Estudo sugere que a doença de Parkinson não é uma, mas sim duas doenças
Cientistas da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, publicaram um artigo no periódico Brain em que defendem que a doença de Parkinson não é uma, mas sim duas doenças. Para eles, isso explica por que os sintomas variam tanto de pessoa para pessoa e destaca a importância da medicina personalizada.
A doença foi descoberta pela a primeira vez pelo o médico James Parkinson no ano de 1817 após publicar um dos seus trabalhos “Ensaio sobre a Paralisia” Este ensaio estabeleceu a doença de Parkinson como um problema médico reconhecido.
A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. É causada por uma diminuição intensa da produção de dopamina, que é um neurotransmissor (substância química que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas). Considera-se um dos principais distúrbios nervosos na terceira idade.
O Parkinson pode afetar apenas um ou ambos os lados do corpo, e o grau de perda de funções causada pela doença pode variar dependendo do caso.
Os principais sintomas da doença de Parkinson são tremores, muitas vezes notados apenas pelos amigos e familiares, lentidão motora, rigidez entre as articulações do punho, cotovelo, ombro, coxa e tornozelo, falta de equilíbrio, distúrbios da fala, micrografia, dificuldade para engolir, depressão, dores, tontura, distúrbios do sono, respiratórios, urinários, amnesia, fadiga, ansiedade, perda de peso, depressão, diminuição do olfato, alterações intestinais e do sono.
Embora muitas pessoas achem a doença relativamente homogênea e a definem com base nos distúrbios clássicos do movimento, no estudo, os pesquisadores usaram técnicas avançadas de PET scan e ressonância magnética para examinar pacientes com a condição e pessoas que apresentam alto risco de desenvolvê-la. Segundo os cientistas, a análise indicou que, em alguns casos, o Parkinson atingiu o cérebro antes dos intestinos e do coração, enquanto em outros pacientes ocorreu o processo inverso.
Os cientistas se referem aos dois tipos da doença como “corpo primeiro” e “cérebro primeiro”. No caso do corpo, pode ser particularmente interessante estudar a composição das bactérias nos intestinos, pois já foi demonstrado que pacientes com Parkinson têm microbiota diferente em comparação com pessoas que não têm.
Podendo examinar os fatores de risco e fatores genéticos que podem ser diferentes para os dois tipos, a próxima etapa é examinar se, por exemplo, a doença de Parkinson pode ser tratada cuidando dos intestinos através de transplante de fezes, onde transfere a flora de um indivíduo que tem bactérias boas para o indivíduo que está com a flora danificada. O transplante de fezes usado para tratamentos de infecções intestinais recorrentes, também começa a ser visto como esperança de tratamento contra diabetes, doenças neurológicas, e até autismo. É feita através de colonoscopia ou enema.
Até o momento não há cura conhecida para o Parkinson, mas recomenda-se mudanças no estilo de vida do paciente, especialmente a inclusão de atividade física regular, uma boa noite de sono, evitar o cigarro e uma alimentação equilibrada para desacelerar o desenvolvimento de doença.