Governo diz que Minas Gerais vive platô da epidemia

Conforme secretário estadual de Saúde, recorde de óbitos registrado nesta quarta se deve a atraso na notificação


Por Marcos Araújo

22/07/2020 às 18h26

O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, afirmou que os dados de ocupação de leitos hospitalares e de mortes indicam que Minas Gerais está vivendo o momento de platô da epidemia da Covid-19. A afirmação foi feita durante coletiva virtual à imprensa, realizada nesta quarta-feira (22) e transmitida pelas redes sociais oficiais do governo mineiro. De acordo com Amaral, a fase de platô significa já existe certa estabilidade na curva de casos no estado. “Estamos acompanhando muito de perto os dados e indicadores de ocupação hospitalar e óbitos, e estamos vendo que houve uma redução na aceleração e no crescimento desses dados, e isso realmente sugere que estejamos vivendo o platô da epidemia, e que pode começar a regressão”, explicou.

Segundo Amaral, essa situação “mais favorável” em Minas tem relação com a adoção das medidas necessárias para o enfrentamento da pandemia por parte dos mineiros. “O resultado que estamos tendo até o momento, com o estado com uma das menores taxas de óbitos por cem mil habitantes, se deve à cooperação e ao engajamento da sociedade, no cuidado e distanciamento. Precisamos manter isso para que mantenhamos esse desempenho e tenhamos a liberação progressiva das orientações de isolamento”, ressaltou o gestor da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Todavia, conforme ele, as medidas de isolamento social devem ser mantidas para que tenha início a redução do número de infecções.

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‘Atraso’

Apesar disso, nesta quarta-feira, o estado voltou a bater recorde no registro de novas mortes em 24 horas, com 95 óbitos. Sobre a situação, o secretário estadual disse que a marca deve-se a “atrasos na notificação de óbitos ocorridos em dias anteriores”. “Temos, habitualmente, um atraso na notificação para a Secretaria de Estado de Saúde dos óbitos que ocorrem de sexta-feira a domingo. Eles tendem a acumular na segunda-feira, chegam para nós na terça-feira, quando consolidamos esses óbitos, e eles são confirmados no boletim da quarta-feira. Desses 95, obtivemos atraso médio de dois a seis dias de confirmação”, disse, acrescentando que a média de atraso nas confirmações em relação à data de constatação da morte está em torno de dez dias para 80% das ocorrências.

Além das 95 novas mortes, o boletim estadual epidemiológico desta quarta apontou que o estado atingiu 98.741 casos confirmados de infecção por coronavírus e 2.166 óbitos.

Testagem para grupo prioritários

Questionado por um internauta por meio das redes sociais acerca do motivo de o Estado não realizar testes para todas as pessoas com sintomas de Covid-19, Carlos Eduardo Amaral informou que a SES-MG segue protocolos do Ministério da Saúde, que orientam a testagem de grupos prioritários, como pacientes com sintomas graves, pessoas que evoluem para óbito, trabalhadores da saúde e da segurança pública com sintomas e detentos.

“O cenário do mundo é de restrição de insumos para a testagem”, assinalou Amaral, que acrescentou que ser importante saber que as pessoas que tiveram sintomas típicos da Covid-19 e evoluíram bem podem fazer, posteriormente, os testes rápidos para confirmação. Conforme o secretária, a SES-MG transferiu para os municípios mais de 500 mil testes. “É possível conferir se você teve ou não a Covid-19 baseado na testagem rápida, mas ela deve ser posterior ao final dos sintomas”, orientou.

Medicamento em Casa

Ao longo da coletiva, Carlos Eduardo Amaral disse o programa Medicamento em Casa, responsável por fazer a entrega de remédios nas casas de pacientes de grupos de risco para a Covid-19, já realizou o atendimento de mais de 5.300 pessoas.

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Segundo ele, com parceria da 99 Táxi e da Defesa Civil, foram realizadas mais de 10.200 viagens, com a entrega de 12.947 medicamentos. “Estamos conseguindo evitar que pessoas de grande risco compareçam às farmácias do Estado para pegar a medicação”, ressaltou.

Tópicos: coronavírus

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