Apneia do sono pode promover risco adicional à Covid19

Por Alice Amaral

02/10/2020 às 15h22 - Atualizada 02/10/2020 às 15h22

Um estudo recente da Universidade de Warwick, na Inglaterra, aponta que pessoas  diagnosticadas com apneia obstrutiva do sono podem ter maior risco às complicações da Covid-19. A pesquisa foi publicada no início de setembro na revista Sleep Medicine Reviews

A apneia do sono é uma condição caracterizadas pela parada ou diminuição temporária da respiração várias vezes durante o sono, desorganizando os movimentos respiratórios, se tornando um dos principais distúrbios do sono. Essas pausas respiratórias frequentes resultam em períodos de baixos níveis de oxigênio no sangue, disfunção do sistema nervoso e fragmentação do sono, levando a uma série de problemas a saúde. A repetição dos episódios de apneia tem como consequência a menor oxigenação do sangue, o que pode redundar em danos ao organismo.

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A apneia do sono atinge 35% da população brasileira, principalmente homens obesos de meia-idade. A enfermidade pode causar ou agravar quadros de doenças cardiovasculares ( hipertensão arterial, arritmias, infartos e insuficiência cardíaca ) acidente vascular cerebral (AVC), além de complicações ao COVID19.  A obesidade é o fator de risco mais claro para a apneia obstrutiva do sono

São sintomas da apneia obstrutiva do sono: ronco, sono agitado, falta de disposição e sonolência durante o dia, dor de cabeça, comprometimento da memória, da atenção e da concentração, tendência à depressão, hipertensão, arritmia cardíaca ,  fadiga, irritabilidade e diminuição do desejo sexual.

Além do relato das pessoas que convivem com os portadores da apneia obstrutiva do sono, a avaliação médica e polissonografia (exame para mapear o comportamento durante o sono), são dados importantes para fechar o diagnóstico. Em caso de obstrução das vias aéreas durante o sono, por obesidade e acúmulo de gordura, a primeira medida é a perda de peso corporal.

Mudanças de hábito como evitar álcool, fumo, calmantes, dormir de lado, emagrecer, elevar a cabeceira da cama, atividade física regular, e principalmente uma alimentação saudável pode diminuir os sintomas e obter uma noite de sono com mais qualidade.

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Alice Amaral

Alice Amaral

Médica - Título de Especialista em Nutrologia – RQE 9884 - Título de Especialista em Medicina do Esporte – RQE 9895 - Título de Medicina Física e Reabilitação - RQE 44090

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