Se eu quiser fumar eu fumo, se eu quiser beber eu bebo…

Por Airton Soares

12/05/2021 às 19h48 - Atualizada 12/05/2021 às 20h13

Na coluna da semana anterior, escrevi aqui sobre whisky defumado. Entre referências às sensações de turfado, esfumaçado ou defumado, lembrei-me de amigos que sempre optam por acender um bom charuto entre um gole e outro de suas bebidas preferidas. E decidi que seria um bom tema para essa semana.


A primeira pessoa com quem busquei informações foi o Thales Sarchis, que em seu perfil no Instagram sempre compartilha fotos bacanas com suas impressões sobre os charutos que degusta. Por ele eu soube que o mais famoso do mundo é o cubano Cohiba, que foi uma criação de Fidel Castro para consumo próprio, e que posteriormente passou a ser oferecido como presente a outros chefes de estado. Por fim, veio a ser comercializado e se tornou um verdadeiro ícone mundial. Thales me indicou também os charutos produzidos na Nicarágua, país igualmente banhado pelas águas caribenhas e que vem forte na produção do tabaco e de charutos, tendo marcas como Oliva e VegaFina como expoentes e excelentes alternativas aos caros charutos cubanos.

PUBLICIDADE


Já falando de charutos brasileiros, a dica foi para o Dona Flor e seu rótulo Seleção. Diógenes Puentes e o charuto Grand Amazônia também foram recomendados, bem como a marca Dannemann, que vem conquistando mercado fora do país. Todos podem ser degustados com ou sem o acompanhamento de bebidas, mas se a opção for pela harmonização, a primeira dica vai para um café de boa qualidade. No caso de destilados, versões de charuto com maior “punch” podem ser fumados junto com whisky e um bom cognac. Cachaças premium também são muito bem-vindas. Para cada tipo de destilado, podemos variar o estilo do charuto e sua intensidade conforme a bebida escolhida. Para versões de charutos suaves, cabe ainda um vinho de sobremesa, como o tradicional Porto, ou licores adocicados para se complementarem. Como visto, as opções são infinitas, passando por vinhos, drinks, espumantes e cervejas em seus mais variados estilos, com destaque para as maltadas, nas versões escuras.

Aprofundando mais nas harmonizações com bebidas, pedi recomendações também ao bartender Henrique Passos, mestre nos drinks e apreciador de um bom charuto. Ele me contou que tem preferência pelo já citado Dona Flor, na versão Double Corona Capa Mata Fina. Anotado! Afinal, o Henrique foi buscar literalmente “na fonte” suas referências: viajou até Cuba e voltou com ainda mais conhecimento sobre drinks e os charutos da ilha. A dica dele vai para um drink que tem café, o Coffee Negroni (que pode ser encontrado no delivery do @vizuzim), composto de gin, vermuth rosso e Campari infusionado com café (veja a receita no final da coluna).


Já o Yuri dos Santos, proprietário da Fifth Street Company, foi quem me deu uma dica igualmente preciosa, haja visto meu paladar iniciante. Ele me recomendou começar pelos americanos Phillies, que nas versões Blunt ou Titan oferece charutos com aroma de cognac e chocolate, além dos tradicionais. Com fumo picado e bitola menor, ele queima rápido e conta com sabor suave e agradável nas versões aromatizadas. Na loja do Yuri, encontrei também diversos acessórios como isqueiros bacanas, caixas para guarda, cortadores de charutos e cinzeiros. Por lá desponta também uma marca como alternativa diferente tanto na forma quanto no consumo: um charuto mais fino e longo, que foge dos padrões roliços e uniformes dos cilindros cubanos. O Toscano Garibaldi é produzido com tabaco italiano e americano em Cava de Tirreni, comuna italiana da região da Campania. Além do formato distinto, há o costume de se partir o charuto ao meio e consumir em partes separadas, compartilhando a fumada com algum outro conviva. Assim como na bebida, compartilhar o charuto também torna-se uma opção para sociabilizar e ter bons momentos com outras pessoas!


Termino aqui com uma lembrança: tanto o álcool quanto o fumo são drogas, que mesmo com consumo liberado para maiores de 18 anos, merecem atenção quanto ao uso de forma consciente e sem exageros. Não adianta meter o pé na jaca, né gente?! Aproveitem a vida, mas com moderação!

Instagram
@thalessarchis
@_henriquepassos_
@fifthstreet (WhatsApp: 99930-1147)

Receita:

O conteúdo continua após o anúncio

Coffee Negroni
Por Henrique Passos

Ingredientes
30 ml de gin Nimas Blend
30 ml de Vermuth Rosso
30 ml de Campari com café (100g de café em grão a cada 900ml de Campari, deixar por 24h e depois coar)

Modo de preparo
Em um mixing glass com gelo, coloque todos os ingredientes e mexa por 10 segundos, e depois coe para um copo baixo com gelo e finalize com um zest de laranja-bahia.

Butecos de JF

Butecos de JF

Airton Soares é gestor público por formação acadêmica mas, por opção e gosto, é conhecido como apreciador da cozinha de raiz, com experiência comprovada e acumulada na cintura. Já foi jurado em diversos concursos de gastronomia, é colunista do Tribuna de Minas, tem programa na rádio Transamérica JF e é dono da fanpage @butecosdejf, onde conta com mais de 100 mil seguidores que acompanham as dicas e comentários sobre comidas, bebidas e bares desse rotundo entusiasta da culinária simples e saborosa, segundo ele, a mais gostosa de todas!

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade pelo seu conteúdo é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir postagens que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.



Leia também