SES monitora abastecimento de medicamentos no estado

Titular da pasta descartou risco de desabastecimento na rede estadual pelos próximos 30 dias, mas afirmou que há casos pontuais de hospitais que enfrentam o problema


Por Marcos Araújo

17/07/2020 às 17h47

O secretário de saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, afirmou que, pelo menos pelos próximos 30 dias, não há risco de faltar medicamentos em Minas Gerais. A afirmação foi feita durante entrevista coletiva virtual realizada nesta sexta-feira (17), transmitida pelas redes sociais oficiais do governo. O titular também ressaltou que a pasta se programou para o surgimento de gargalos ao longo da epidemia de Covid-19. Dessa forma, caso haja carência de remédio em alguns hospitais, a demanda será suprida pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG).

“Em relação à estruturação que nós fizemos para atendimento e enfrentamento à epidemia da Covid-19, podemos citar vários gargalos em momentos diferentes. No início da pandemia, houve dificuldade extrema para adquirir respiradores, e agora estamos chegando para uma dificuldade de recursos humanos e medicamentos. Ampliamos leitos, o que causou uma aceleração do uso de medicamentos. É importante lembrar que Minas tem uma rede de saúde que é eminentemente privada, que tem seus próprios canais para adquirir medicamentos. A Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais) tem estoque grande, para mais de 30 dias, e não tem risco de desabastecimento neste momento. Temos alguns casos pontuais de alguns hospitais que podem ter risco de desabastecimento, alguns que nos informaram e estamos monitorando”, disse Amaral.

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Anestésicos

O gestor da pasta também falou sobre medidas que o Estado adotou para impedir a falta de anestésicos nas unidades hospitalares de Minas. “De uma forma geral, a primeira medida que tomamos foi em março, quando sinalizamos com muita clareza que os prestadores deveriam suspender as cirurgias eletivas, com o objetivo de economizar os medicamentos, os insumos, os equipamentos de proteção individual também, porque poderiam ter escassez no futuro”, afirmou Amaral, acrescentando que, também no mês de março, foram distribuídos aos prestadores R$ 92 milhões, para aumento de estoque de equipamentos de proteção, anestésicos e outros insumos.

No último domingo (12), a Tribuna publicou reportagem sobre as medidas adotadas por hospitais e unidades de saúde de Juiz de Fora para contornar as dificuldades na compra de medicamentos, em razão da pandemia.

Epidemia horizontalizada

Ao longo da coletiva, o secretário Carlos Eduardo Amaral foi questionado a respeito do cenário epidemiológico verificado nesta semana, para quando foi projetado o pico de contaminação no estado. De acordo com o titular, a taxa de infecção da população está em 0,39%, e ainda não atingiu o patamar de 0,7%, quando, em outros estados e países, foi notada a diminuição de casos de contaminação por coronavírus. Amaral explicou que, no entanto, Minas pode sequer alcançar tal percentual.

“Nossa epidemia está mais horizontalizada, não tivemos um aumento grande de casos em período pequeno, o que foi importante para montar a rede de saúde. Já passamos de 3.400 leitos, com uma ocupação geral de 69%, ou seja, temos leitos vagos ainda. Podemos ter em algum local ocupação próxima a 100%, mas, atualmente, a ocupação mais alta por macrorregião é de 83%. Do ponto de vista de ocupação de leitos, não temos tendência explosiva de ocupação. Estamos vendo a semana inteira que estamos mantendo essa ocupação”, disse Amaral.

Isolamento social deve ser mantido

O secretário de saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, lembrou que, mesmo que essa semana termine a projeção do pico, é necessário que a população mantenha o isolamento social. Ele pediu para que as pessoas continuem mantendo as medidas para “que a semana que vem traga boas notícias para gente” em relação à flexibilização do comércio em mais regiões do Estado. “Cada pessoa que se cuidar será uma pessoa que bloqueará a transmissão do vírus, e com isso vamos sinalizar com muita clareza, nas semanas que virão, que poderemos ter uma redução da progressão da doença e a redução do isolamento de uma forma global”, pontuou o secretário.

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Tópicos: coronavírus

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