Denise Doro lança “O jogo da vida”
Em seu segundo livro, “O jogo da vida” (Paratexto, 128 páginas), entre poemas, contos, crônicas e mensagens, a escritora Denise Doro escreve sobre angústias, amor, romantismo, respeito humano pelas diferenças, solidariedade, otimismo e superação.
“As inquietações que retrato são, obviamente, as que todos nós temos, mesmo que não sendo idênticas. Cada ser humano ao longo de sua trajetória enfrenta uma diversidade de sentimentos, alternados de sofrimentos, carências, decepções, emoções e por aí vai. No entanto, um deles é capaz de sobrepujar aos demais: o amor. Somente ele, em suas mais variadas formas, pode conter o que está durando tempo excedente e nos prejudicando. Daí a crônica ‘A fonte da vida é o amor’. Tudo em demasia cansa e prejudica, apenas o que citei jamais nos fará mal. Retrato através dos textos minha meta de vida de forma muito sutil. Solidariedade, persistência e amorosidade abrem as portas para uma convivência salutar”, afirma a autora.
Nascida em Miguel Pereira, no estado do Rio de Janeiro, Denise veio para Juiz de Fora há 15 anos. Sua relação com a escrita começou na adolescência e, aos 11 anos, ela publicou um livrinho de histórias que depois se perdeu. Formou-se leitora em meio a gibis, obras de histórias infantis e enciclopédias. Fazia questão de pesquisar vários verbetes para aprender cada vez mais. Daí sua desenvoltura com a escrita e a fala.
Como pedagoga, ela acumula a experiência de cerca de 30 anos em sala de aula. Também mantém um blog (www.deniseprosaepoesiablog.blogspot.com), onde mantém o exercício da escrita. Ainda é autora de “Soltando as amarras”, publicado em 2010. “O jogo da vida” está à venda no Espaço Excalibur (Rua São Mateus 265), no site da editora Paratexto (www.editoraparatexto.com.br) e nas redes sociais da autora.
Marisa Loures – Quem é Denise Doro?
Denise Doro – Sou destemida, professora e pedagoga, sempre conquistei meu espaço com muita luta e determinação. Realizada como mulher, mãe, avó e bisavó, tenho por lema uma frase que uso muito: “A vida só tem sentido quando fazemos sentido na vida das pessoas”. Meu primeiro livro tem um poema que diz: “Não deixe a vida passar sem nada realizar, sem ao outro ofertar um gesto de amor, um olhar” Sou de temperamento extrovertido e amanheço sempre de bom humor. Quando saio, cumprimento a todos, e, mesmo que não me respondam, não me importo. Eu fiz minha parte, distribuí gentilezas ao longo do meu dia.
– Por que “O jogo da vida”?
–Esse título cabe bem se fizermos uma comparação entre a vida que levamos com partidas de um jogo imaginário, onde podemos ser vencedores ou perdedores de acordo com as estratégias utilizadas. Quando temos atitudes coerentes e sabedoria, nos são oferecidas inúmeras possibilidades de vitórias. Compete a cada um de nós ter bastante sensatez antes de agir. Num mundo onde a ansiedade e o egoísmo usurpam nossa tranquilidade e nos tornam tão isolados, apesar de tantos meios de comunicação, precisamos ter muita perspicácia para superarmos tantos obstáculos. Nos textos dessa obra, encontraremos uma diversidade de sugestões para tornarmos esse “jogo” mais favorável não apenas para alcançarmos nossos objetivos, sobretudo para propiciarmos oportunidades aos que se encontram participando perto de nós das jogadas.
– Nesse livro, temos suas memórias. Ficção e realidade se misturam?
– Ficção e realidade se mesclam. Dificilmente, um escritor não permite que isso ocorra. De forma bem natural, acabamos por envolver tudo que fez parte num passado ou ainda faz naquilo que escrevemos. Até na ficção sempre algo se infiltra sem pedir licença. Procuro sempre estar imparcial. Relatos de acontecimentos agradáveis são benéficos, e os desagradáveis, nem tanto. Minha alma é basicamente retratada nas linhas de forma muito sutil.
– Você flertou com a prosa e a poesia. O que te deu mais prazer?
– A poesia me encanta há longos anos. Desde meus 13 anos, leio livros de poesias e me dedico a escrevê-las. Porém, após ser mãe, me vi relatando em minhas agendas de anotações diárias fatos que ocorriam ao longo do dia, e isso me trouxe uma sensação de liberdade que não tinha experimentado antes. Na poesia, os acontecimentos são retratados com um romantismo exacerbado. Nos últimos anos em meus blogs Recanto das Letras, Denise Vieira em Prosa e Poesia e no Recanto Literário que Encanta, me vi postando muito mais prosa do que poesia. Meus leitores chegaram a me estigmatizar como “Denise Doro, a poetisa”. Foi um atrevimento de minha parte quebrar esse elo. Escrevi contos, crônicas e mensagens, pois não vivo sem escrever. Todos os dias, tenho que escrever algo, é como se fosse meu oxigênio. Acredito que não os decepcionei, tenho recebido críticas muito favoráveis, e isso me faz muito feliz. A poesia continua e fará sempre parte de mim. É complicado dizer o que me deu mais prazer, pois amo os dois estilos igualmente.
– Vivemos um momento conturbado na política brasileira. Os discursos de ódio proliferam-se nas redes sociais. As pessoas parecem ter se esquecido de que, do outro lado, está um ser humano. Qual a importância, neste momento, do lançamento de um livro que parece revelar uma grande fé no ser humano?
– A importância do meu livro nesse momento tão conturbado é de contribuição para que venhamos a nos envolver numa vibração de paz e tolerância. Meu livro manifesta que, ser alguém capaz de ter “Fragmentos de esperança” (título de um dos textos), só virá a abrir portas para um mundo mais voltado para a gentileza e o respeito. Minha fé na humanidade jamais se extinguirá e, se cada um de nós começar agora a fazer a sua parte, certamente os dias começarão a ser melhoras e mais impregnados de atenção, carinho e tolerância.
Sala de Leitura – Quinta-feira, às 9h40, na Rádio CBN Juiz de Fora (AM 1010)
“O jogo da vida”
Autora: Denise Doro
Editora: Paratexto (128 páginas)