Remédios para dormir x direção: confira os riscos

Por Alice Amaral

27/09/2021 às 19h47 - Atualizada 27/09/2021 às 19h51

Dirigir alcoolizado está entre as principais causas de mortalidade no transito. Remédios para dormir podem causar sonolência no dia seguinte, diminuindo os reflexos e causando acidentes. Segundo levantamento recente, o uso de remédios para dormir cresceu 560%, entre 2011 e 2018.

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Com a pandemia, houve um aumento das crises de insônia e uma grande procura por remédios para dormir, muitas vezes, sem orientação médica. Uma pesquisa de 2016, feita pelo Instituto de Ciência e Tecnologia e Qualidade, mostrou que 72% dos brasileiros se automedicam. Porém, é importante destacar que o uso incorreto de qualquer substância pode prejudicar a saúde.

Os remédios para dormir agem no nosso sistema nervoso e podem causar sonolência prolongada, diminuição da concentração e da atenção; letargia, sensação de ressaca, dor de cabeça, boca seca, dores musculares, aumento de quedas e fraturas, principalmente em pessoas idosas; aumento do ronco e piora da apneia do sono. Isso, sem falar que muitos deles são viciantes e causam dependência. O sono é uma necessidade fisiológica do organismo. Enquanto estamos dormindo, ocorre a liberação de vários hormônios, reparo dos tecidos, síntese de proteínas e crescimento muscular. Além disso, o sono revigora, fornece energia e regula o nosso metabolismo.

Dormir bem melhora a apetite e ajuda a manter um peso saudável, melhora o humor e a sociabilidade, o sistema imunológico, a concentração, a memória, o aprendizado, o desempenho físico e sexual e rejuvenesce.

Uma boa noite de sono também diminui o estresse, a irritabilidade, a fadiga, a depressão, o risco de suicídio, além do acometimento de várias doenças, como a diabetes (já que diminui a resistência insulínica) e as doenças cardiovasculares.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 45% da população mundial tem dificuldade para dormir. No EUA, estima-se que 50 a 70 milhões de brasileiros tem distúrbio do sono.

Uma tabela da fundação nacional do sono, dos EUA, explica que o adolescente tem que dormir de 8 a 10 horas por dia. O adulto, de 7 a 8 horas e o idoso, de 7 a 8 horas por dia.

Causas

A insônia tem várias causas: ansiedade, estresse, dores crônicas, estilo de vida (trabalho noturno e/ou escala, uso excessivo de celular, computador e televisão) e a idade também. Os homens mais velhos podem ter um aumento da próstata, fazendo com que eles levantem mais vezes à noite para urinar.

As mulheres, no períodos de climatério têm aquelas ondas de calor (fogachos) o que acaba atrapalhando a qualidade do sono.

Vale ressaltar que dormir é tão importante que é melhor tomar remédio e dormir, do que não tomar e não dormir. Mas podemos tentar fazer a higienização do sono, ou seja, a organização de hábitos e atividades, visando uma boa qualidade do sono.

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Dicas: ter um horário regular para dormir e acordar, evitar cochilos durante o dia, se possível não fazer atividade física próxima ao horário de dormir (o ideal é fazer pela manhã, logo após o despertar), evitar barulhos e temperaturas elevadas no quarto, que deve ser escuro, lembrando a caverna dos nossos ancestrais.

Evitar cafeína, chá preto, mate, refrigerantes do grupo Cola, principalmente à noite; chocolate, açaí, pimenta gengibre, açúcar e comer muito tarde.

Outra orientação é usar alimentos ricos em triptofano – aminoácido precursor da serotonina – que é um neurotransmissor responsável pelo relaxamento.

Portanto, abuse das nozes, banana, peixes, aveia, coxa de peru, ovos, castanhas, linhaça, tofu, semente de abóbora e alface. Consuma alimentos que estimulem a produção da melatonina (hormônio do sono), como casca de uva, abacaxi, banana, grão de bico, cereja, morango, kiwi, cogumelo e lance mão de chás de valeriana, camomila, maracujá, mulungu, por exemplo.

Alice Amaral

Alice Amaral

Médica - Título de Especialista em Nutrologia – RQE 9884 - Título de Especialista em Medicina do Esporte – RQE 9895 - Título de Medicina Física e Reabilitação - RQE 44090

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