Tupi fecha a campanha no Módulo II contra o Guarani, em Divinópolis

Juiz-foranos cumprem tabela e técnico vê falhas na montagem do elenco; donos da casa ainda lutam contra a queda


Por Gabriel Silva, sob a supervisão do editor Bruno Kaehler

27/08/2021 às 07h00

Com a permanência garantida no Módulo II do Campeonato Mineiro da próxima temporada, o Tupi fechará a edição 2021 do estadual no sábado (28), às 15h, em partida contra o Guarani, em Divinópolis. O confronto acontece no Estádio Waldemar Teixeira de Faria, o Farião, e ainda vale a sobrevivência na divisão de acesso para os mandantes.

O Galo Carijó deixou escapar qualquer possibilidade de acesso à divisão de elite na última rodada, quando foi derrotado pelo Villa Nova por 2 a 1 no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio. Com o resultado, a equipe juiz-forana ficou estacionada nos 11 pontos, caiu para a oitava colocação e ficou sete pontos atrás do rival local Tupynambás, que abre o G-4.

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“Estamos indo para a última rodada para honrar a instituição Tupi, um clube centenário, e o trabalho que foi realizado. A gente não quer entregar os pontos, mas encerrar da melhor maneira possível”, resume o treinador Rafael Novaes ao ser questionado sobre os objetivos do alvinegro na partida derradeira.

Para o último compromisso, o Tupi terá ao menos três desfalques: os atacantes Yan e Thiago André foram liberados do elenco e já não treinam mais em Santa Terezinha; e o goleiro Ésio teve proposta de outra equipe e também não se reapresentou. Com isso, um provável Galo para o último confronto tem Cassio; Adson, Douglas, Adalberto e Élder; Izaías, Albert Coquinho e Matheus Rezende; Esquerdinha, Júlio e Renan Amorim.

Mesmo como prioridade em treinos e orientações de Rafael Novaes, Tupi sofreu maior parte dos gols em bolas aéreas (Foto: Leonardo Costa)

Campanhas modestas

O Tupi chega à última aparição no Módulo II com poucos indicadores positivos. As três vitórias, somados aos dois empates e cinco derrotas sofridas nas dez rodadas posicionaram o Galo apenas na segunda metade da tabela. A equipe juiz-forana mostrou poder de fogo com 12 gols marcados, o terceiro melhor índice da competição até o momento. Entretanto, sofreu 15 gols, número pior apenas que o do lanterna Serranense, com 16 tentos.

Uma posição abaixo do Tupi e com 10 pontos, o Guarani necessita de ao menos um empate para assegurar a permanência. Com três vitórias, um empate e seis derrotas, a equipe de Divinópolis precisa de mais um ponto para garantir posição acima do Aymorés, que tem dois pontos a menos, mas com apenas um triunfo conquistado, primeiro critério de desempate.

A modesta campanha da tradicional equipe de Divinópolis ainda se destaca por ter a terceira pior defesa da competição, com 13 gols sofridos e o terceiro pior ataque, com sete tentos marcados. Assim como o Tupi, após o rebaixamento da divisão de elite do Mineiro em 2019, o Guarani vai para a terceira temporada longe da Primeira Divisão estadual em 2022. Resta saber se a equipe ainda terá fôlego para evitar um término ainda mais melancólico.

Montagem do elenco pesou, diz treinador

Para o treinador Rafael Novaes, o Tupi falhou na montagem de elenco. Na interpretação do juiz-forano, o elenco formado carecia de qualidade nas bolas aéreas e nas jogadas mais físicas. “A gente trabalhou com os atletas que lá estavam e não havia essa característica de bola aérea. Mas tentamos da melhor maneira possível, foi um time que propôs jogo em todo campeonato, mas esbarramos nesses aspectos que eu falei”, avalia Novaes, que não teve participação na montagem de boa parte do plantel alvinegro.

Se não obteve a classificação para o quadrangular final, a permanência no Módulo II foi comemorada pelo técnico, que se colocou à disposição para participar do planejamento do Tupi para 2022. “Eu conversei com o (presidente) Juninho, mas em relação ao ano que vem não tem nada definido. A gente sai de cabeça erguida com o trabalho, que foi com muita dificuldade, mas que a gente soube extrair ao máximo daquilo que foi colocado à nossa disposição”, conclui.

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Temporada conturbada

Se dentro de campo o Tupi não alcançou o sonhado acesso, fora dele, a temporada apresentava dificuldades por problemas nos bastidores alvinegros desde os primeiros meses da preparação para o Módulo II. No dia 19 de junho, uma reportagem da Tribuna revelou denúncias de jovens atletas e de ex-funcionários do Tupi sobre a cobrança de R$ 300 a R$ 4.500 para avaliações nas clínicas e até mesmo promessas de profissionalização para integrar o elenco que vai disputar o Módulo II. Os relatos deram origem à investigação na Polícia Civil, que segue apurando as possíveis irregularidades na gestão do Galo Carijó.

Outros efeitos foram sentidos diretamente na gestão do futebol do clube e na preparação para o Campeonato Mineiro. Faltando 13 dias para o início do Módulo II, o Alvinegro rompeu a parceria com o investidor Flávio Tavares. Com isso, o treinador Anderson Florentino, o gestor Lebeo Ribeiro e oito atletas deixaram o clube. O técnico Rafael Novaes assumiu o cargo com menos de duas semanas para preparação para a estreia.

Tópicos: Módulo II / tupi

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