O principal exame para a identificação é a colonoscopia, que permite visualizar todo o intestino e realizar biópsias, em caso de alguma suspeita.

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Prevenção

É fundamental manter um peso corporal saudável, não fumar, fazer atividade física regular, beber água e ter uma alimentação mais natural, rica em frutas, legumes, grãos integrais, verduras e sementes, que auxilia no funcionamento do intestino e na manutenção do peso corporal. Além disso, é necessário evitar o abuso de bebidas alcoólicas e açucaradas, os alimentos ultraprocessados, embutidos, enlatados e carnes processadas, como mortadela, linguiça, presunto, salsicha e bacon. O churrasco, apesar de muito gostoso, tem componentes provenientes da queima do carvão, por isso, também deve ser reduzido.

Alice Amaral

Alice Amaral

Médica - Título de Especialista em Nutrologia – RQE 9884 - Título de Especialista em Medicina do Esporte – RQE 9895 - Título de Medicina Física e Reabilitação - RQE 44090

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