Cachaça de jambu

Infusão de cachaça com jambu, ingrediente típico do Pará, traz o tremelique engarrafado para nossos bares

Por Airton Soares

09/12/2020 às 21h45 - Atualizada 09/12/2020 às 21h45

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Eu costumo contar para meus amigos, em rodas de conversa sobre bebida, que na minha juventude tomei tudo que tinha álcool etílico nesse mundo. Bem, confesso aqui que isso não é totalmente verdade, mas que eu coleciono experiências – e também ressacas – dos mais variados tipos de bebida, isso eu posso afirmar com absoluta certeza!
Foram várias garrafas esvaziadas, de todo o tipo e conteúdo. Às vezes numa única oportunidade, mas todas foram consumidas puras ou combinadas em drinks um tanto suspeitos. Conto isso pra dizer que, ainda hoje, sou surpreendido com novas bebidas que aparecem por aí e me trazem a curiosidade e o ímpeto da bebedeira experimental novamente. Óbvio que há certo filtro da maturidade agora: não dá pra enxugar ampolas como antes. Mas nem por isso deixo de experimentar novas receitas que surgem engarrafadas nas prateleiras dos bares.


E foi assim que descobri uma bebida que me fez querer ter a garrafa em casa: a cachaça de jambu. Na verdade, trata-se de uma bebida mista, com cachaça e a famosa planta que é utilizada nas receitas do Norte do Brasil, singular pelo “tremor” que proporciona na boca quando consumida no tacacá, prato típico da culinária do Pará que leva essa erva. Pois saibam que o tremelique da receita paraense está, agora, engarrafado. É uma beleza, uma sensação estranha e engraçada. Eu senti muito uma salivação excessiva e uma dormência na língua, mas para tanto precisamos deixá-la “passar” pela boca. Se você virar um shot, perde-se essa sensação e também toda a graça da bebida.


E agora conto onde você vai tomar a aguardente de jambu: a primeira dica vem com gastronomia de primeira num ambiente muito agradável: o Espaço Gentileza tem um cardápio com muita influência das experiências vividas pelos seus proprietários em suas viagens. Portanto, nada mais óbvio que terem por lá essa bebida. A versão oferecida por eles é da marca Barbinotto, de Seropédica (RJ), que mantém alambique próprio e canteiros muito bem cuidados de jambu. Ela chega ao nosso copo tanto na versão tradicional ou ainda em mixes da hortaliça com abacaxi, banana, maracujá ou guaraná com açaí.


Já no Centro de Juiz de Fora, o bar Bigodeira conta em seu cardápio com a marca Meu Garoto, do estado do Para. Ela é mais cara, e no bar não há opções saborizadas, mas o tremelique está lá, engarrafado, o que vale a experiência.
O negócio é beber e ter história pra contar, então, taí a dica: beba, conte sua experiência e leve seus amigos pra tomarem a cachaça de jambu! Vamos Juntos?!

 

Espaço Gentileza
Rua Acácio Alves Alvin 2297 – Marilândia. Tel: 98811-1206

Bigodeira
Rua Chanceler Oswaldo Aranha 15 – São Mateus. Tel: 3029-2121

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Butecos de JF

Butecos de JF

Airton Soares é gestor público por formação acadêmica mas, por opção e gosto, é conhecido como apreciador da cozinha de raiz, com experiência comprovada e acumulada na cintura. Já foi jurado em diversos concursos de gastronomia, é colunista do Tribuna de Minas, tem programa na rádio Transamérica JF e é dono da fanpage @butecosdejf, onde conta com mais de 100 mil seguidores que acompanham as dicas e comentários sobre comidas, bebidas e bares desse rotundo entusiasta da culinária simples e saborosa, segundo ele, a mais gostosa de todas!

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