Potencial de consumo chega a R$ 15 bilhões em JF

Município manteve a quarta colocação no estado, mas perdeu quatro posições em relação aos demais municípios brasileiros


Por Fabíola Costa

18/07/2019 às 07h00- Atualizada 18/07/2019 às 08h00

Um aspecto é a abertura de novas empresas no município entre 2018 e 2019. São mais 9.059 negócios formais na cidade, com destaque para o setor de serviços (Foto: Fernando Priamo)

O potencial de consumo de Juiz de Fora chega a R$ 15,06 bilhões este ano. Com esta cifra, a cidade ocupa a quarta posição no estado e a 41ª no país. Na comparação com o ano anterior, o município manteve a colocação no estado, mas perdeu quatro posições em relação aos demais municípios brasileiros. Em Minas, Juiz de Fora só perde para Belo Horizonte, Uberlândia e Contagem, nessa ordem. Estes são alguns dos resultados apresentados pelo IPC Maps, estudo especializado no cálculo do potencial de consumo nacional, com base em dados oficiais, realizado pela IPC Marketing Editora.

Conforme o responsável pelo IPC Maps, Marcos Pazzini, de 2018 para 2019 Juiz de Fora teve desempenho contrastante ante a maioria das cidades do interior do país, pois perdeu participação no cenário nacional. Em 2018, de cada R$ 100 gastos no país, R$ 0,34 saíram do bolso dos juiz-foranos. Em 2019, a cifra caiu para R$ 0,32, o que custou quatro posições no ranking nacional de consumo. Juiz de Fora foi ultrapassada por São José do Rio Preto, Cuiabá, Londrina e Maringá, enumera.

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Ainda segundo Pazzini, a cidade apresentou crescimento na quantidade de domicílios das classes A, C e D/E, mas os valores de potencial de consumo das classes A e B caíram em relação a 2018. “Os valores de potencial de consumo por domicilio das classes A e B tiveram queda entre 2018 e 2019 e, como essas são as classes com mais dinheiro, a perda refletiu no desempenho do município.”

A pesquisa aponta que os domicílios urbanos da classe A cresceram 14,6% em Juiz de Fora, de 5.289 para 6.062 de um ano para o outro. Já os da classe B recuaram 0,7%, de 54.259 para 53.885. Nas classes C e D/E também houve alta de 0,4% e 0,3%, respectivamente. Em todos os grupos, o aumento verificado foi de 0,5%.

Em relação ao consumo, a queda, entre todas as classes, foi de 0,5% em Juiz de Fora. A classe A recuou em 21,5% o consumo, de R$ 2,538 bilhões para R$ 1,992 bilhões. No caso da classe B, caiu de R$ 6,424 bi para R$ 5,972 bi (-7%). As classes C e D/E apresentaram altas de 16,2% e 9,4%, respectivamente.

Um aspecto positivo, avalia Pazzini, é a abertura de novas empresas no município entre 2018 e 2019. São mais 9.059 negócios formais na cidade, com destaque para o setor de serviços ( com mais 5.381 estabelecimentos abertos), seguido por comércio (1.907) e indústria (1.730).

Crescimento no interior

No país, a avaliação é de que o consumo das famílias brasileiras continuará crescendo, como também deverá impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB). Ainda segundo o levantamento, as capitais perderão espaço no consumo (de 29,6% em 2018 para 28,9% este ano) e, em contrapartida, o interior dos estados voltará a dar sinais de recuperação, elevando de 54% para 54,4% a movimentação de recursos este ano. Com mais de 210 milhões de habitantes, o Brasil concentra 84,8% dos seus cidadãos (178,1 milhões) na área urbana, que respondem pelo consumo per capita de R$ 24.420,15. Em Juiz de Fora, o consumo per capita é de R$ 26.573,99 ao ano (urbano).

Classe B puxa cenário

Mesmo com presença reduzida em quantidade de domicílios, a classe B continua puxando o cenário de consumo: representa 20,97% dos domicílios e encabeça o ranking com 38,41% (cerca de R$ 1,67 trilhão) dos recursos que serão gastos pelos brasileiros em 2019. Em Juiz de Fora, o grupo constitui 26,3% dos domicílios e responde pelo maior potencial de consumo R$ 5,971 bilhões. Cada vez mais próxima, a classe C aparece, no país, com 37,5% (cerca de R$ 1,63 trilhão) dos desembolsos, representando 48% das residências. Na cidade, os desembolsos chegam a R$ 5,9 bilhões e constituem mais da metade das moradias urbanas (51,7%).

O desempenho dos 50 maiores municípios brasileiros, embora em ligeira queda, equivale a 39,43% ou R$ 1,848 trilhão de tudo o que é consumido no território nacional. No ranking dos municípios, os maiores mercados permanecem sendo, em ordem decrescente, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que subiu uma posição e ultrapassou Brasília, seguidos por Salvador, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre e Manaus, que recuperou o 9º lugar, derrubando Goiânia para o 10º. Cidades interioranas, como, Campinas, Guarulhos, Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo e São José dos Campos (SP), São Gonçalo e Niterói (RJ), Joinville (SC), Uberlândia (MG) e Caxias do Sul (RS), entre outras, também ganham destaque nessa seleção.

Manutenção do lar, alimentação e transporte representam os maiores gastos

Além de traçar um comparativo por classes sociais, o estudo também revela onde os consumidores gastam sua renda. Nesse quesito, o cenário continua praticamente igual ao do ano passado, com os seguintes itens básicos no topo da lista: manutenção do lar (incluindo alugueis, impostos, luz, água e gás); alimentação (no domicílio e fora), transportes e veículo próprio; medicamentos e saúde; vestuário e calçados; materiais de construção; recreação, cultura e viagens; eletrodomésticos e equipamentos; educação e higiene pessoal; móveis e artigos do lar; bebidas; artigos de limpeza; e fumo.

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A exemplo dos últimos anos, a população segue envelhecendo. Em 2019, mais de 29 milhões de brasileiros terão 60 anos ou mais, sendo a maioria formada por mulheres. Na faixa etária economicamente ativa, de 18 a 59 anos, esse número é de 127,2 milhões ou 60,5% do total. Representando a minoria, os jovens e os adolescentes, entre 10 e 17 anos, somam 24,4 milhões, sendo superados pelas crianças de até nove anos, que já representam 29,4 milhões.

Sobre o estudo

Publicado anualmente pela IPC Marketing Editora, o IPC Maps mensura o potencial de consumo por categorias de produtos para cada um dos 5.570 municípios do país, com base em dados oficiais, através de versões em softwares de geoprocessamento. Para estratificar as classes, foi adotada como parâmetro a renda média domiciliar: classe A (R$ 23.345,11), classe B (de R$ 5.363,19 a R$ 10.386,52), classe C (R$1.691,44 a R$ 2.965,69) e D/E (R$ 708,19).

Tópicos: negócios

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