Agressor de Bolsonaro não tem antecedentes criminais

Adelio Bispo de Oliveira, 40 anos, é natural de Montes Claros, Norte de Minas


Por Gabriel Ferreira Borges, estagiário sob supervisão do editor Wendell Guiducci

06/09/2018 às 19h31- Atualizada 07/09/2018 às 02h41

Adelio Bispo de Oliveira, já capturado pela polícia (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Adelio Bispo de Oliveira, 40 anos, que confessou o atentado contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), nesta quinta-feira (6), é natural de Montes Claros, Norte de Minas, mas, conforme consta no Registro de Evento de Defesa Social (Reds) sobre o ocorrido, seria morador do Centro de Juiz de Fora. A tentativa de homicídio protagonizada contra o candidato é o primeiro processo criminal pelo qual Adelio, que, conforme o documento, é garçom, responderá. Somente duas ações cíveis, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na Comarca de Uberaba, envolvem o nome do agressor; ambas em que a parte adversária é o Serviço Social da Indústria (Sesi). O processo arrastou-se entre 2005 e 2017, quando os autos foram eliminados – a reportagem não teve acesso. Adelio foi ouvido pela Polícia Federal em Juiz de Fora; ele teria dito que cometeu o atentado “a mando de Deus”.

Veja o vídeo do momento da agressão:

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Em recentes publicações no Facebook, Adelio ironizou a possível escolha do ator Alexandre Frota como ministro da Cultura de Bolsonaro caso eleito. A participação do presidenciável no programa Roda Viva, em 30 de julho último, foi também criticada, um dia após a entrevista, por Adelio. “Só merda, ele diz que o Brasil na gestão dele será liberal para o comercio com o mundo, mas ja não é hoje???? o brasil não tem um bom relacionamento comercial com mundo todo, ou ele esta sugerindo um livre comercio global, onde só o brasil abre suas fronteiras para produtos importados??? o munda fara isso para pra os produtos brasileiros??? e muitas merdas mais que ele fala nesta intrevista.”

Em 1° de agosto, o agressor manifestou novamente oposição ao presidenciável. Compartilhando publicação em que outro usuário apoiara Bolsonaro, Adelio afirmou que “da nojo só de ouvir, que dizer que a ditadura deveria ter matado pelo menos uns 30 mil comunistas”, contrariando discurso dado anteriormente pelo candidato.

O presidente Michel Temer (MDB), cuja renúncia era pedida por Adelio, fora também por ele criticado. Já em uma das fotos publicada na rede social, a bandeira nacional aparece com um brasão trazendo as inscrições “República Popular do Brasil”. Em outra foto, Adelio aparece ao lado de um homem que carrega cartaz com dizeres “políticos inúteis”. Um casal, trajado com camisetas favoráveis à liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também compunham foto publicada pelo suspeito.

A balança de Têmis – deusa grega da Justiça -, símbolo do Direito, ilustra o perfil do suspeito no Facebook. O engajamento político-partidário de Adelio resume-se à filiação, entre maio de 2007 e dezembro de 2014, ao PSOL de Uberaba. Conforme a relação de filiados disponibilizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a desfiliação ocorreu a pedido do próprio Adelio. Em nota divulgada no fim da tarde desta quinta, a legenda manifesta que “a agressão sofrida pelo candidato do PSL, Jair Bolsonaro, configura um grave atentado à normalidade democrática e ao processo eleitoral (…) e esperamos das autoridades as medidas cabíveis contra seu autor”.

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Ameaças
Por meio de comentários em publicações recentes no Facebook, Adelio tem sofrido xingamentos e ameaças. Um dos usuários publicou que “me disseram aqui, que tem gente ja na espreita dele, se sair da cadeia vai morrer. Furou o Bolsonaro, vai ficar assim n mano”; outro o chama de “lixo, seu verme, cara vai apodrecer na cadeia (…)”. Há, ainda, uma conta que afirma que “por isso temos que colocar bosoonaro na presidência. Pra levar à extinção esse tipo de verme.lixo.acabarr cm essa vagabundagem”. Em contrapartida, um usuário diz que “quem planta vento, colhe tempestades !!! Bolsonaro vive plantando ódio, colheu ódio !! (…) Quem com ferro fere, com ferro será ferido”.

Tópicos: eleições 2018

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