Servidores da rede estadual de educação mantêm greve

Nova assembleia está agendada para quinta-feira (20). Estado diz manter diálogo


Por Gabriel Ferreira Borges

14/02/2020 às 19h09- Atualizada 14/02/2020 às 19h32

Deflagrada a partir da última terça-feira, a greve dos trabalhadores em educação da rede estadual de ensino foi mantida, por unanimidade, nesta sexta (14), em nova assembleia realizada em Belo Horizonte. A categoria questiona a ausência de diálogo com o Governo Romeu Zema (Novo) acerca de reivindicações como a valorização salarial, o pagamento integral do 13º salário e o cumprimento do piso salarial da classe – conforme as leis estadual 21.710/2015 e federal 11.738/2008. Entretanto, a Secretaria de Estado de Educação reafirma que mantém “um diálogo franco e aberto” com representantes sindicais. Os servidores da educação realizarão, na próxima quinta, nova assembleia para definir os rumos do movimento.

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Trabalhadores em educação da rede estadual realizaram assembleia, nesta sexta (14), em Belo Horizonte, em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) (Foto: Yara Aquino/Reprodução)

Ao passo que os trabalhadores em segurança pública estão em vias de atingir recomposição inflacionária de seus vencimentos do período entre 2015 e 2020, os trabalhadores da rede estadual de ensino pleiteiam a abertura de negociações com representantes do Estado. “O Governo de Minas não marcou nenhuma negociação ainda. (…) Não somos contrários ao reajuste de nenhum segmento de servidores públicos. É justo que todo trabalhador tenha reajuste, mas achamos que o Governo de Minas precisa também reajustar o salário dos trabalhadores da educação. Temos um piso nacional da categoria que foi aprovado em 2009 mas não é cumprido. O que estamos reivindicando em termos salariais é que o Governo cumpra a Lei do Piso Nacional, o valor do piso, e suspenda o parcelamento do salário, que já acontece há quatro anos”, explica a coordenadora regional do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas (Sind-UTE/MG) em Juiz de Fora, Victória Mello.

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Em nota à Tribuna, a Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG) reitera a existência de “um diálogo franco e aberto com representantes sindicais”. “Várias agendas foram realizadas, ao longo de 2019, com os representantes das entidades sindicais e do Governo do Estado nas quais assuntos da área da educação foram debatidos. A SEE/MG reforça que os canais de diálogos continuarão abertos para que as reivindicações da categoria possam ser apresentadas e debatidas.” Quanto ao piso salarial, ao contrário do afirmado pela categoria, a SEE/MG sustenta que atende à legislação nacional. “A remuneração inicial na rede estadual é de R$ 2.135,64 para a carga horária vigente de 24 horas semanais. Considerando a proporcionalidade sobre o valor do vencimento básico, equivale a R$ 3.304,23 para uma jornada de 40 horas.”

Conforme Victória, o comando de greve de Juiz de Fora e região se reunirá, na próxima segunda, para organizar a agenda local de mobilização. “Vamos fazer manifestações de rua para dialogarmos com a população. Explicar o que está acontecendo. Também (haverá) reuniões com os pais nas escolas. É importante que a comunidade escolar e a população conheçam a nossa greve, compreendam o porquê de nossa greve e nos apoiem nesta luta.”

Tópicos: greve

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