Novembro azul: a importância da alimentação na prevenção e tratamento do câncer de próstata

Por Alice Amaral

17/11/2021 às 16h45 - Atualizada 17/11/2021 às 16h48

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata – segundo câncer mais comum entre homens, ficando atrás apenas do câncer de pele. A enfermidade é a segunda principal causa de morte entre os homens no Brasil. A doença cardíaca ainda é a primeira.

Existem vários fatores de risco, um deles é a idade. O câncer de próstata é considerado um câncer da terceira idade, já que 75% dos casos ocorrem a partir dos 65 anos. Os outros são: antecedentes familiares, a raça (os homens negros sofrem maior incidência deste tipo de câncer), a poluição, o sedentarismo, a má alimentação e a obesidade.

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Sintomas e exames

Na fase inicial, esse tipo de câncer é assintomático. Geralmente, quando ele se manifesta, a doença já está numa fase mais avançada. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental. Fazer o toque retal é o mais importante, pois permite avaliar as alterações da glândula, como o endurecimento e a presença de nódulos.

Também deve ser feito o exame de sangue, que é o PSA (antígeno prostático específico) . Outros exames poderão ser solicitados se houver suspeita de câncer de próstata, como as biópsias, que retiram fragmentos da próstata para análise, guiadas pelo ultrassom transretal.

Os principais sintomas são o esforço, dor ou ardência para urinar, urina escura, jato fino, incontinência urinária, dor ao ejacular, sêmem escurecido e pode haver também dor óssea.

O câncer de próstata, quando não mata, costuma deixar sequelas, como disfunção erétil e incontinência urinária.

Alimentação

O indicado é não fumar, fazer atividade física regularmente, pelo menos, 150 minutos por semana e dieta.

A alimentação saudável é a base para a prevenção da maioria das doenças, inclusive o câncer.

Evitar bebidas alcoólicas, frituras e alimentos com agrotóxicos. Sempre que possível dê preferência aos orgânicos.

Não consumir açúcares, refrigerantes, carnes processadas e embutidos; evitar o consumo de grande quantidade de carne vermelha e alimentos com altos níveis de cálcio, como os laticínios.

Também é muito importante manter o peso corporal adequado, porque a obesidade favorece o aparecimento do câncer. Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) projetou que mais de 29 mil novos casos de cânceres em 2025 estarão relacionados ao alto Índice de Massa Corporal (IMC).

Existem vários mecanismos para explicar a relação entre obesidade e câncer. Um deles é o fato da obesidade estar associada a uma inflamação crônica do paciente, com aumento da formação vascular (angiogênese), que beneficia o crescimento de tumores.

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Então, cuidar da alimentação é fundamental. Outra dica é aumentar o consumo de alimentos antioxidantes, ricos em selênio, vitamina E, licopeno (carotenoide responsável pela cor vermelha de alguns alimentos, como tomate, mamão papaia, goiaba, toranja, manga, cenoura, repolho roxo, aspargos e pimentão vermelho. Ele é um poderoso antioxidante e inibe o crescimento de células cancerígenas);

Lançar mão também de crucíferas (vegetais ricos em betacaroteno, vitamina C, vitamina E, B6, ácido fólico, cálcio, ferro, magnésio, potássio e fósforo, como repolho, brócolis, couve flor, mostarda e espinafre, por exemplo);

Alimentos ricos em Ômega 3, como peixes, azeite, linhaça; uva (resveratrol), frutas vermelhas, como a framboesa e a amora, que têm antocianinas, que retardam o envelhecimento do tumor.

Origem da campanha

A campanha Novembro Azul surgiu em 1999, na Austrália, com o objetivo de chamar a atenção para a saúde masculina e conscientizar os homens da importância de perder o preconceito e realizar o exame de toque, uma forma simples e rápida de diagnosticar o câncer de próstata.

Infelizmente, o toque retal ainda é tabu para os homens. Segundo pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Urologia, 20% dos homens acreditam que o exame de toque retal não é coisa de homem e os com mais de 60 anos, acham que o exame não é importante.

Alice Amaral

Alice Amaral

Médica - Título de Especialista em Nutrologia – RQE 9884 - Título de Especialista em Medicina do Esporte – RQE 9895 - Título de Medicina Física e Reabilitação - RQE 44090

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