Governo de Minas amplia grupo de testagem para coronavírus na rede pública

População indígena passa a fazer parte de rol de prioritários aos exames; intenção da Secretaria de Estado de Saúde é seguir aumentando espectro


Por Tribuna

03/06/2020 às 15h02- Atualizada 03/06/2020 às 15h08

Em coletiva nesta quarta-feira (3), o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, revelou que a população indígena passou a fazer parte do grupo com prioridade de testagem para coronavírus. Os indígenas se juntam a profissionais da saúde e da segurança, estritos de liberdade e asilados no público-alvo da testagem feita pelos laboratórios da rede pública de saúde. A maior parte dos testes coletados pelo Governo de Minas Gerais, no entanto, ainda são feitos na rede privada.

Até o momento, 51.266 testes foram feitos no estado e contabilizados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG). Desses, 28.823 foram feitos por laboratórios da rede privada, enquanto 22.443 foram emitidos pela rede pública mineira. A diferença se dá, segundo Carlos Eduardo Amaral, pela maior amplitude do público-alvo dos laboratórios particulares em comparação aos públicos. “Eles (laboratórios privados) atendem muito a hospitais privados, mas também têm uma demanda de consultórios que possuem a solicitação da testagem. Naturalmente, tendem a ter um espectro maior de testagem”, explica o secretário.

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O interesse do Governo, no entanto, é ampliar este espectro de testagem havendo quantidade de testes disponíveis. “Na rede pública, na medida que nós tivermos cada vez mais a segurança do não desabastecimento de testes, nós iremos ampliando os públicos possíveis de serem testados”, projeta Amaral. Inicialmente, os profissionais da rede pública eram a prioridade única do estado, mas, com o transcorrer da pandemia, os demais grupos foram adicionados como prioritários.

Salto em confirmações

A aceleração na confirmação de pacientes infectados, que voltou a bater recorde nesta quarta-feira, foi novamente assunto da coletiva. O secretário estadual voltou a ligar o aumento de novos casos à maior disponibilidade de testes rápidos, mas salientou que o curso natural da pandemia também leva ao crescimento. “Ela (epidemia) só vai baixar o número de casos se tivermos um isolamento muito definitivo ou se chegarmos ao topo de, praticamente, 60% da população contaminada”, afirma.

Segundo Amaral, a secretaria segue monitorando diferentes dados para compreender o cenário atual da proliferação do coronavírus no estado. A estabilidade no aumento de óbitos em decorrência da doença, por exemplo, é um dos indicativos de que o salto em confirmações ocorre sobretudo em função da maior testagem. “Cruzando todos os dados, nós entendemos que há um aumento da epidemia, mas não tão grande”, assegura o secretário.

Catorze surtos no estado

Desde o início do período epidêmico, a SES foi acionada para conter 14 surtos de coronavírus, que são transmissões em local fechado ou em organizações. O dado foi revelado pelo chefe de Gabinete da SES, João Pinho, que citou as cidades de Barbacena, Brasília de Minas e Alvarenga como locais em que casos assim ocorreram. “A secretaria possui uma equipe específica para poder lidar com essas questões. Toda vez que a gente tem um surto que representa um potencial mais amplo para aquela organização, uma unidade de resposta rápida é deslocada para verificar qual a melhor forma de fazer o apoio naquele momento”, explica.

Conforme Pinho, a recorrência de surtos indica a cautela com que a epidemia deve ser tratada e reforça a necessidade da manutenção do isolamento. “Não é hora de a gente baixar a guarda. Quando a gente vê a existência dessa curva de contágio em aceleração e esses surtos, é importante intensificar as medidas de distanciamento para que dar um respiro ao nosso sistema de saúde”, analisa.

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Tópicos: coronavírus

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