Hiperpalatáveis, por que não conseguimos parar de comer?
Sabe aqueles alimentos tão saborosos que é difícil parar de comê-los? Cientistas da Universidade de Kansas, nos Estados Unidos, chamam de alimentos “hiperpalatáveis”. Em um estudo publicado no periódico Obesity, eles desenvolveram uma definição para esse tipo de alimento, de acordo com a combinação de ingredientes ligados ao sabor. E acreditam que o estudo pode contribuir para avanços científicos e ajudar a compreender os mecanismos que nos levam a comer em excesso
A partir de pesquisas e análises, os autores do estudo conseguiram segmentar esses alimentos em aproximadamente 3 grupos combinatórios: gordura com sódio, açúcar simples com gordura e carboidratos acompanhados de sódio.
Cerca de 67% de todos os alimentos mapeados corresponde aos critérios assumidos pela pesquisa e são considerados hiperpalatáveis. Dentro desses grupos se encontram doces, lanches de fast-food, mas também até mesmo vegetais quando “fritos”.
Os legumes cozidos em cremes, molhos e gorduras também atenderem aos critérios, ilustrando como a preparação ou o processamento de alimentos, e não necessariamente o próprio alimento, pode ser a chave para determinar sua hiperpalatabilidade.
A pesquisa apontou que dos 443 itens do banco de dados rotulados como zero, diet ou light, 49% atenderam à definição de hiperpalatabilidade. Já 80% dos que prometem a redução de gorduras ou calorias atenderam aos critérios para alimentos hiperpalatáveis.
Isso sugere que os alimentos ditos “bons” para a saúde tem a palatabilidade aumentada, podendo levar a um consumo excessivo. Estes alimentos oferecidos como produtos “mais saudáveis” que são vendidos como auxílio na perda ou controle de peso; porém, ao reduzirem um determinado nutriente, como as gorduras, é necessário compensar a perda adicionando outros nutrientes. Além disso, para que o produto continue com características de sabor, textura e consistência são adicionados aditivos alimentares.