Eróticos, mas também românticos

Por Marisa Loures

14/08/2018 às 07h00 - Atualizada 14/08/2018 às 13h42

Best-seller na Amazon, Lani Queiroz lança, na Bienal de São Paulo, versão física de livros recheados de dramas, intrigas, encontros libertinos e tórridas histórias de amor – Foto Divulgação

Nas tardes dos dias 4 e 5 de agosto, mulheres faziam fila no stand que a 3DEA Editora instalou na 25º Bienal Internacional do Livro de São Paulo. O motivo era garantir uma foto com a escritora best-seller da Amazon Lani Queiroz. Nos registros da página da autora no Facebook, vemos as “princesas” (leitoras), ostentando coroas na cabeça, ao lado da autora, que lançava a versão impressa de dois livros da Coleção “Príncipes Di Castellani”: “Príncipe da luxúria” (309 páginas) e “Príncipe da perdição” (415 páginas).

A pedagoga Lani Queiroz é maranhense e vem conquistando espaço no meio literário com seus romances hot, recheados de dramas, intrigas, corações partidos e encontros libertinos.  Em cada uma das publicações, Lani apresenta uma tórrida e erótica história de amor de um dos irmãos da família Di Castellani.  Em “Príncipe da luxúria”, a narrativa está centrada em Dominic Harper, um dos irmãos bastardos do príncipe herdeiro Leon. Ele é um empresário bem-sucedido do ramo da tecnologia, um libertino assumido que se vê encantado pela prima Helena quando é apresentado à família. Só que Helena é uma nobre recatada e possui alguns problemas pessoais que a fazem retrair. O encontro dos dois é erótico, mas também divertido.

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Já em “Príncipe da perdição”, conhecemos Jayden Samuel King, o segundo irmão bastardo de Leon. É um engenheiro, empresário de sucesso e homem machucado pela vida sofrida. Não deixa ninguém chegar muito perto, mas Cassandra, uma jovem tímida estagiária, tocará seu coração. Ele é adepto de práticas BDSM (sigla que representa várias práticas e expressões eróticas: bondage e disciplina -B/D; dominação e submissão -D/s; e sadismo e masoquismo – S/M) e seduz a inocente moça para seu mundo, iniciando uma relação de dominação e submissão. Porém, inimigos íntimos tramam e conseguem separar o casal.

É certo dizer que o segredo dos livros de Lani Queiroz está no fato de ela nos apresentar o homem ideal, um príncipe que sabe cortejar, amar e que tem pegada na cama? “Meus príncipes não são os convencionais príncipes encantados. Não no começo das tramas. É uma construção, e eles vão se tornando esse ideal de homem na medida em que descobrem o amor por suas mulheres”, conta a autora. Segundo ela, além de muito erotismo, outros ingredientes são indispensáveis a um bom romance hot. “Procuro desenvolver boas tramas também para que possamos ir aos poucos superando os estereótipos e preconceitos com esse gênero na literatura.”

Lani Queiroz lançou cinco volumes da coleção “Príncipes di Castellani”, sendo que “Príncipe da vingança” (3DEA Editora , 309 páginas) já tinha ganhado versão impressa em abril. “Ella – princesa da inocência” e “Mike – príncipe do domínio”, por enquanto, estão disponíveis apenas na versão e-book da Amazon.

Marisa Loures – Você é best-seller na Amazon e agora passa às publicações impressas. O livro de papel ainda é importante para o autor?

Lani Queiroz – Com certeza. É através do livro impresso que alcançamos as livrarias físicas. Não há nada mais gratificante para um autor do que ver seus livros nas prateleiras de uma livraria. É emocionante.

– Você disse em entrevista que o mercado literário brasileiro é cruel. Disse que, lançando de maneira independente, o autor precisa batalhar muito para vender livros. Por uma editora, ele ganha mais expressão, mas o retorno financeiro é pouco. O que vale mais a pena hoje?

Sim, eu tenho falado muito isso. É a verdade, pelo menos para autores que ainda não têm uma grande expressão com o grande público. Na Amazon, é mais vantajoso financeiramente. Você paga 30% ao site e fica com 70% das vendas. Nas editoras, essa proporção é inversa ou menor para um autor iniciante, por exemplo. No entanto, o trabalho das editoras é fundamental para disseminar o nome do autor para o grande público, através dos livros impressos, sobretudo, se esses vão para as livrarias físicas.

No stand da a 3DEA Editora, princesas (fãs de Leni Queiroz) ostentavam coroas na cabeça enquanto aguardavam por um autógrafo da autora maranhense – Foto Divulgação

– Como foi sua entrada no universo dos romances eróticos? O que te atraiu nesse segmento?

Minha escrita foi evoluindo e crescendo junto comigo. A partir dos 16, 17, comecei a ler livros de banca, em especial, uma coleção chamada “Momentos íntimos”.  Minha escrita foi mudando a partir dessa interação, entretanto, sempre gostei dos textos com cenas de amor mais quentes e detalhadas.  Muito antes do fenômeno “50 tons”, eu já tinha textos eróticos explícitos. Não podemos negar, porém, que E. L James impulsionou os autores, que escreviam e guardavam seus escritos com vergonha e medo do preconceito, a saírem do anonimato.

– Seu contato com suas “princesas” (leitoras) é muito próximo nas redes sociais. A opinião delas te faz mudar o rumo de suas histórias?

Sim, tenho um contato muito próximo com as minhas lindas princesas. Adoro estar com elas nos grupos que tenho em minhas redes sociais. Com algumas, mantenho um contato diário mesmo. É uma relação forte de amizade que começou com os livros, mas, hoje está além deles. Em alguns casos, elas me fazem mudar algo que não está encaixando. No entanto, nada no sentido de alterar drasticamente a trama pensada por mim.

– Você diz que é sua maior crítica. Como seria uma crítica sua aos seus livros?

Sim, eu leio tudo, tudo mesmo que falam sobre os meus livros e procuro sempre tirar algo bom das críticas. Fazendo uma crítica aos meus livros, diria que possuem, sim, alto teor erótico, mas que também são românticos, delicados. Há alguns em que trato de temas polêmicos e importantes na sociedade, como a Síndrome do Pânico (“Príncipe da luxúria”), abuso sexual de vulneráveis (“Inesquecível”, livro 4 da série Rock l’m Rio), tráfico de mulheres (“Mike – Príncipe do domínio”, livro 5 da série “Príncipes Di Castellani”).  Resumindo, procuro sempre entregar uma boa trama para o público, além das cenas quentes pelas quais já sou conhecida.

– Tem projeto de lançar mais títulos neste ano?

Sim. Estou atualmente escrevendo “A dívida”, o primeiro livro de uma nova série, chamada “Turbulência”. Serão três livros, contando as histórias dos Irmãos Heitor, Tristan e Logan Maxwell (herdeiros de um piloto americano que fez fortuna no Brasil, fundando a companhia aérea HTL). A companhia tem sede em São Paulo, e a maior parte das três tramas será ambientada na capital paulista. O lançamento da primeira obra está previsto para o final desse mês na Amazon em formato e-book. É um lançamento independente.

Sala de Leitura – Quinta-feira, 16 de agosto, às 9h40, na Rádio CBN Juiz de Fora (AM 1010)

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Coleção “Príncipes di Castellani”

Autora: Lani Queiroz

Trecho de “Príncipe da vingança”

“Assenti levemente com a cabeça, e ele me olhou nos olhos, levou a mão ao meu rosto e acariciou meu queixo. Sei que estava fazendo uma pequena encenação para seus súditos e convidados, mas isso não me impediu de sorrir e sonhar que ele se preocupasse comigo de verdade. Seu rosto se iluminou num sorriso que parecia quase carinhoso se eu não o conhecesse.” 

Marisa Loures

Marisa Loures

Marisa Loures é professora de Português e Literatura, jornalista e atriz. No entrelaço da sala de aula, da redação de jornal e do palco, descobriu o laço de conciliação entre suas carreiras: o amor pela palavra.

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