Comércio de JF deve abrir 900 vagas temporárias para o Natal

Expectativa é do Sindicomércio, que ressalta ainda a possibilidade de 30% dos contratados se efetivarem no próximo ano. Admissões devem ganhar fôlego a partir do próximo dia 15


Por Fabíola Costa

12/10/2018 às 07h00

Na área central da cidade, algumas vitrines já anunciam a existência de vagas para vendedores (Foto: Leonardo Costa)

Juiz de Fora deve abrir entre 900 e 1.100 vagas temporárias para atender as demandas de final de ano. Esta é a expectativa do Sindicato do Comércio (Sindicomércio) a pouco mais de dois meses para o Natal. Apesar de a decoração natalina ainda ser tímida nas ruas, nas vitrines é possível encontrar vários anúncios de vagas, especialmente para vendedores. No país, a aposta é que sejam abertas mais de 400 mil oportunidades com este perfil nos últimos quatro meses do ano, alta de 10% ante igual período de 2017. Só em Minas, o número pode chegar a 16 mil, conforme a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem).

Para o presidente do Sindicomércio, Emerson Beloti, na prática, as admissões devem ficar mais próximas de 900, uma aposta mais conservadora, reconhece, em função dos impactos do ano eleitoral. “A política atrapalha, todos os negócios estão muito arrastados.” Para ele, criar 1.100 oportunidades no município é muito otimismo, principalmente em um ano considerado atípico. Na sua opinião, porém, mais importante do que atingir essas cifras, é manter o percentual de 30% de efetivados no início do próximo ano. “O importante é que o trabalhador continue no emprego.”

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Segundo Beloti, há uns quatro anos, o início das contratações acontecia em setembro em Juiz de Fora. Esse ano, as admissões propriamente ditas devem ganhar fôlego a partir do dia 15 deste mês, estendendo-se até 15 de novembro. A abertura de oportunidades, diz, deve ser maior nos estabelecimentos especializados em vendas para o final do ano, mas não se restringe a eles, incluindo supermercados, farmácias e chocolaterias. Apesar de ainda não ter realizado sondagem, junto aos lojistas, sobre as expectativas para a data, Beloti prefere se manter confiante de que a principal data do ano para o comércio apresentará bons resultados. “O comércio precisa muito dessas vendas de época justamente para cobrir os custos. Precisamos dar emprego, para que as pessoas voltem a consumir, e a roda da (economia) comece a girar.”

Pesquisa divulgada, essa semana, pela Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio MG) aponta que cerca de 16,4% dos empresários pretendem contratar temporários a partir do próximo mês, apostando no crescimento das vendas. O volume é praticamente o mesmo do ano passado (16,3%) e superior aos 11,9% apurados em 2016. Entre as empresas que contrataram em 2017 e irão repetir o ato neste ano, o total de novos postos será ampliado ou mantido para quase 90% dos entrevistados, resultado de um ambiente econômico mais favorável. “Observamos a inflação sob controle e os juros mais baixos, além de uma reação, ainda que lenta, do emprego, o que gera uma boa perspectiva para o período de Natal e Réveillon”, destaca o economista Guilherme Almeida. Outros fatores que irão contribuir para a contratação de temporários são a melhora na confiança do consumidor nos últimos meses, em função de um ganho real na renda, e o aumento na confiança do empresário, dado o desempenho favorável nas datas comemorativas ao longo de 2018.

Especialistas orientam customizar o currículo, mantendo-o atualizado, enxuto e atrativa para contratações (Foto: Leonardo Costa)

As principais demandas para o período são por vendedores (61%), operadores de caixa (14,6%), assistente de loja (9,8%) e estoquistas/repositores (6,1%). O segmento de tecidos, vestuário e calçados (42,6%) seguido por livros, jornais, revistas e papelarias (20%) são os que prometem mais oportunidades de trabalho para essa data. Outro ponto positivo da pesquisa é que, em apenas 17,4% das empresas, a possibilidade de efetivação dos novos funcionários é nula. Já para 41,3%, as chances são altas ou muito altas. “No comércio, a mão de obra precisa ter um perfil diferenciado: ser comunicativa e se relacionar bem com o público. Se o profissional tiver esses atributos e alcançar um bom nível de vendas no final do ano, ele pode conquistar o emprego definitivamente a partir de janeiro”, completa o economista.

Oportunidade de recolocação mais rápida

A presidente da Asserttem, Michelle Karine, explica que, apesar da sinalização positiva, em momentos de incerteza econômica, como o atual, a contratação temporária representa uma alternativa mais viável às empresas, que precisam ter condições de atender à demanda aquecida, seja no comércio ou na indústria. “Nesses momentos, fica difícil para as empresas investirem em despesas fixas, diante de receitas flutuantes.” Para ela, o trabalho temporário é o mais viável para atender a demanda de flexibilidade e de rápida mobilização de mão de obra. “É a única modalidade de contratação com prazo flexível na legislação trabalhista brasileira, atendendo as necessidades transitórias com maior eficiência.”

Conforme Michelle, a estimativa é que 434.429 novos postos de trabalho temporários sejam ofertados entre setembro e dezembro de 2018, ante 394.935 empregos originados no mesmo período de 2017. A executiva explica que o número previsto para este ano fica ainda mais representativo se comparado ao total de vagas de 2016, quando foram geradas 355.322 oportunidades. Neste caso, a alta sobe para 22%, mas ainda longe de alcançar o montante verificado no fim de 2014, quando 490.435 pessoas retornaram ao mercado de trabalho, antes da crise econômica se intensificar e deixar um histórico de desemprego, estagnação da economia e baixo poder de consumo. Pelas contas da Asserttem, Minas Gerais deve ser o quinto estado com maior número de oportunidades no país, com 16.330 vagas abertas, alta de 3,76% ante igual período de 2017, quando foram criadas 14.845 oportunidades com este perfil.

Para a presidente, a contratação temporária é oportunidade de recolocação mais rápida no mercado de trabalho formal, além de porta de entrada para o emprego efetivo. O pico de contratações no comércio, avalia, acontece em novembro. Conforme a especialista, o regime jurídico do trabalho temporário prevê que o funcionário tenha praticamente os mesmos direitos do efetivo, como remuneração equivalente, recebimento de horas extras de acordo com a categoria da empresa onde estiver prestando o trabalho, adicional por trabalho noturno, repouso semanal remunerado e férias proporcionais, 13º salário, FGTS e proteção previdenciária. “É importante o trabalhador estar atento.” O registro do trabalho temporário, explica, é feito na página de anotações gerais da carteira de trabalho, e o contrato de trabalho deve ser feito por uma agência devidamente autorizada e registrada no Ministério do Trabalho.

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Especialista dá oito dicas para aproveitar uma oportunidade

O administrador Luciano Santana Pereira, com MBA em Gestão de Recursos Humanos, coach e gestor de carreiras, preparou oito dicas que auxiliam no momento da procura – e da efetivação – de uma oportunidade de trabalho. Entre elas, ele cita customizar o currículo, mantendo-o atualizado, enxuto e atrativo; demonstrar entusiasmo, comprometimento e responsabilidade; ter conhecimento sobre a empresa a qual está disputando uma vaga; ser proativo; estabelecer uma boa comunicação no ambiente corporativo; saber trabalhar em equipe e procurar sempre impactar de forma positiva. “Faça tudo com afeto e dedicação. Isso, sem dúvidas, fará com que as pessoas criem uma referência de qualidade e competência associada a seu nome e imagem.”

Tópicos: negócios

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