Secretário estadual diz que está preocupado com pressão pelo ‘retorno ao normal’

Segundo ele, resultados têm tido com relação às ações de enfrentamento à pandemia vêm de diversas frentes


Por Carolina Leonel

27/04/2020 às 20h47

Carlos Eduardo Amaral avalia participação da população mineira de forma positiva (Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG)

O secretário de Estado de Saúde Carlos Alberto Amaral voltou a reforçar a necessidade de isolamento social em entrevista via transmissão on-line na tarde desta segunda-feira (27). “Dentro do que temos hoje de enfrentamento e combate à Covid-19, Minas Gerais tem tido uma curva (de casos) aceitável. O que, por um lado, nos faz ficar agradecidos, porque mostra que a população está participando e fazendo o seu papel. Mas também nos preocupa por conta de haver uma pressão pelo retorno ao normal. O normal daqui pra frente, com a epidemia da Covid-19, nunca mais será o que nós fazíamos antes”, afirmou.

O titular da SES pontuou que as medidas adotadas pelo Estado no programa Minas Consciente, para a retomada das atividades econômicas em Minas Gerais e a flexibilização das atividades comerciais, seguem protocolos, são seguras e responsáveis. Apesar disso, reiterou que a população deve prezar pelo isolamento social.

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“Se afrouxarmos demasiadamente e perdermos o controle, nós corremos o risco de perder tudo o que foi feito até agora, (…) não podemos achar que por estarmos indo bem, com poucos casos (em relação a outros estados), e porque estamos com leitos, que a guerra está vencida. Ainda temos muito tempo de enfrentamento”.

Na avaliação do secretário, os resultados que Minas Gerais tem tido com relação às ações de enfrentamento à pandemia vêm de diversas frentes. “O Estado orientou o isolamento social no momento em que tínhamos poucos casos confirmados. Outro fator que também contribuiu foi que a SES monitorava a situação em Minas desde 3 de janeiro, e posteriormente criou o Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (Coes Covid-19). Mas o maior fator que tem contribuído para uma curva e número de casos aceitáveis é a participação do mineiro. O nosso povo tem tido uma adesão grande, acompanhado o que o Estado tem orientado, e seguido as orientações”, analisou.

Ocupação de leitos em Minas

Em relação à ocupação de leitos, segundo Carlos Eduardo Amaral, o sistema de regulação de leitos da SES, o SUSFácil, registra, até o momento, 105 casos de pacientes internados em UTI por suspeita de Covid-19 em Minas, o que gera uma ocupação de leitos específica de 4%. A taxa de ocupação geral no Estado é de 57%. Em relação aos leitos de atendimento clínico, há 442 pessoas internadas. As taxas de ocupação de leitos clínicos específicas para Covid-19 e em geral são 4% e 60%, respectivamente.

Sobre o sistema de notificação de óbitos, Amaral explicou que eventuais divergências em relação às informações publicadas pelos municípios são esperadas, uma vez que o Estado realiza cruzamento criterioso de dados para divulgar as confirmações de óbitos no boletim estadual. “Após a notificação do Município ou do hospital, nós diariamente tratamos os casos recebidos no dia anterior. Esses casos são reclassificados, há uma análise do caso específico, de forma a buscar agregar informes clínicos, se há exames (do paciente) ou não, para ter a informação correta”. De acordo com o titular, portanto, é preciso analisar se não há duplicidade da notificação, e cruzar dados. A conclusão poderá demorar dois ou mais dias, segundo Amaral.

Ipsemg

Também participou da entrevista o presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), Marcus Vinícius de Souza. Na ocasião, o presidente informou que o Ipsemg iniciou uma obra emergencial para que fosse ampliada em 53% o número de leitos de UTI no Hospital Governador Israel Pinheiro, em Belo Horizonte. “Estamos em fase de ampliação desses leitos e imaginamos que, exatamente no pico da pandemia, nós estaremos com esses leitos em funcionamento podendo atender servidores e beneficiários, caso precisem.”

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Tópicos: coronavírus

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