Covid-19: Governo aponta redução na velocidade de transmissão em Minas

Conforme dados da Secretaria de Estado de saúde, houve queda na quantidade de pessoas que cada infectado pode contaminar, o que pode indicar estabilização


Por Marcos Araújo

28/07/2020 às 17h31

O secretário de estado de saúde, Carlos Eduardo Amaral, afirmou, nesta terça-feira (28), que a velocidade de transmissão (Rt) do coronavírus já apresenta regressão, chegando a 0,98 em algumas regiões de Minas Gerais. Durante entrevista coletiva virtual à imprensa, o gestor da pasta ressaltou que, no início de março, o RT estava em 4, e essa atual redução pode significar que o estado está chegando a um nível de estabilização.

“Em março, quando nós avaliamos a epidemia e orientamos o isolamento, esse Rt estava em 4, e significava que uma pessoa estava passando a doença para quatro pessoas. Essas, passariam para 16, e se formaria uma progressão geométrica. Então, naquele momento, o isolamento foi extremamente oportuno para cortarmos a explosão de casos que aconteceria. Nas últimas semanas, o RT do estado variou entre 1,05 e 0,98, ou seja, tivemos momentos de regressão da pandemia. Já não temos aquele comportamento explosivo que vimos em outros momentos e que foi o que nos orientou a tomar medidas mais agressivas”, ressaltou Amaral, acrescendo que, neste momento, o que se pode avaliar é que o estado pode ter alcançado uma fase de estabilização. “Algumas flutuações podem acontecer, mas esperamos que, em breve, comece a cair abaixo de 1 e se mantenha, para sinalizar que estamos caminhando para um redução da epidemia”, afirmou.

PUBLICIDADE

Ainda durante a coletiva, Amaral explicou que o Rt mostra uma realidade passada, o que não significa que se repetirá no futuro, mas dá uma ideia do que ocorrerá. “Se estiver crescendo, o futuro pode ser pior; se estiver decrescendo, o futuro pode ser melhor”, disse. Conforme ele, o tamanho do território mineiro também é importante para justificar a variação entre os Rts, já que as regiões mineiras podem estar em momentos diferentes da epidemia de Covid-19.

Leitos disponíveis

Outro fator pontuado pelo gestor da saúde como indicativo de estabilidade é a demanda por internações. Como exemplo, Amaral citou o número de leitos de UTI disponíveis hoje – 3.655, com ocupação de 67,12%. “Há 15 dias, quando havia 3.457 vagas, a ocupação era de 70%. A demanda por internação tem se mantido basicamente a mesma, e o que esse aumento de leitos nos trouxe, efetivamente, foi uma redução da ocupação com o aumento da capacidade assistencial do estado”, enfatizou.

Futuro

O secretário de estado de saúde, Carlos Eduardo Amaral, concluiu a coletiva, destacando que Minas está no momento de pensar no futuro. “Podemos pensar em avançar na ondas (do programa Minas Consciente) ou avançar com a flexibilização de qualquer outro programa que alguma prefeitura tenha. Também é fundamental que o cidadão tenha o máximo de engajamento nas medidas, ou seja, eu entendo que é importante que cada um faça sua parte, que mantenha o uso de máscara, que mantenha o distanciamento, que mantenha a lavagem das mãos e a higiene ao máximo”, advertiu, lembrando que se essas medidas não forem tomadas, pode haver uma evolução no número de casos de infecção.

O conteúdo continua após o anúncio

Tópicos: coronavírus

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.