Dudu Lima, Luizinho Lopes e Estêvão Teixeira fazem shows no fim de semana
De sexta a domingo, a MPB embala a noite em Juiz de Fora
O fim de semana musical em Juiz de Fora terá três shows, um por dia, para quem curte a MPB e/ou a música instrumental em todos os seus ritmos, sendo que dois deles marcam as comemorações dos 40 anos de carreira de Estêvão Teixeira e Luizinho Lopes. Estêvão se apresenta no domingo (23), às 20h30, na Arteria, e Luizinho Lopes faz show sábado (22), às 19h, na Sociedade Filarmônica de Juiz de Fora. Antes, na sexta-feira (21), às 19h, tem apresentação do Dudu Lima Trio no Teatro Clara Nunes, no Sesc Juiz de Fora, com entrada franca.
A apresentação de Estêvão Teixeira na Arteria marca os 40 anos de uma carreira que, na ponta do lápis, poderia ser oficialmente 42 anos, quase 43. Como o próprio flautista detalha, sua primeira apresentação musical teve início às 20h de 3 de janeiro de 1976, quando fez parte da banda que acompanhou Cartola e Nelson Cavaquinho no Cine-Theatro Central. “Eu estudava flauta havia apenas um ano quando fui convidado, então prefiro contar minha carreira a partir do momento que atingi os 18 anos e, consequentemente, a maioridade”, justifica.
Estêvão será acompanhado do trio que participou das gravações de seus quatro álbuns, além de um DVD: Jurim Moreira (bateria), Adriano Giffoni (baixo) e Cristovão Bastos (teclados). No repertório, músicas já conhecidas do público, como “Buena Vista Juiz de Fora”, “Indo pra Ibitipoca”, “Sentimento em Minas” e “Arco”, entre outras, além das inéditas “Entre o dia e a noite” e “Ailton Krenak” (homenagem ao líder indígena), mais duas de Cristovão Bastos, “Todo sentimento” e “Tua cantiga”, parceria com Chico Buarque.
Além de celebrar a própria trajetória, o show de sábado servirá para Estêvão Teixeira homenagear o compositor e arranjador Ian Guest, com quem estudou harmonia e arranjo e trabalhou na escola criada por Ian, a Cigam (Centro Ian Guest de Aperfeiçoamento Musical), durante 13 anos. “É muito importante homenagear as pessoas quando ainda estão vivas, e ele estará no show. O Ian está com quase 80 anos e foi professor de muita gente importante, como o Toninho Horta, Arthur Maia (que morreu no último sábado, aos 56 anos)”, diz o flautista, que acrescenta ainda sobre a felicidade de ter no palco amigos de longa data. “Esse trio me acompanha desde 1998, quando lancei meu primeiro CD, e nos três seguintes, mais o DVD. É muito difícil ter um grupo maravilhoso desses há tantos anos, sempre disponíveis para tocar e gravar, me sinto honrado de tê-los. O Jurim é o atual baterista da banda do Chico Buarque, substituindo o Wilson das Neves (morto em 2017). O Cristovão é parceiro do Chico em composições, e o Giffoni toca com o Roberto Menescal.”
Olhando para sua trajetória, Estêvão Teixeira vê com alegria a possibilidade de poder comemorar os 40 anos de carreira com amigos, familiares, conhecidos e até mesmo quem ainda terá a oportunidade de conhecer seu trabalho. “Primeiramente é a felicidade de estar vivo, afinal perdemos há poucos dias um grande amigo, o Arthur Maia. Depois há a felicidade por ter conseguido fazer tudo que fiz, ser um sobrevivente da arte, da música, num país em que essas coisas são tão difíceis, complicadas, em que muitos grandes artistas acabam na miséria. Foi uma trajetória de muita luta, na qual tive muito apoio da minha esposa, mas conseguimos criar nossos dois filhos assim. É uma vitória poder viver de música”, diz.
O músico e compositor já tem planos para 2019. “Tenho algumas composições novas, além das que aparecerão no show, e certamente teremos um novo álbum. É um trabalho voltado à parte rítmica, pois tenho muita ligação com o atabaque, meu primeiro instrumento quando tinha 6 anos”, adianta.
Mais shows, mais comemorações
Quem também celebra 40 anos de trajetória musical é o cantor e compositor Luizinho Lopes, com seu novo show, “Dossiê 40”. Acompanhado por Bré Rosário (percussão e voz), Daniel Drummond (guitarra e voz), Andréa Monfardini e Elisa Bara Zaghetto (voz), o repertório terá canções de todas as fases do artista, que realizou as primeiras apresentações em 1978. A mais antiga é “Vice-versa”, de 1980, e o show terá ainda músicas dos mais recentes álbuns, num total de cinco na carreira (mais um DVD).
A direção musical do show é de Ricardo Itaborahy, com produção de Maria Elisa Duarte, cenografia de Fernanda Cruzick e iluminação do diretor teatral Marcos Marinho. A apresentação terá, ainda, a participação especial do Dudu Lima Trio.
O Dudu Lima Trio, aliás, tem trabalho dobrado neste fim de semana. O grupo formado por Dudu Lima (baixo), Ricardo Itaborahy (piano e voz) e Lendro Scio (bateria) se apresenta nesta sexta-feira (21), no Sesc, com entrada gratuita. O show “Som de Minas” terá o mesmo formato das apresentações realizadas em novembro, na Europa, quando o trio passou por Roma (Itália), Bruxelas (Bélgica) e Praga (República Tcheca). Já o último show do ano será no próximo dia 28, às 20h, no Experimental Container Bar.
O Dudu Lima Trio terá ainda a exibição neste sábado (22), às 23h45, pela Rede Minas, do show “Dudu Lima Trio convida Stanley Jordan”, gravado com o guitarrista norte-americano em junho, em Belo Horizonte. O especial terá reprises na próxima terça-feira (25), às 23h15, e no dia 31 às 22h15.