Osteoporose, o que é, tratamento e sintomas

Por Alice Amaral

02/10/2022 às 07h17 - Atualizada 29/09/2022 às 07h19

A osteoporose é uma doença senil, que se inicia na infância. Ela é silenciosa e evolui de forma assintomática.

O tecido ósseo vive em constante renovação, nós temos os chamados osteoclastos, que são células cuja função é absorver áreas envelhecidas e remodelar o tecido ósseo. E os osteoblastos, que são células responsáveis pela produção de ossos novos. Tudo isso possibilita a reconstituição óssea, por exemplo, após uma fratura. A cada 10 anos todo o esqueleto humano se renova. Mas com o envelhecimento, esse processo diminui, provocando uma alteração na microarquitetura do osso, ocorrendo uma perda progressiva de massa óssea.

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Nesse processo, os ossos vão ficando enfraquecidos e porosos, como se fossem esponjas, ficando mais predispostos às fraturas espontâneas. Infelizmente, não é assim: você cai e quebra, pelo contrário, quebra e cai.

A osteoporose tem uma incidência muito grande. Para se ter ideia, no Brasil, nós temos mais de 10 bilhões de brasileiros. Ela causa mais de 8,9 milhões de fraturas em todo mundo. Ou seja, uma fratura a cada três segundos.

Importante destacar, também, os fatores de risco que são: o envelhecimento, a pós- menopausa nas mulheres, porque ocorre a diminuição dos níveis dos hormônios (estrogênios e progesterona), a hereditariedade, uma imobilização prolongada, baixo peso, a raça branca, o uso de drogas, o abuso de álcool e fumo e os fatores chamados de secundários, como por exemplo, doença renal, doença hepática, doença celíaca, doença inflamatória do intestino, diabetes, hipotiroidismo e até o uso de alguns medicamentos, como corticóides, hormônios tireoidianos, anticoncepcional, lítio e antiepiléticos, como fenobarbital e a carbamazepina. O sedentarismo também é um fator de risco para osteoporose. A atividade física gera um impacto, uma tensão que estimula a formação e o fortalecimento ósseo.

Um estudo das Universidades de Melbourne e de Deakin, na Austrália, em que eles acompanharam 500 crianças de 10 a 13 anos de idade durante uma década, fazendo uma medição periódica do peso e da densidade óssea da tíbia, mostrava que as crianças sedentárias tinham ossos mais frágeis, uma diminuição da força muscular e uma diminuição do condicionamento físico, além de uma maior propensão à sarcopenia (do grego = pobreza de carne) perda de massa muscular e de força e osteoporose na fase adulta. Essas crianças sedentárias, além de baixa densidade óssea, tinham menor habilidade e menor equilíbrio. Menor capacidade de pegar uma bola, ou se esquivar de obstáculos e manter o equilíbrio, quando tropeçam. Essas habilidades desenvolvidas na infância, ajudam na fase adulta.

Vale lembrar que a massa óssea é acumulada até os 20 anos, quando atinge um pico. Com a velhice, temos uma perda de 20% a 40% de redução da nossa força muscular e 40% de diminuição de músculo.

O diagnóstico da osteoporose, geralmente, é feito através de uma densitometria óssea da coluna lombar e da região próxima do fêmur. Esse é o principal método para o diagnóstico da osteoporose e osteopenia. Ela mede a massa óssea do paciente e comparara com a de um paciente normal. Quando está entre -1 e -2,5% é chamado de osteopenia, quando está menos de 2,5% é osteoporose. Em relação ao adulto jovem, se a perda óssea está em até 33%, é osteopenia, se está acima de 33% é osteoporose.

Para o tratamento, usa-se suplementos e alguns medicamentos visando a fortalecer os ossos e reduzir o risco de fratura. Mas é importante que haja uma mudança no estilo de vida. Então, fazer atividade física regularmente, de preferência musculação ou pilates, tomar sol diariamente, de 15 minutos a 20 minutos por dia, para estimular a produção de vitamina D, porque ela ajuda na fixação do cálcio nos ossos.

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Fora isso, é preciso seguir uma dieta, fazendo uso de vegetais ricos em cálcio, que são os vegetais verdes escuros (couve, espinafre, rúcula); fazer uso de sardinha, peixes gordos, como o salmão; oleaginosas como nozes e castanhas e tofu; lançar mão de alimentos ricos em magnésio, sementes de linhaça, de abóbora, de gergelim, amêndoas e castanha do Brasil. Alimentos ricos em fósforo, amendoim, sementes de abóbora e girassol, sardinha. Alimentos que contêm vitamina B, como o ovo, a aveia, quinoa, cogumelos, óleo de fígado de bacalhau e evitar cafeína, presente no café, chá preto, chá mate, refrigerantes do grupo cola, além de evitar sal e alimentos ricos em sódio, como macarrão e sopas instantâneas, temperos e molhos prontos, embutidos de modo geral, pão de sal e também o tabagismo, o uso de drogas e o excesso de bebidas alcoólicas.

Alice Amaral

Alice Amaral

Médica - Título de Especialista em Nutrologia – RQE 9884 - Título de Especialista em Medicina do Esporte – RQE 9895 - Título de Medicina Física e Reabilitação - RQE 44090

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