Danielly Vitória é bicampeã da Copa do Brasil e está de malas prontas para SP

Com novo peso e mudança de cidade, atleta se prepara agora para as Olimpíadas e festeja um ano repleto de conquistas


Por Fabiane Almeida estagiária sob supervisão de Carla da Hora

10/12/2018 às 20h11- Atualizada 10/12/2018 às 20h12

Danielly-Vitoria-Taekwondo
“Gostaria de agradecer todo o apoio que recebi de Juiz de Fora e sempre vou vir visitar. A cidade é muito importante para mim e é a minha base, onde nasci, cresci e desenvolvi o taekwondo. Não tenho como agradecer” (Foto: Leonardo Costa)

A atleta de taekwondo Danielly Vitória garantiu mais um título para fechar 2018 com chave de ouro. No último domingo (9), no Rio de Janeiro, a juiz-forana se consagrou bicampeã da Copa do Brasil pela categoria 44kg. A lutadora de 15 anos, que até então lutava na categoria 42kg, não só se destacou no novo peso, como surpreendeu novamente na recém-estreada categoria juvenil. As mudanças fazem parte dos planos para as Olimpíadas de 2024, que incluem até mesmo se mudar para o interior de São Paulo no próximo ano.

Segundo a atleta, foram três lutas durante o campeonato contra representantes do Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo. As dificuldades estavam sobretudo na mudança de categoria, mas a experiência de títulos anteriores veio para somar. “A maior dificuldade foi enfrentar meninas novas, que são mais pesadas e experientes e o ritmo da categoria é outro, um ritmo mais intenso e pesado. E querendo ou não foi a minha primeira vez lutando contra todas elas, eu não conhecia a estratégia de nenhuma das três. A vantagem foi que, por eu ter muita experiência em campeonatos nacionais e internacionais acho que isso ajudou demais, é uma experiência que elas não têm, um diferencial”, avalia Danielly, que conta ter desbancado, durante a segunda luta, a até então campeã da categoria, Emilly Costa (DF).

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A lutadora explica que a mudança de categoria é um desafio já pensando no futuro da carreira, além de ser um cuidado com a saúde. “É uma mudança muito radical, porque esse ano já mudei do cadete para juvenil e agora no final de ano teve essa mudança de peso, que não era planejado. Isso aconteceu por conta da saúde, um conselho da nutricionista, mas acaba influenciando um pouco porque a categoria é mais pesada e as meninas são maiores que eu. Os 44kg também foi um conselho do técnico preparando já para o adulto. Apesar de estar no primeiro ano do juvenil, já estou pensando nas Olimpíadas, e a primeira categoria do adulto é de 46 kg. Estou avançando o peso para não sentir tanta diferença depois”, relata.

De JF para Rio Claro já em janeiro

Com o treinador Alan Oliveira morando na Espanha, Danielly recebeu um convite para se mudar para Rio Claro (SP) onde continuaria o treinamento com Carmen Carolina, ex-técnica das Olimpíadas, e Nicholas Pigozzi, ex-técnico da Seleção Brasileira, com quem já trabalhou durante esse ano pela equipe Pro Team. A mudança deve dar um pontapé a mais para a carreira da jovem atleta, com uma equipe de referência dando apoio rumo às Olimpíadas. “O Alan já tinha me convidado para ir à Espanha, mas não aceitei porque queria continuar representando o Brasil. Então aceitei o convite para São Paulo. A partir de janeiro meu centro de treinamento será lá. Gostaria de agradecer todo o apoio que recebi de Juiz de Fora e sempre vou vir visitar. A cidade é muito importante para mim e é a minha base, onde nasci, cresci e desenvolvi o taekwondo. Não tenho como agradecer.”

Com os planos para o próximo ano já preparados, a atleta afirma que não terá descanso nesse fim de 2018. Muito pelo contrário. “Na verdade vou treinar em dobro”, conta. “Ano que vem tem o Grand Slam, a seletiva para a Seleção Brasileira. Agora vou pela categoria 44kg e tenho que me preparar em dobro, justamente pela vantagem das adversárias de peso e tamanho. Vou fazer treino físico para me manter em forma durante esse período de dezembro e a partir de janeiro já vou para São Paulo e continuo a preparação física junto com o treino de taekwondo”.

‘Esse ano foi importante para mim’

Olhando para trás, a atleta se surpreende com as conquistas que reuniu este ano: o tricampeonato brasileiro, o primeiro título internacional no Open Argentina, além do recém-bicampeonato da Copa do Brasil. “Eu fiquei um pouco assustada esse ano, tenho muita fé em mim e em Deus, mas me surpreendi com esses resultados, porque ninguém esperava que uma menina que acabou de sair do cadete, acostumada a lutar com meninas de 12 anos, chegasse no juvenil lutando com meninas de 17 e 18 anos. Ninguém esperava que eu já chegasse como titular da Seleção e depois fui para o Mundial e fiquei muito feliz porque aprendi muito e vi o nível do Mundial cadete e do juvenil, que são muito diferentes. Esse ano foi sem dúvida o melhor da carreira e muito abençoado por Deus”, comenta.

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Tópicos: Taekwondo

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