Refluxo: saiba os principais sintomas e como tratar
O refluxo gastroesofágico é uma doença digestiva em que o ácido do estômago volta para o esôfago, causando irritação na mucosa.
Nosso sistema digestório é composto pela boca, faringe, esôfago, estômago, duodeno (primeira porção do intestino delgado), jejuno e intestino grosso (ceco, cólon, reto e ânus). Na junção do esôfago com o estômago existe um feixe de músculos que funciona como uma válvula, chamado de esfíncter esofágico inferior. Ele se abre para permitir a entrada de comida no estômago e se fecha para ela não voltar. Quando ocorre um comprometimento, ou seja, um relaxamento desse esfíncter, vai haver um retorno do conteúdo do estômago (comida e secreção ácida) para o esôfago, causando a esofagite.
Importante destacar que o PH do estômago varia entre 1,5 e 2,5. Essa acidez é importante para digerir os alimentos, principalmente as proteínas. Se o PH aumenta, ele não sai do estômago, porque a válvula do piloro (que faz a comunicação do estômago e duodeno) é PH dependente. Portanto, ele não aceita alimentos com PH acima de 3. Com isso, a comida retorna para o esôfago, que tem PH 6,5.
Lembrando que a partir dos 40 anos ocorre uma diminuição da produção do ácido do estômago, o chamado ácido clorídrico.
Além da idade, nós temos outras causas de refluxo, que são a obesidade, sobrepeso, hérnia de hiato (quando a parte do estômago se projeta para dentro do tórax por uma abertura no diafragma), diabetes, gravidez, alguns medicamentos como antiinflamatórios, fumo, excesso de álcool, comer rápido e o stress.
O refluxo atinge em média cerca de 20% dos brasileiros e, nos últimos anos, houve um aumento da incidência da doença devido à má alimentação, sedentarismo e obesidade.
Sintomas
Azia (queimação), dor no peito, tosse seca, gosto amargo na boca, regurgitação, arrotos, náuseas, sensação de peso, soluço, salivação excessiva, rouquidão, mau hálito, erosão dos esmaltes dos dentes. Além disso, é comum o paciente acordar à noite com a sensação de falta de ar.
Diagnóstico
O diagnóstico leva em conta os sintomas clínicos. A endoscopia digestiva alta e a pHmetria são exames importantes para estabelecer o diagnóstico definitivo.
Nas crianças, nos primeiros meses de vida, o refluxo está ligado à imaturidade do sistema digestório. O esfíncter não amadureceu o suficiente para fechar corretamente e ele melhora espontaneamente.
Tratamento
– Evitar roupas e cintos apertados;
– Levantar a cabeceira da cama (12 cm, aproximadamente);
– Não deitar após as refeições, evitar refeições volumosas, principalmente à noite;
-Mastigar bem os alimentos, fracionar as refeições durante o dia, evitar muito líquido à noite, eliminar bebidas alcoólicas, gaseificadas e cigarros;
– Evitar frituras, produtos industrializados, glúten, café, chocolate e emagrecer.