Alimentos podem encurtar ou aumentar a expectativa de vida
Um estudo feito pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e publicado na “Revista Nature Food”, mostrou os minutos ganhos ou perdidos na vida, devido à alimentação. Foram avaliados 5.853 alimentos da dieta norte-americana para avaliar os impactos positivos ou negativos desses alimentos para a nossa saúde e também o impacto no meio ambiente.
O trabalho é baseado no Health Nutrition Index – Índice de Saúde Nutricional (HENI), que é um índice nutricional adaptado do Global Burden of Disease, no qual a mortalidade e a morbidade da doença estão associadas a nossas escolhas alimentares. Os alimentos foram classificados nas cores verde, amarelo e vermelho, de acordo com o seu impacto nutricional e ambiental.
Os da zona verde são os benéficos do ponto de vista nutricional e com baixo impacto ambiental: as frutas, legumes, vegetais cultivados no campo, os grãos inteiros, as nozes e alguns frutos do mar.
Já os da zona vermelha causam malefícios à saúde e impactos ambientais consideráveis: as carnes processadas, carne de boi, de porco de cordeiro, vegetais cultivados em estufas, as bebidas açucaradas (também chamadas de ultra processadas que são os refrigerantes, sucos em pó e refrescos).
Outro estudo publicado no British Medical Journal, há cerca de cinco anos, apontou que cada salsicha consumida pode reduzir 15 minutos de vida da pessoa. Na verdade, o problema não é só a salsicha, e sim todos os alimentos ultraprocessados, que contém altos índices de sódio e gordura trans. Isso mostra o quanto esses produtos fazem mal para a nossa saúde. Apenas para exemplificar, os alimentos in natura são como vêm da natureza, os legumes, as frutas e as verduras. Os alimentos minimamente processados são aqueles submetidos a processos que não envolvem a agregação de substâncias. Eles passam somente por um processo de limpeza, moagem, secagem ou congelamento e não foi adicionado nada. Exemplo: arroz, feijão e frutas secas.
Os processados são os que sofrem adição de sal ou de açúcar para aumentar o tempo de duração, como por exemplo, as conservas, compotas de frutas, carnes salgadas e os enlatados.
Os ultraprocessados levam muitos aditivos e são ricos em gorduras trans, sódio e pouco ou nenhum alimento. Nesse caso, podemos citar os biscoitos recheados, os refrigerantes, sorvetes, macarrões instantâneos, os sucos em pó, os embutidos (salsicha, salame, mortadela, linguiça e presunto).
A base da nossa alimentação tem que ser de alimentos in natura e minimamente processados. Porém, cada vez mais, consumimos alimentos ultraprocessados, uma vez que eles duram mais do que os naturais e são extremamente práticos. Só que pagamos um custo muito alto por isso. Esses produtos possuem substâncias químicas, por vezes altamente tóxicas, para o nosso organismo, como os conservantes, aromatizantes, corantes, estabilizantes e acidulantes. Para se ter uma ideia, os aromatizantes que dão gosto e aroma semelhante ao natural, podem causar cefaleia, depressão e seu consumo exagerado está ligado ao surgimento de doenças como o Alzheimer e Parkinson.
Vale lembrar, também, dos problemas ambientais que a agropecuária acarreta. Isso tudo, sem contar os problema do desmatamento e com isso uma diminuição da biodiversidade; a extinção de espécies de animais vegetais, a erosão, a diminuição dos nutrientes do solo, a utilização de fertilizante e agrotóxico, causando a contaminação dos solos e dos rios. Outros fatores prejudiciais são os gases emitidos pelo sistema digestório dos bovinos, a emissão do gás carbônico (CO2) em várias etapas da produção da carne, que vai desde a queimada para a geração dos pastos até o consumo, contribuindo para o aquecimento global.
É preciso rever a nossa dieta e como nós queremos aproveitar os anos a serem vividos.