Jovens são presos após confusão em baile funk na Zona Norte

Armas foram apreendidas com rapaz cujo carro teria sido incendiado; casa de show já tinha sido interditada pela PJF


Por Marcos Araújo

24/01/2022 às 19h26

Dois jovens foram detidos pela Polícia Militar na madrugada de sábado (22), no Bairro Nova Era, Zona Norte de Juiz de Fora, após uma briga de gangues entre participantes de um baile funk. Conforme a PM, um veículo foi incendiado, e dois revólveres foram apreendidos. O local onde a festa era realizada já tinha sido alvo de interdição da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) havia cerca de uma semana, mas moradores relataram à Tribuna que o problema, que vem comprometendo a segurança e o sossego da comunidade, continuou ocorrendo.

Conforme o Registro de Evento de Defesa Social (Reds), a PM foi acionada por volta das 1h30 do sábado para comparecer à Rua Doutor Dias da Cruz, após o Corpo de Bombeiros ter recebido chamado para atuar em uma tentativa de incêndio em veículo que estava estacionado da via. No local, os policiais se depararam com a realização do baile funk e com uma briga, e perceberam que um dos envolvidos na rixa teria tentado pegar um revólver calibre 38 com cinco municções em seu veículo. O homem, de 20 anos, foi abordado e preso. Ainda durante a ação, um adolescente, de 16 anos, também foi localizado portando um revólver calibre 22 com quatro munições e foi apreendido.

PUBLICIDADE

Ainda segundo o registro policial, o carro que pegou fogo apresentava danos nos vidros, que teriam sido cometidos pela pessoa responsável de atear fogo ao automóvel. O veículo era de propriedade dos dois jovens conduzidos à delegacia. O Reds também informa que não foi necessário realizar o combate às chamas, e que foi dispensado o apoio de outra viatura dos bombeiros com água.

Moradores denunciam transtornos

Apesar de os dois envolvidos armados terem sido presos e de a polícia ter atuado no local, a ocorrência de sábado trouxe à tona o problema de perturbação de sossego e insegurança que a comunidade vem enfrentando. Na última semana, a Prefeitura informou que interditou a casa de shows localizada na referida rua do Bairro Nova Era porque o estabelecimento não tem alvará de funcionamento. No dia 15 de janeiro, o local havia sido lacrado pela PJF e pela PM por desrespeitar ordem de interdição expedida anteriormente pela Prefeitura.

Entretanto, segundo moradores, as questões vão além da falta de alvará. De acordo com eles, o local não tem estrutura e condições para funcionamento de um baile, uma vez que se trata de um galpão antigo, com janelas quebradas, passagens fechadas por tábuas e tapumes e sem qualquer isolamento acústico. “Eles começam os bailes por volta de 21h, 22h e seguem até 5h. As pessoas fazem xixi nas portas das casas, além de usarem as varandas e garagens como motel”, relatou um dos moradores à Tribuna. “Jogam garrafas
e outros objetos por todo lado. A gente não consegue mais dormir no fim de semana”, diz o morador, que prefere não ser identificado.

Outro morador, cuja identidade também será preservada, afirmou que os bailes vêm ocorrendo sempre nas noites de sexta para sábado e que isso tem provocado muitos transtornos para o bairro. “O local onde os bailes acontecem é alugado e não tem estrutura para a realização desse tipo de evento, pois é um local aberto sem preparação para acústica, o que impede o sono das pessoas que moram ao redor. Além disso, quem sai de casa não pode chegar tarde, porque depois de determinado horário é impossível entrar com os carros na garagem. Se estiver a pé, a situação é pior, porque fica perigoso, e todos temem pela sua integridade física. Assim, perdemos a liberdade de ir e vir”, lamenta. A expectativa dos moradores era de que, com a interdição do local, a situação fosse regularizada, entretanto, a situação vivenciada neste sábado voltou a preocupar a comunidade.

A Tribuna procurou a Prefeitura, que informou estar apurando a situação.

O conteúdo continua após o anúncio

Tópicos: polícia

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.