Cannabis auxilia no tratamento de doenças crônicas
A cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha, tem em sua composição diversas substâncias, entre elas, o CBD e o THC, que causa sensação de euforia e bem-estar e por isso é utilizado de forma recreativa. Mas ela tem um grande potencial e é uma ótima ferramenta para o tratamento de várias doenças crônicas.
O uso medicinal da Cannabis surgiu na China há milênios. Ela era prescrita para o tratamento de dores articulares e inflamações. O seu potencial medicinal e terapêutico é enorme. Estudos mostram a melhora dos sintomas em dores crônicas (principalmente de origem neuropática ou oncológica), em distúrbios do sono, glaucoma, epilepsia, fibromialgia, náuseas e vômitos causados pela quimioterapia, esclerose múltipla, artrite e reumatoide, doença de Crohn, síndrome do intestino irritado, ansiedade, depressão, esquizofrenia, parkinson, alzheimer, autismo e parece ajudar, também, no tratamento da obesidade, que é um problema de saúde pública muito grande. Um dado importante, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é que existem cerca de 672 milhões de adultos obesos no mundo. Ainda, conforme a organização, a estimativa é de que em 2025, 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso. No Brasil a obesidade aumentou 72% nos últimos 13 anos e hoje são mais de 20 milhões de brasileiros obesos e cerca de 50% da população têm sobrepeso.
A obesidade é o principal desencadeador de várias doenças, como a diabetes, hipertensão arterial, AVC, apneia do sono, problemas respiratórios, cálculos na vesícula, pancreatite, cirrose hepática, osteoartrose, refluxo, varizes, ovários policísticos e até mesmo alguns tipos de câncer, disfunção erétil e infertilidade.
Além da alimentação inadequada, ou excessiva e da falta de atividade física, outros fatores podem influenciar na obesidade, como distúrbios hormonais, predisposição genética, uso de determinados medicamentos e também problemas emocionais.
Os canabinoides são encontrados naturalmente no corpo e atuam no sistema endocanabinóide, responsável pela regulação e equilíbrio de vários processos fisiológicos no nosso corpo, entre eles, o equilíbrio da energia, a qualidade do sono, do humor, da memória e resposta ao estresse. Além disso, ele regula o apetite e acelera o metabolismo favorecendo a queima de gordura. O CBD além de diminuir a ansiedade, ajuda no controle da saciedade, diminuindo a vontade de ingerir mais alimentos e, com isso, diminuindo a compulsão alimentar. Como ele é um modulador do humor e tem uma ação antidepressiva, ele pode favorecer a vontade de se exercitar e praticar atividade física.
Artigo científico publicado em 2011 pela “Revista Neuroscience Letters” destaca a importância do sistema canabinóide endógeno para a regulação da ingestão alimentar e do balanço energético. Após a administração do CBD em ratos, houve uma diminuição do peso corporal. Outro artigo científico publicado em março de 2020, na “Revista Frontiers in Endocrinology” afirma que além de ser anti-inflamatório, antioxidante, antitumoral e neuroprotetor, o CBD tem propriedades anti-obesidade, sendo um potencial agente terapêutico para auxiliar na perda de peso.
Por fim, outro artigo publicado em outubro de 2020, na “Revista Frontiers In Pharmacology”defende que o CBD diminui a inflamação e melhora a permeabilidade intestinal, ajudando no tratamento da disbiose (desequilíbrio da microbiota intestinal), favorecendo a diminuição do peso corporal.
Atenção!
O cânhamo e a maconha são plantas da mesma espécie, a cannabis sativa, porém é importante frisar que elas são geneticamente distintas e utilizadas para finalidades diferentes. Para uma planta ser considerada cânhamo, ela deve ter, no máximo, 0,3% de THC – princípio ativo que causa efeitos psicoativos. Já a maconha, possui níveis bastante elevados de THC.