Gases intestinais comprometem a qualidade de vida

Por Alice Amaral

01/12/2021 às 14h42 - Atualizada 01/12/2021 às 14h42

Uma pesquisa realizada pela União Europeia de Gastroenterologia, que analisou seis mil pessoas nos Estados Unidos, Reino Unido e México, mostrou que os gases intestinais afetam, diariamente, cerca de 80% da população adulta e podem comprometer a qualidade de vida geral.

A maior parte dos gases é produzida no intestino. Os alimentos que não foram digeridos pelo estômago, quando chegam ao colo são fermentados pelas bactérias que ali habitam, ocorrendo a liberação de gases. Vale destacar que nós eliminamos de 500 a 1.500 ml de gases através dos flatos (popularmente conhecidos como pum). Na maioria das vezes não tem cheiro, o que causa o odor é a quantidade de derivados de enxofre presente nos alimentos, como cebola e brócolis, por exemplo.

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A flatulência pode causar dor e distensão abdominal, além de estar associada a níveis mais elevados de depressão, ansiedade e estresse. Ela também pode gerar constrangimentos, afetando a vida social da pessoa.

Causas

Elas podem ser genéticas, mas também provenientes do sedentarismo, uso de antibióticos, ansiedade, prisão de ventre, comer rápido demais e não mastigar os alimentos; intolerância a lactose e ao glúten; além do uso de adoçantes à base de sorbitol, xilitol ou frutose.

Alguns alimentos também podem elevar a produção de gases, como feijão, lentilha, ervilha, ovos, leite, soja, brócolis, couve flor, batata doce, couve de bruxelas, repolho, cebola, aipo, rabanete, cerveja, refrigerante e água com gás.

Além disso, a flatulência pode estar relacionada a alguma doença do trato gastrointestinal como câncer colorretal, síndrome do intestino irritado, parasitose e o desequilíbrio da microbiota intestinal (disbiose). A microbiota intestinal, antigamente chamada de flora intestinal, são os microorganismos como bactérias, vírus e fungos que habitam o nosso trato gastrointestinal e tem como função manter a saúde da parede intestinal e controlar a proliferação de bactérias patogênicas, consideradas perigosas.

Esses microrganismos vivem em simbiose, ou seja, em harmonia com o nosso organismo e quando ocorre um desequilíbrio desse microrganismo, nós temos o quadro chamado de disbiose, que pode ser a principal causa do aumento de gases. Por isso, ela precisa ser avaliada.

Tratamento

Fazer atividade física regular, mastigar bem os alimentos, tomar bastante líquido (fora do horário das refeições) e evitar alimentos que provocam gases. Neste processo é fundamental tentar identificar o que está causando o mal estar e eliminar do cardápio. Uma opção é deixar o feijão de molho de um dia para o outro e, de preferência, trocar a água, de duas a três vezes.

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Lançar mão de alguns chás, como gengibre, erva doce, erva cidreira, camomila e também é importante, além de incluir alimentos para melhorar essa microbiota intestinal, como o Kefir.

Alice Amaral

Alice Amaral

Médica - Título de Especialista em Nutrologia – RQE 9884 - Título de Especialista em Medicina do Esporte – RQE 9895 - Título de Medicina Física e Reabilitação - RQE 44090

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