Festival de jazz reúne músicos locais e nacionais em JF
Segunda edição do Festival Jazz da Montanha tem início nesta quarta-feira (14) no Teatro Paschoal Carlos Magno com entrada franca
Realizado pela primeira vez em 2014, o Festival Jazz da Montanha ocupou o espaço do CCBM para uma série de shows que privilegiavam a música instrumental. O tempo passou, a crise econômica mostrou que seria terrível, e o evento foi um dos que sentiu os efeitos do turbilhão por qual passou e ainda passa o país. Tudo muda, porém, a partir desta quarta-feira (14), quando enfim terá início a segunda edição do evento. Com um novo local, o Teatro Paschoal Carlos Magno, o festival terá nove shows em sua programação, todos com entrada gratuita, até o próximo sábado (17), além da realização de três workshops no Maquinaria. Os ingressos para as apresentações podem ser retirados no link sympla.com.br/jazzdemontanha
O retorno do evento foi possível graças ao patrocínio da Cemig por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, com atrações locais, de Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, com direito a muita música instrumental, lançamento de CD e DVD, encerramento de turnê e tributo ao músico juiz-forano Big Charles, morto em janeiro deste ano aos 73 anos, na sexta-feira (16).
A abertura será nesta quarta, às 18h, com a Banda Tenente Januário, com regência do maestro Rômulo Ferreira. Na sequência, às 19h30, vem o Chadas Ustuntas Quinteto, selecionado por meio de edital realizado pela organização do evento. “A Tenente Januário representa uma linguagem musical muito importante de Minas, que são as bandas de música, muitas delas centenárias, que existem pelo interior, tradição que merece ser fortalecida”, diz Breno Mendonça, responsável pelo festival ao lado de Carolina Serdeira. Ele acrescenta, ainda, a surpresa pela quantidade de inscritos de alta qualidade – no total, foram 15 grupos, envolvendo dezenas de músicos.
“Tivemos dificuldade para selecionar e, por conta disso, esperamos aumentar o número de nomes por meio do edital nos próximos anos. Mesmo que a pessoa não entre, ela teve o trabalho de juntar o grupo, ensaiar, compor, gravar (era preciso enviar três gravações para avaliação). É uma motivação muito grande para o cenário local, tanto por criar novos grupos quanto para os que estão em atividade continuem se movimentando. Isso acaba deixando um legado.”
A terceira e última atração da noite de abertura é o guitarrista Samy Erick, com show baseado em seu primeiro disco, “Rebento”, lançado em 2017 e vencedor deste ano do Prêmio Marco Antônio Araújo de melhor disco instrumental produzido em Minas Gerais. O artista será acompanhado por Gladston Vieira na bateria, Aloízio Horta no baixo, Alexandre Andrés na flauta e Breno Mendonça no saxofone.
Lançamentos e tributos
Na quinta-feira (15), o primeiro show será às 19h30, reunindo o compositor, cantor, violonista e arranjador Sérgio Santos com o músico Nailor Proveta, além da participação especial da cantora Maíra Manga. Na sequência, às 21h, Carolina Serdeira faz o show do lançamento do DVD em que comemora dez anos de carreira. Produzido por meio da Lei Murilo Mendes, ele foi gravado em novembro de 2017 no Teatro da Praça CEU, em Benfica. “É muito especial para mim lançar o DVD no festival e na minha terra, com a família, amigos.” No palco, Carol será acompanhada por Breno Mendonça (saxofone e direção musical), Samy Erick (violão e guitarra), Bruno Vellozo (baixo) e Gladston Vieira (bateria). O show conta ainda com as participações especiais de Juliana Stanzani (voz) e Renato da Lapa (violão).
Na sexta-feira (16), às 19h30, acontece a homenagem a Big Charles, com alguns dos músicos e artistas que acompanharam o baterista em suas cinco décadas de carreira: Márcio Hallack (piano), Kim Ribeiro (flauta), Berval Moraes (baixo), Estêvão Teixeira (flauta), Guilherme Stephan (bateria), Gilberto Cipriano (trompete), Daniela Aragão (voz), Pedro Henrique Guedes (voz) e Breno Mendonça (sax tenor).
“Ele foi e ainda é uma grande referência, tendo sido professor e mestre de muitos músicos e artistas de Juiz de Fora. O Big Charles era um mestre na linguagem da improvisação. Assim como sua geração e as seguintes, é um exemplo dessa tradição local de música instrumental que é referência nacional”, diz Breno. “Muitos músicos de Juiz de Fora estão espalhados por aí ou fazendo música instrumental em nossa cidade.Um dos objetivos do festival é expandir essa oportunidade de o público conhecer e ter contato com esse gênero, continuando essa história de formação de músicos e apreciadores, o que aumenta a importância da realização dos workshops no Maquinaria. Os músicos, além de assistir aos shows desses grandes mestres, podem aprender na prática.”
O segundo e último show da sexta-feira será do Nivaldo Ornelas Quarteto. O grupo é liderado pelo saxofonista, flautista, compositor e arranjador Nivaldo Ornelas e que conta com alguns nomes de destaque da música instrumental brasileira: Kiko Continentino (piano), Sérgio Barrozo (baixo acústico) e Paulo Braga (bateria).
Última noite
Para encerrar a segunda edição do Jazz de Montanha, o sábado (17) terá, às 19h30, o instrumentista e compositor mineiro Thiago Delegado, que promove o lançamento do álbum “Sambetes Vol. 1”, quarto trabalho de sua carreira e que se dedica ao sambete, estilo consagrado nos anos nas décadas de 50 e 60 pelo criador da bossa nova, Roberto Menescal. Thiago será acompanhado por Deangelo Silva (teclado), Aloízio Horta (contrabaixo) e André Limão Queiroz (bateria).
O último show do evento, às 21h, é também o de encerramento da turnê de divulgação do álbum “Redescobrir – Elis Regina”, em que as cantoras Carolina Serdeira e Malvina Lacerda prestam tributo à cantora gaúcha. O repertório revisita alguns dos clássicos gravados por Elis, como “O bêbado e o equilibrista”, “Nada será como antes” e “Alô, alô, marciano”, e as duas cantoras são acompanhadas por Deangelo Silva no teclado, Aloízio Horta no baixo, Paulo Fróis na bateria, Breno Mendonça no saxofone, Ulisses Luciano no trompete, João Machala no trombone e Samy Erick no violão e guitarra. “Pretendemos homenagear um artista brasileiro a cada ano, e vamos revelar om próximo no início de 2019”, conclui Carolina.
Tópicos: música