Seis políticos de Juiz de Fora ficam em 1º ou 2º suplentes

Apesar de computarem boas votações, quadros locais que não conseguiram ser eleitos aguardam uma oportunidade propiciada por movimentações político-partidárias


Por Renato Salles

17/10/2018 às 07h00- Atualizada 17/10/2018 às 07h28

As eleições do último dia 7 de outubro garantiram mandatos parlamentares entre 2019 e 2020 a sete quadros políticos com domicílio eleitoral em Juiz de Fora. Para o Congresso Nacional, elegeram-se os deputados federais Júlio Delgado (PSB) e Margarida Salomão (PT), que conseguiram renovar seus mandatos por mais quatros anos; o deputado estadual Lafayette Andrada e o vereador Charlles Evangelista (PSL), que também conseguiram cadeiras na próxima legislatura da Câmara dos Deputados. Para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), carimbaram suas vagas o deputado estadual Noraldino Júnior (PSC), reeleito, e os vereadores Roberto Cupolillo (PT) e Sheila Oliveira (PSL). Além dos sete vitoriosos, porém, pelo menos seis políticos com base na cidade mantêm ligado o sinal de alerta e aguardam por uma oportunidade, uma vez que figuram como primeiro ou segundo suplentes de suas coligações.

Entre aqueles que aparecem como primeiros suplentes, está o deputado federal Marcus Pestana (PSDB), que não conseguiu se reeleger após exercer dois mandatos consecutivos. Com 72.099, o parlamentar juiz-forano foi 12º colocado da coligação formada por PSDB, PSD, SD, PPS, DEM e PP. Assim, caso qualquer um dos 11 parlamentares eleitos pelas siglas perca o mandato, renuncie ou se ausente para, por exemplo, ocupar secretarias estaduais ou ministérios, Pestana será convocado e terá a possibilidade de retornar à Câmara.

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Um cenário que pode tornar o retorno do tucano ao Congresso Nacional poderia ser facilitado em caso de vitória do senador Antonio Anastasia (PSDB), que disputa em segundo turno o Governo de Minas com o empresário Romeu Zema (Novo). Caso Anastasia retorne ao Executivo estadual, é maior a possibilidade de um dos legisladores eleitos pelas suas bases partidárias ser chamado para integrar o primeiro escalação do Estado. Por outro lado, a chance de o próprio Pestana – que é ex-secretário estadual de Saúde – ser convidado por Anastasia não pode ser descartada.

Outro que ocupa a primeira suplência da coligação pela qual concorreu é o vereador e presidente da Câmara Municipal de Juiz de Fora, Rodrigo Mattos (PHS). Com 24.644 votos, ele foi o terceiro mais votado na coligação formada por PHS e PRP. Porém, ao contrário de Pestana, as possibilidades de Rodrigo chegar à Câmara dos Deputados é mais reduzida, uma vez que sua composição partidária elegeu apenas dois deputados federais.

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O vereador Rodrigo Mattos (PHS) fica com a primeira suplência (Foto: Fernando Priamo)

Quatro nomes à espera na ALMG

No aguardo por uma possibilidade de suprir uma ausência na ALMG durante a legislatura 2019/2021, parecem quatro nomes com domicílio eleitoral em Juiz de Fora. Um deles é o deputado estadual Isauro Calais (MDB), que também não conseguiu a reeleição. Com 41.766, ele foi o 20º mais votado da coligação formada por PDT, PSB, PRB, PV, MDB e PODE, que elegeu 19 parlamentares. Com 20.790 obtidos, o Delegado Rafael (Avante) é outro que aparece na primeira suplência do Avante, partido que competiu isoladamente e elegeu dois deputados.

Por fim, outros dois quadros locais ficaram com a segunda suplência. O deputado Antônio Jorge (PPS), que obteve 40.072 votos e não conseguiu a reeleição, é o segundo da fila de espera da coligação formada por PSDB, PPS, DEM, PP e PSD. Tal composição conquistou 14 cadeiras na próxima legislatura da ALMG. Na mesma situação está Lêda Santiago (PR), esposa de ex-deputado estadual Márcio Santiago (PR), que perdeu seu mandato no último dia 10 por decisão da Mesa Diretora da Assembleia, após ter sido cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder econômico, político e de autoridade. Com 33.518 votos, ela ficou na segunda suplência da formada por PT, PR e PSB, 13 parlamentares.

O histórico recente mostra que a possibilidade de quadros locais que ficaram na suplência serem chamados para cumprir mandatos tem sido recorrente. Na primeira suplência de sua coligação nas eleições de 2010, Margarida Salomão assumiu mandato na Câmara dos Deputados em 2012, ocasião em que o então deputado Gilmar Machado (PT) foi eleito prefeito de Uberlândia. Situação similar ocorreu com Wadson Ribeiro (PCdoB), que ficou como primeiro suplente de sua chapa nas eleições para deputado federal de 2014, quando obteve 53.733 votos. Por conta de movimentações políticas, no entanto, foi chamado para exercer o mandato já no início de 2015, mas acabou perdendo a vaga no ano seguinte, com o retorno dos titulares. Nestas eleições, Wadson computou 43.500 e é o quinto suplente da coligação que tem PT, PR, PSB, DC e PCdoB.

Efeito cascata

Uma possível convocação dos suplentes no pleito estadual, pode, até mesmo, refletir na Câmara Municipal. Tal situação só seria possível caso o vereador Rodrigo Mattos, primeiro suplente da coligação formada por PHS e PRP seja chamado para exercer um mandato na Câmara dos Deputados. Caso tal cenário se configure, o ex-vereador José Laerte (PSDB), primeiro suplente na coligação formada por PSDB e PV, nas eleições municipais de 2016, pode ser convocado para assumir o mandato.
O resultado das urnas, no entanto, já vai resultar em mudanças no Legislativo estadual. Com a eleição de Charlles Evangelista, Betão e Sheila Oliveira, os suplentes Wagner do Sindicato (PTB), Juraci Scheefer (ex-vereador, PT) e Nilton Militão (ex-vereador, PTC) serão chamados para compor a atual legislatura.

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Tópicos: eleições 2018

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