Privatização não seria bom negócio ‘no momento’, diz Zema

Novo governador de Minas Gerais foi eleito com mais de 70% dos votos válidos


Por Agência Estado

28/10/2018 às 22h02

Romeu Zema discursa ao lado de João Amoêdo em Belo Horizonte

Com a promessa de cortar “gordura”, e garantindo não realizar privatizações, ao menos por enquanto, o governador eleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) fez na noite deste domingo, 28, o primeiro pronunciamento depois de confirmada sua vitória na disputa pelo Palácio Tiradentes.

“Não é prioridade porque isso (as privatizações) está longe de resolver os problemas de Minas”, disse. “Não seria um bom negócio para os mineiros, no momento”, afirmou. Zema disse ainda que uma equipe procurou representantes do governo federal em Brasília para discutir a dívida do Estado.

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Zema disse ser, provavelmente, o primeiro candidato a ser eleito sem apoio da classe política. Pelo menos dois deputados estaduais reeleitos, Mário Henrique Caixa, e Agostinho Patrus estão neste momento no local em que acontece a comemoração pela vitória de Zema, mas nenhum ficou próximo ao candidato eleito durante a entrevista. Zema voltou a dizer que pretende ter boa relação com Assembleia, mas não quer “balcão de negócios”. O candidato completa hoje 54 anos.

Uma casa de eventos foi reservada pela campanha do candidato para a comemoração do resultado, com food truck e som mecânico. Às 18h, uma hora depois do início da contagem dos votos, já havia fila para entrada no local. O clima é de boate, com tema da vitória de Ayrton Senna. A entrada para o encontro da militância teve também a música “We are the champions”, da banda inglesa Queen.

Romeu Zema anunciou voto em Jair Bolsonaro para a Presidência da República e se colocava como o candidato diferente de outros políticos, apesar de ter sido filiado ao Partido da República (PR) durante 18 anos. A legenda foi uma das siglas envolvidas com o esquema que ficou conhecido como mensalão do PT. Um dos expoentes do PR no plano nacional foi Waldemar da Costa Neto, ex-presidente do partido e condenado no mensalão.

Nas redes sociais e em debates no segundo turno, Zema buscou vincular a imagem de Anastasia ao senador Aécio Neves (PSDB), padrinho político do tucano. Em produções veiculadas nas redes sociais, abaixo de foto do concorrente, apareciam também em fotos Aécio e, ao lado, a irmã do senador e braço direito do parlamentar, Andrea Neves. Em todas as respostas, Anastasia afirmava que o senador e sua família não participariam do governo, caso fosse eleito.

Em um dos debates, Zema e Anastasia discutiram sobre a Fundação Ezequiel Dias, fabricante de medicamentos, vinculada ao governo do Estado. Em entrevista, o candidato do Novo admitira que não conhecia a entidade. Ao longo de toda a campanha, Zema teve como principal mote reduzir despesas do Estado, que apresenta déficit de R$ 8 bilhões.

Zema chegou ao segundo turno como zebra. As pesquisas de intenção de voto o apontavam em terceiro lugar na disputa pelo Palácio Tiradentes, com Anastasia em primeiro e o atual governador do Estado, Fernando Pimentel (PT), em segundo. Zema, no entanto, venceu o primeiro turno, Anastasia ficou em segundo e Pimentel, em terceiro.

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Tópicos: eleições 2018

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