Enxaqueca: como lidar com esse transtorno?

Por Alice Amaral

11/10/2018 às 14h19 - Atualizada 11/10/2018 às 14h19

Enxaqueca, palavra de origem árabe, significa migrânea, e seu sinônimo do grego antigo é hemikranion, que pode ser entendido como “metade do crânio”. Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das doenças mais debilitantes do mundo. É um transtorno neurológico crônico, caracterizado por uma dor pulsátil de intensidade variável em um dos lados da cabeça (hemialgia ou hemicrania), mas pode afetar os dois lados também. Geralmente acompanhada de náuseas, vômitos, sensibilidade à luz (fotofobia), som (fonofobia) ou odor, que pode iniciar na infância e durar a vida inteira.

Recentemente, a Agência PMG Intelligence apresentou um estudo, realizado em 31 países, incluindo o Brasil, com 11 mil pessoas, que demonstra que os portadores da doença são estigmatizados e incompreendidos no ambiente de trabalho. Mostra ainda o impacto da enxaqueca na produtividade.

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As causas da enxaqueca são uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Existem os “gatilhos”, tais como: alguns medicamentos,   estresse, má qualidade do sono, alterações da temperatura, jejum prolongado, barulho, odores e luzes fortes, esforço físico, hormônio (principalmente no período menstrual), obesidade, alimentos: álcool (principalmente vinho tinto), queijos amarelos envelhecidos, cafeína (café, chá, refrigerantes, bebidas energéticas), carnes processadas: nitratos (presunto, salame, salsicha, mortadela), alimentos ricos em vitamina C (frutas cítricas: laranja, kiwi, abacaxi), adoçantes (aspartame), realçadores de sabor: glutamato monossódico (comida chinesa, temperos prontos, cubos de carne).

E, a faixa de idade mais atingida é dos 25 aos 50 anos, sendo as mulheres as mais afetadas. Estima-se que a doença afete até 15% da população mundial.

Os sintomas mais comuns são vasodilatação das artérias e veias cranianas, que causam compressão dos nervos: cefaleia (4 a 72 horas), náuseas, vômitos, sensibilidade à luz e ao som, tonteira, irritabilidade, mau humor, ansiedade, depressão e diminuição da concentração.

Outro ponto que cabe ressaltar é a presença ou ausência de aura. De forma geral, aura é um fenômeno neurológico, que inclui a ocorrência de alterações visuais. A enxaqueca sem aura é mais comum.

O diagnóstico é clínico e precisamos observar que as cefaleias podem ser primárias ou secundárias. Então, as “dores de cabeça” podem ser sintomas de outras doenças como meningite ou sinusite. O tratamento pode incluir analgésicos, antieméticos e outras recomendações como mudança de hábitos de vida e dieta.

Alguns alimentos são indicados para uma dieta que contribua para o bem-estar do paciente e que ajude na prevenção dos episódios de enxaqueca:

– Água, estudos mostram que o aumento da ingestão de água pode reduzir o tempo e a intensidade  dos sintomas;

– Sementes como chia e linhaça e peixes gordos como salmão, atum, sardinha ou cavala, ricos em ômega 3;

– Oleaginosas como castanhas, amêndoas e amendoim, ricas em selênio e minerais que diminuem o estresse;

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– Gengibre, pois têm propriedades analgésicas e anti-inflamatórias, que ajudam a aliviar a dor;

– Manjericão, ação antioxidante que ajuda no alívio dos sintomas;

– Melissa, além de antioxidante, tem ação calmante sobre o sistema nervoso central.

Atividade física regular, relaxamento e evitar tensões desnecessárias também ajudam. Vale lembrar que o equilíbrio, a serenidade, a busca da paz e harmonia contribuem para evitar desgastes e preservar nossas melhores condições.

Alice Amaral

Alice Amaral

Médica - Título de Especialista em Nutrologia – RQE 9884 - Título de Especialista em Medicina do Esporte – RQE 9895 - Título de Medicina Física e Reabilitação - RQE 44090

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