“Esse causo é de um lugar onde tudo era trem!”
Pablo Rosa é mineiro. E desses que amam demais a sua terra. Não dispensa um bom queijinho com goiabada. Também é afeito a uma boa prosa. E, como um típico filho de Minas Gerais, está estreando na literatura com uma obra cujo protagonista é um mineiro. Claro. E apresento esse autor juiz-forano hoje, pois seu livro é um presente para todas as crianças. “O conto do seu Clau – Um natal com goiabada”, já em pré-venda no site da editora Paratexto, traz para o público infantojuvenil um Papai Noel com todo o nosso jeitinho de ser.
Mas o que nosso bom velhinho tem de diferente dos outros? “O seu Clau personifica toda a humildade e boa vontade de um legítimo mineiro interiorano. Um senhor pacato, quieto e movido por fé. O que o torna diferente dos demais? Ele sabe que não é o centro do Natal”, comenta o autor. Ele conta que foi às vésperas do Natal de 2019 que a ideia do livro nasceu. Bastou uma única noite para o personagem ganhar vida. Já adianto que esse causo, regado a “trem de ver, trem de comer, trem de ir, trem de voltar”, é fruto de uma mente muito criativa e foi escrito em forma de versos. No ano seguinte, Pablo dedicou-se às ilustrações.
Jornalista formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora, ele atua, há quase duas décadas, como diretor de arte. É um empreendedor na área de comunicação, além de estudante de teologia e esposo da musicista Micaela Daflon. Também é membro da Igreja Presbiteriana Conexão, onde, em dezembro, será apresentado um espetáculo teatral baseado em “O conto do seu Clau”. Ah, o lançamento oficial será realizado em novembro, no canal do YouTube da Paratexto, em data ainda a ser definida. E quem quiser adquirir um livro nas condições da pré-venda, deve acessar o site da editora e conferir os brindes disponíveis.
Faço um convite a você, leitor, para acompanhar a nossa prosa de hoje. A poesia de Pablo anuncia que Seu Clau já está com os brinquedos preparados para a meninada, mas também que Natal, segundo a fé cristã, é tempo de recordar o nascimento de Jesus.
Marisa Loures – Seu livro é um convite irresistível ao universo tipicamente mineiro, com direito a “trem” daqui, “trem” dali, queijo e goiabada. Trata-se de uma homenagem ao jeito mineirinho de ser?
Pablo Rosa – Sim, eu mesmo sou um mineiro orgulhoso. Dizem que os juiz-foranos são “cariocas do brejo”, nunca fui afeito a essa ideia, mesmo sendo filho de um cabofriense. Amo as peculiaridades do “ser mineiro” e toda riqueza cultural do nosso precioso estado. Minas Gerais nos inspira e deve ser celebrada.
– Foi mais difícil ilustrar ou rimar?
– Eu penso que sou um criativo, e esse atributo se manifesta, naturalmente, das mais variadas formas. Contudo, me sinto mais à vontade no convívio com as palavras. A ilustração é apenas hobby que trago desde a infância, não me considero um profissional. Posso dizer que ilustrar é definitivamente mais desafiador para mim.
– Nas suas redes sociais, há uma foto sua com o livro e a seguinte legenda: “é bom tocar o que um dia você só imaginou”. Publicar um livro era um sonho antigo?
– Creio que, como toda pessoa absorta no universo da criação, tenho uma dinâmica de pensamento muito imaginativa. Dessa dinâmica, surge a habilidade narrativa, algo que exercito desde muito cedo. Portanto, sim, é um sonho antigo gravar histórias no papel. A minha trajetória com as palavras e ilustrações é basicamente vocacional, não consigo enxergar um momento da vida em que não estivesse envolvido com elas. Um ponto crucial para que essa realização se tornasse possível, nesse momento específico, foi o incansável incentivo de minha esposa Micaela.
– E sua estreia na literatura está acontecendo com livro infantojuvenil. Por que escolheu realizar esse sonho conversando especificamente com esse público?
– Existe um propósito específico, o qual não tenho qualquer receio de declarar, mesmo diante da hostilidade crescente direcionada à fé cristã em nossos dias. O público infantojuvenil está exaustivamente exposto a todo tipo de conteúdo nocivo à formação de sua personalidade e à sua percepção da realidade. Eu quero atuar na cultura, a serviço de Deus, para que os pequenos tenham a oportunidade de conhecer Jesus, aquele cuja beleza é digna de toda contemplação.
– No seu livro, Papai Noel fabrica presentes para as crianças, como diz uma lenda muito difundida na cultura ocidental. E seus versos ainda não nos deixam esquecer de que Natal também é tempo de recordar o nascimento de Jesus Cristo. O que você espera despertar na meninada com a sua prosa?
– Espero despertar a consciência, mesmo que juvenil, de que eles não precisam olhar para a realidade de maneira dualista, simplista, empobrecida. É possível perceber o divino na cultura que nos cerca, não é necessário rejeitar os aspectos positivos de nosso entorno para se encontrar com Deus. Jesus é Senhor sobre todas as coisas, se há algo de sublime e belo no pão de queijo ou nas ceias de natal, isso aponta para Ele. “Toda dádiva que é boa e perfeita vem do alto, do Pai que criou as luzes no céu.” Tiago 1:17
– Também sei que a ideia do livro brotou às vésperas do Natal de 2019. Conte-nos como foi esse momento de inspiração.
– Mais uma vez, como acontece costumeiramente, a dinâmica imaginativa de pensamento me tomou de modo repentino. Comecei a imaginar como os belos aspectos de nossa cultura mineira poderiam se unir aos não menos belos aspectos da cultura natalina ocidental. Os versos simplesmente brotaram como um presente do Senhor. Fica fácil criar quando a inspiração é o próprio Criador (Deus), é possível perceber seus atributos eternos tanto no brilho da alva que preenche os céus quanto no incomparável sabor de queijo com goiabada.
– Quais são seus planos para fazer “O conto do seu Clau” circular?
– Tenho sido muito abençoado por dezenas de bons amigos que já têm me dado esse grande presente, estamos apenas na pré-venda, e quase metade da primeira tiragem tem destino certo. No entanto, por trabalhar diretamente com publicidade e marketing digital, vou lançar mão de algumas ferramentas muito eficientes para essa finalidade.
“O conto do seu Clau – Um natal com goiabada”
Autor e ilustrador: Pablo Rosa
Editora: Paratexto