Cerca de 260 municípios mineiros aderiram a regras restritivas

Segundo a SES, maioria deles aderiu ao Minas Consciente; no entanto, Governo pede que aqueles que não adotaram medidas também façam adesão


Por Marcos Araújo

30/06/2020 às 17h05- Atualizada 30/06/2020 às 17h06

O chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Saúde, João Márcio Silva de Pinho, pediu para que os municípios mineiros façam sua adesão ao programa Minas Consciente, a fim de que haja, em todo o estado, uma ação mais coordenada possível contra o avanço da Covid-19. O apelo foi realizado durante entrevista coletiva virtual à imprensa, transmitida pelos canais oficiais do Governo de Minas, nas redes sociais, no início da tarde desta terça-feira (30). “Esse foi um dos primeiros planos lançados no Brasil, e reforçamos a necessidade de os municípios buscarem essa ação coordenada, pois nenhum município vivencia sozinho sua situação. Pode ser que uma cidade tenha um número de casos menor que sua vizinha, mas não tem hospital, leitos suficientes, e também pode ser o contrário. Assim, é preciso uma tomada de decisão nessa região que seja coordenada”, avaliou.

De acordo com Pinho, atualmente, 165 municípios mineiros aderiram ao programa. Desse total, 28 estão na onda branca e 137 na onda verde, somando cerca de quatro milhões de cidadãos mineiros abrangidos pelo Minas Consciente. “Há alguns municípios que tomaram a decisão de serem ainda mais restritivos que o plano. Tínhamos a deliberação 17, que era uma regra anterior e mais restritiva, e há cem municípios que estão em adesão a essa regra”, ressaltou o chefe de gabinete.

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Ele lembrou que os municípios têm autonomia para lidar com o enfretamento da Covid-19. “A cidade que identifica que naquele momento a sua situação requer uma atuação muito mais restritiva faz essa tomada de decisão pela deliberação 17 e a parabenizamos por isso. Então, no total, são cerca de 260 municípios trabalhando com algum tipo de regra. E quanto mais adesões a essas regras, mais possibilidades temos de salvar vidas e interromper a propagação da doença”, ressaltou Pinho.

Retomada segura das atividades econômicas

Durante a coletiva também foi apresentado o novo vídeo da campanha do Minas Consciente, que estará presente nos canais de televisão e nas redes sociais. O plano foi criado com objetivo de orientar a retomada segura das atividades econômicas nos municípios do estado.

A proposta sugere a retomada gradual de comércio, serviços e outros setores, tendo em vista a necessidade de levar a sociedade, gradualmente, à normalidade, através de adoção de um sistema de critérios e protocolos sanitários que garantam a segurança da população. O plano setoriza as atividades econômicas em quatro ondas” (onda verde, com funcionamento de serviços essenciais; onda branca, primeira fase de retomada; onda amarela, segunda fase; e onda vermelha, para a terceira fase de retomada), a serem liberadas para funcionamento de forma progressiva, conforme indicadores de capacidade assistencial e de propagação da doença, avaliando o cenário de cada região do estado e a taxa de evolução da Covid-19.

“Buscamos um novo normal, voltar para a rotina, mas não será a rotina que tínhamos anteriormente, pois o coronavírus mudou radicalmente nossa forma de convivência em sociedade, e precisamos entender qual o impacto disso nas nossas relações econômicas. O plano vem no contexto de tentar conduzir a sociedade ao novo normal e à nova realidade”, enfatizou Pinho, acrescentando que o Minas Consciente funciona por adesão. “O município faz sua adesão e passa seguir suas regras, e o Governo do estado tenta organizar essa retomada a partir do diálogo e tentando caminhar junto com os municípios nesse sentido”.

Visitas remotas a pacientes internados

Durante a coletiva, o chefe de gabinete da SES falou também sobre a Lei 23.667, publicada no Diário Oficial do Governo estadual, no último sábado (27), que autoriza visitas remotas a pacientes com Covid-19 em hospitais. “Essa lei incluiu entre os direitos dos usuários do sistema de saúde a possibilidade de visita remota. Sabemos que, todas as vezes que temos uma lei sendo promulgada, ela tem um período para que a sociedade se adapte, e vai caber aos gestores dos hospitais fazer esse planejamento sobre como será realizada essa visita remota, observando todos os protocolos pertinentes, sanitários e de saúde”, disse Pinho, ressaltando que qualquer descumprimento da lei pode ser encaminhado para o Conselho Estadual de Saúde para apuração.

Transporte de pacientes

João Pinho informou ainda que a transferência de pacientes de outros municípios para internação em Belo Horizonte, quando é o caso, faz parte das políticas adotadas pelo Estado, inclusive por meio de parcerias com a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. “Já é convencional em Minas o transporte de pacientes. E, desde o início do enfrentamento da pandemia, desenvolvemos planos de contingências macrorregionais, que organizam a rede em prioridade, os hospitais de referência e, a partir disso, identificamos quais ações serão realizadas caso um paciente necessite de transporte para um atendimento ambulatorial, de internação ou até mesmo de uma UTI”.

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Tópicos: coronavírus

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