A escritora mineira Raquel Junqueira Guimarães dá voz a uma criança para explicar o infinito

Por Marisa Loures

09/04/2019 às 09h36 - Atualizada 09/04/2019 às 09h34

 

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A escritora e psicanalista Raquel Junqueira Guimarães idealizou “O infinito de Lótus” a partir da experiência com a maternidade – Foto Divulgação

“O infinito de Lótus” acabou de ser lançado. A autora, Raquel Junqueira Guimarães, apresentou-o ao público no último sábado, no ateliê Marô Bordô, em Belo Horizonte, e ela já faz planos para sua primeira criação infantil. “Meu sonho é que ele encontre o maior número de leitores possível e que desperte neles essa sensação boa de encontrar o infinito em forma de amor”, afirma a escritora e psicanalista, formada em psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais, e mãe da pequena Lis, de 3 anos,

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Gestado a partir da experiência da própria autora com a maternidade, o livro traz Lótus, uma garotinha de 8 anos, como protagonista. Curiosa, a menininha quer saber o que é o infinito, conceito complexo de ser discutido até mesmo com adultos, conforme aponta Raquel. “Através da sua imaginação e dos sentidos que encontra no seu dia a dia, ela vai contando-nos sua história e descobrindo, à sua maneira, o tamanho do infinito”, adianta a escritora mineira de Belo Horizonte. “Acredito que ela tenha um pouco da criança que fui e também um pouco da minha filha. Inclusive, algumas passagens do livro são reais. Mas, para além disso, penso que Lótus tem um pouco desse olhar curioso de cada criança que está descobrindo o mundo.”
Apaixonada por artes plásticas, poesia e por histórias “que contam o amor”, Raquel tem uma relação com as palavras que começou a ser construída antes mesmo de ela dominar a escrita. Recorda-se dos momentos em que brincava de rabiscar papeis fazendo de conta que escrevia. A poesia, ela aprendeu na escola, aos 9 anos, e foi aí que começou a rascunhar os primeiros versos. O poema foi retomado com mais vigor na faculdade, e, daí em diante, eles não a deixaram mais. “Posso dizer que a escrita faz parte de toda a minha vida. Como diria a escritora portuguesa Maria Gabriela Llansol, ‘escrever é o duplo de viver’”, diz ela, que estreou na literatura com “Poemario” (Cas’a’screver, 2015), obra de poemas publicada em edição bilíngue, em homenagem ao poeta peruano Javier Heraud.
“O infinito de Lótus” tem projeto gráfico da quadrinista, ilustradora e designer mineira Carol Rossetti e pode ser adquirido diretamente com a autora pelo e-mail raquel.guima@yahoo.com.br. É um livro delicioso de ser ler. Encantador de se ver.

Maria Loures – Sua intenção, ao lançar este livro, era explicar o infinito para as crianças sem fazer referências filosóficas ou religiosas. Por que a ideia de se debruçar sobre essa questão? E qual foi o caminho encontrado por você?
Raquel Junqueira Guimarães – Acho que, com a experiência da maternidade, a gente repensa muito a vida e os sentidos que damos para as coisas. Para mim, ser mãe foi uma verdadeira revolução: como pessoa, como mulher, como profissional. Além disso, em 2017, quando escrevi o livro, perdi muitas pessoas queridas num curto espaço de tempo. Então, no meio dessas experiências todas, me peguei pensando na finitude da vida e em como explicar isso para uma criança. Essa é a semente do livro. Mas o bonito é que o caminho da escrita vai se abrindo para nós e, quando vi, ao invés de falar sobre a finitude, estava escrevendo sobre o que não tem fim. Esse exercício de pensar como uma criança, de resgatar seu olhar sobre as coisas cotidianas da vida, foi o que me permitiu isso.

– Como psicanalista, escritora e mãe, você achava que faltava literatura de qualidade sobre o assunto?
Pelo que posso perceber, não falta. Temos gente muito boa e muito talentosa. Sinto que o que falta mesmo é incentivo aos escritores, apoio na divulgação dos seus trabalhos, estímulo para que esses livros sejam publicados. No Brasil, é muito difícil publicar um livro se você ainda não tem um reconhecimento. É um trabalho hercúleo. Mas, ainda assim, não desisto. Vale a pena. É uma forma de resistência.

– Sua pequena Lis conseguiu entender o infinito a partir da história que você criou? Ela deu algum retorno após a leitura?
Minha filha Lis tem três anos e está apaixonada pelo livro. Como ainda é muito pequena, ficou mais interessada no formato dele e nas ilustrações. Mas o que mais me chamou a atenção é que ela pega o livro e conta a história do seu jeito, inventa sua própria história. Sendo assim, é mesmo um livro infinito.

“Quando penso em literatura, independentemente de ser infantil ou não, penso em uma forma de trabalhar a palavra, de resgatá-la de seu uso comum, cotidiano, de devolver-lhe sua potência de nos fazer pensar e de nos transformar. E não é isso o que a psicanálise também faz?”

– Quando se pensa na escrita de livros para crianças, qual a relação entre psicanálise e literatura?
Vejo muitas relações. Para começar, psicanálise e literatura operam pela palavra. Freud já dizia que psicanálise é a cura pela palavra. Fico me perguntando se a literatura também não teria esse poder, uma vez que acessa certas sensações e afetos. Inclusive, Freud também se servia de exemplos da literatura para trabalhar seus conceitos. Quando penso em literatura, independentemente de ser infantil ou não, penso em uma forma de trabalhar a palavra, de resgatá-la de seu uso comum, cotidiano, de devolver-lhe sua potência de nos fazer pensar e de nos transformar. E não é isso o que a psicanálise também faz?

– Na literatura infantil, é comum encontramos resistência e segmentação entre histórias “de menina” e “de menino”. Qual a importância de obras como a sua, de protagonismo feminino, serem também lidas e vivenciadas por homens?
Sinceramente, não pensei na questão de gênero quando imaginei a Lótus. É uma menina, mas poderia muito bem ser um menino também. Acho que me voltei mais para o fato de ser uma criança descobrindo o mundo. Porém, quando fui discutir o projeto de ilustração com a Carol Rossetti, realmente pedi para que a personagem não usasse vestido ou roupas de cor rosa. Talvez exatamente para não marcar o livro como história “de menina”. Não gosto disso. E não teria cabimento aqui. Imagine? Só meninas poderiam pensar sobre o que é o infinito? Trata-se de uma questão mais universal.

– Você tem referências na literatura infantil? Poderia indicar alguns autores necessários à formação leitora das crianças?
Quando penso em literatura infantil, sempre me vem à mente os clássicos: Monteiro Lobato (“O Sítio do Picapau amarelo”), Helena Morley (“Minha vida de menina”), irmãos Grimm, etc. Isso, pela importância que têm, pela transmissão de geração em geração, que é o que torna a cultura viva. Lembro-me também de todos os livros da Coleção Vaga-Lume, dos anos 80. Talvez porque lembrar deles me faça lembrar da minha infância e das minhas primeiras experiências de pura diversão com a leitura. Mas hoje também temos tantos livros bons que seria difícil citar só alguns. O que acho importante é criar condições de acesso da criança à leitura, de ela experimentar os livros, de buscar seu estilo de leitura. Não porque ler é bom simplesmente, mas porque, de repente, ali, com os livros, ela pode descobrir novos mundos, novas possibilidades. O infinito, eu diria.

Sala de Leitura – Quinta-feira, às 9h40, na Rádio CBN Juiz de Fora (AM 1010)

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“O infinito de Lótus”

Autora: Raquel Junqueira Guimarães

O livro pode ser adquirido diretamente com a autora: e-mail raquel.guima@yahoo.com.br.

 

 

Marisa Loures

Marisa Loures

Marisa Loures é professora de Português e Literatura, jornalista e atriz. No entrelaço da sala de aula, da redação de jornal e do palco, descobriu o laço de conciliação entre suas carreiras: o amor pela palavra.

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