Profissionais de saúde relatam exaustão e apreensão com piora da pandemia em JF

Sindicatos apontam aumento da carga horária de trabalho e criticam falta de testagem entre trabalhadores


Por Carolina Leonel

20/12/2020 às 07h00

“Eu me lembro de quando chegou o primeiro caso (de Covid-19) para nós. Era uma insegurança total. Nos questionávamos se estávamos nos paramentando de forma adequada, tínhamos medo de nos contaminar e levar a doença para nossas casas. Mas também tínhamos esperança de que fosse passar rápido, que fosse coisa de dois, três meses. Mas (a pandemia) está persistindo até hoje, e nós estamos exaustos”. O relato do técnico de enfermagem Valtecir da Silva Oliveira, que atua há nove meses no Centro de Tratamento Intensivo exclusivo para pacientes com Covid-19 no Hospital Regional Doutor João Penido, ilustra o cansaço e a apreensão dos profissionais de saúde de Juiz de Fora frente ao aumento do número de hospitalizações em razão do coronavírus na cidade.

Conforme narra Valtecir, no começo da pandemia, a tensão fazia com que ele e colegas sentissem sintomas que, em alguns casos, eram somente psicológicos. “Sempre achávamos que tínhamos nos contaminado”, diz. Hoje, porém, além do receio de se infectar e propagar a doença, há também cansaço, ansiedade e exaustão, sentidos por Valtecir e demais profissionais de saúde que, desde março, estão na luta diária contra o coronavírus.

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“Hoje chegamos nos plantões e os leitos estão todos lotados, a central (de regulação) precisando de vagas. Isso nos desanima e assusta”, diz Valtecir da Silva Oliveira, técnico de enfermagem que atua no CTI Covid do Hospital Regional Dr. João Penido (Foto: Arquivo Pessoal)

No momento em que esse texto é redigido, o número de pessoas que perderam a vida para a Covid-19 em Juiz de Fora já tinha ultrapassado 430. Entretanto, conforme levantamento da Tribuna, com base nos boletins diários divulgados pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), boa parte destes óbitos ocorreu nos últimos 30 dias. Somente nos primeiros 15 dias de dezembro, 83 pessoas tinham morrido vítimas da doença, um dos fatores que contribuiu para que este mês se tornasse um dos mais graves da pandemia. Além das mortes, a cidade assiste o número de contaminados crescer a centenas diariamente, bem como a quantidade de internações, que tem batido sucessivos recordes.

Diante desse cenário, agravado principalmente pelo afrouxamento das medidas de prevenção e redução do isolamento social, e ainda sem consistentes definições sobre uma possível vacinação contra o coronavírus no Brasil, o técnico de enfermagem Valtecir da Silva Oliveira desabafa: “Parece que estamos enxugando gelo. (…) Hoje chegamos nos plantões e os leitos estão todos lotados, a central (de regulação) precisando de vagas. Isso nos desanima e assusta, porque esse aumento de internações está muito ligado ao fim do isolamento e distanciamento social. Tem plantão que parece uma guerra, em que a gente assiste óbitos, pacientes tendo paradas cardiorrespiratórias. Isso mexe conosco, porque nós somos seres humanos, temos famílias. Vários profissionais estão com problemas emocionais por estarem lidando diariamente com isso há tanto tempo. Muitos inclusive falam que se pudessem mudariam de emprego.”

‘O desgaste psicológico é muito pior’

A técnica de enfermagem Wildania Maia atua em enfermaria de Covid-19 no Hospital Regional Dr. João Penido e também trabalha no Hospital Pronto Socorro (HPS). Para a profissional, a sobrecarga de trabalho tem sido uma realidade, já que muitos profissionais precisam se afastar em decorrência ou suspeita da doença. “Há os profissionais que estão afastados por serem do grupo de risco, e quando outros precisam se afastar, a gente acabada ficando sobrecarregada, trabalhando muito cansada. Já houve caso em que o profissional estava de férias e precisou voltar ao trabalho por conta da demanda”.

“A gente lida com vidas, não podemos errar, mas, trabalhando da forma como estamos, em um cenário tão adverso, esse risco existe”, avalia Wildania Maia, técnica de enfermagem que atua na enfermaria de Covid no Hospital Regional Dr. João Penido (Foto: Fernando Priamo)

Apesar do cansaço físico, Wildania diz que “o desgaste psicológico é muito pior”. “Hoje em dia a gente não sabe quem tem coronavírus e que não tem. Paciente interna hoje na ortopedia, quando a gente vai ver no dia seguinte positivou (para a Covid-19). Então a gente vive na apreensão, estamos muito estressados. A gente lida com vidas, não podemos errar, mas trabalhando da forma que estamos, em um cenário tão adverso, esse risco existe. O nosso apelo é para que as pessoas fiquem em casa, por elas e por nós”, diz.

‘Estamos ficando saturados’

Para outro técnico de enfermagem, que atua como condutor socorrista e no transporte de pacientes e prefere não ter seu nome divulgado, a situação está insustentável. Para ele, no atual cenário epidemiológico, seria o momento de impor novas restrições no funcionamento de setores produtivos. “Nós da saúde não aguentamos mais ver o afrouxamento das medidas acontecer. A situação epidemiológica está piorando muito, não tem base nenhuma para o Município estar na onda amarela”, cita, fazendo referência ao programa Minas Consciente.

Dentro do protocolo estadual, a onda amarela, na qual Juiz de Fora encontra-se atualmente, é faixa intermediária – permite o funcionamento de setores produtivos, mas ainda com restrições. No início de dezembro, o Comitê Municipal de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19 deliberou o recuo de Juiz de Fora à onda vermelha – faixa que determina o funcionamento apenas de serviços essenciais -, mas recuou da decisão um dia depois, diante “da declaração da Secretaria de Estado da Saúde da possibilidade de rever as ondas do programa Minas Consciente e criar uma onda intermediária entre as amarela e vermelha”.

“Nós estamos na linha de frente, atendemos muitas ocorrências e não sabemos quem está ou não com coronavírus. E essa piora da situação epidemiológica está agravando um situação que já não era boa. Estamos ficando saturados. Os hospitais estão lotados, já houve dia em que tivemos que ficar com paciente 1h30 dentro da ambulância porque não conseguíamos vaga. Tem pacientes com Covid-19 que já estão sendo levado para hospitais em cidades vizinhas. O colapso já está aí”, expõe o técnico de enfermagem.

Questionada sobre o atendimento de pacientes de Juiz de Fora em outros municípios, a Secretaria de Saúde informou que acompanha diariamente a ocupação de leitos no município, através da Subsecretaria de Regulação, e faz o encaminhamento, se necessário, uma vez que o SUS atua em rede e em caráter universal. Segundo a secretaria, o Plano de Contingência de Enfrentamento à Covid-19 do Estado de Minas Gerais já prevê esse suporte entre as cidades. Dessa forma, conforme o Município, Juiz de Fora pode enviar pacientes para outras cidades e também receber, conforme necessidade.

Agravamento do cenário e consequências psicológicas preocupam categorias

Em reportagens sobre os casos de profissionais de saúde que foram contaminados publicadas anteriormente pela Tribuna, uma das principais preocupações das categorias era em relação à falta de testagem para todos o profissionais da área. Atualmente, o adoecimento dos trabalhadores também é motivo de apreensão, já que coloca em risco o profissional e outras pessoas, além de gerar sobrecarga para a equipe que fica desfalcada nos hospitais.

A diretora de Saúde do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinserpu), Deise da Silva Medeiros, afirma que muitos trabalhadores da saúde já se afastaram por conta de sintomas ou de diagnóstico de Covid-19. “O desgaste físico e mental está gigantesco”, expõe. “Nós que estamos desde o começo atuando contra a pandemia estamos trabalhando diuturnamente. A gente vai caminhar para uma situação crítica em que não saberemos mais como proceder. Nós estamos trabalhando sem nenhum tipo de retorno. Muitos dos profissionais estão adoecendo e não conseguem nem realizar o teste. Poderíamos ser mais reconhecidos pelo poder público”, diz.

“A gente vai caminhar para uma situação crítica em que não saberemos mais como proceder”, calcula Deise da Silva Medeiros, diretora de Saúde do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Foto: Arquivo Pessoal)

A falta de testagem também deixa os trabalhadores apreensivos. Em Juiz de Fora, o teste para detecção da doença ainda é disponibilizado somente para profissionais da área que apresentam sintomas. O presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos e Serviços de Saúde de Juiz de Fora, Anderson Stehlin, critica a falta de ampla testagem. “Isso nem deveria ser algo a ser reivindicado nessa altura da pandemia. Muitos dos trabalhadores circulam por mais de um hospital na cidade e podem espalhar a doença sem saber quando são assintomáticos. Seria extremamente importante que todos os profissionais fossem testados de forma frequente. O paciente com a doença passa pela recepção, pelo elevador, por diferente setores do hospital, e isso gera um risco para todos”, diz.

A situação, lamenta Anderson, tem desgastado os trabalhadores. “Vai chegar um ponto que não vai ter mais profissionais, todo mundo vai estar saturado, a gente está trabalhando há quase um ano em uma pandemia. Tem muita gente pedindo demissão porque não está aguentando mais. Nos últimos três meses, a maioria das rescisões foi por demissão. Isso demonstra que a pessoa está cansada, com medo, não acredita mais no que está fazendo.”

Testagem

De acordo com a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), o Município já ampliou a testagem para públicos além dos preconizados pelo Ministério da Saúde. Em Juiz de Fora, o exame é direcionado aos profissionais de saúde sintomáticos, entre o terceiro e o décimo dia de indícios de contaminação; aos pacientes internados em “leitos covid”, pactuados com o Município; e aos atendidos na atenção básica, em situação de vulnerabilidade. Estão nesta condição pessoas acima de 65 anos, cuidadores de idosos, diabéticos, hipertensos descompensados e obesos.

Também são contemplados servidores sintomáticos da segurança pública, do Demlurb, da Cesama, dos centros de Referência de Assistência Social (Cras) e Especializado de Assistência Social (Creas) e dos demais serviços de assistência social que prestam atendimento direto à população.

‘Escalas de trabalho estão ficando desumanas’

Diretora estadual do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde), Lenir Romani, aponta que uma das principais preocupações é a contaminação dos trabalhadores e o receio de levarem a doença para suas casas. “A situação não está sendo bem conduzida, e as pessoas não estão dando conta da gravidade e não estão se conscientizado. E isso é uma falta de respeito com os profissionais de saúde e com a sociedade. Com o aumento de casos e com muitos trabalhadores tendo que se afastar, a assistência fica precarizada. As escalas (de trabalho) estão ficando desumanas, e muitos estão com o psicológico abalado”, lamenta.

Conforme Lenir, foi orientado e ofertado pelo Estado de Minas Gerais suporte psicológico aos profissionais. No entanto, nem todos conseguem usufruir da assistência. “Há incompatibilidade de horários. Muitas vezes o profissional de enfermagem, por não ter piso e carga horária definida, precisa trabalhar em dois ou mais locais e, por isso, não consegue cuidar da própria saúde.”

Pandemia intensificou fatores de risco relacionados ao sofrimento psíquico

A coordenadora do Curso de Psicologia do Centro Universitário Estácio Juiz de Fora, Adriana Woichinevski Viscardi, conta que estudos já apontavam com preocupação a vulnerabilidade psicológica de estudantes e profissionais da saúde para distúrbios emocionais e psiquiátricos, ainda antes da pandemia. Entretanto, de acordo com a psicóloga, a pandemia aumentou os fatores de risco relacionados ao sofrimento psíquico da categoria, desde questões rotineiras e práticas, como longas jornadas de trabalho, a necessidade de lidar com a angústia de pacientes e familiares até a escassez de materiais, medicamentos e de recursos humanos.

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Questões psicológicas, como enfrentar diariamente o processo da finitude da vida, a pressão de tomar decisões rápidas que podem ser fatais, e dilemas éticos, como a sensação de impotência, o contato íntimo e frequente com a dor e o sofrimento, o luto pela perda de colegas de trabalho e o desânimo com o descaso da população às medidas de cuidado também são agravantes. Normalmente, segundo estudos citados pela psicóloga, o profissional de saúde trabalha um número de horas maior que a maioria da população, e tem menos folgas.

“Além das questões de saúde mental, as condições de trabalho também impactam o desempenho para que realizem suas atividades”, pontua Adriana Viscardi, coordenadora do Curso de Psicologia do Centro Universitário Estácio Juiz de Fora (Foto: Arquivo Pessoal)

“O que a pandemia fez foi intensificar cada um destes fatores, gerando uma sobrecarga desumana, levando à exaustão física e emocional. Somado a isto, o coronavírus trouxe o risco de adoecer e de contaminar a família, e a necessidade de isolamento social, que impossibilita fatores protetivos importantes para a saúde mental, como a convivência com familiares e amigos, a troca de afeto, a preservação de outros interesses e atividades fora da vida profissional”, relata. A psicóloga pontua que o estresse deste momento é humano, e não significa fraqueza ou incompetência profissional. Ela diz ainda que muitos profissionais de saúde não cuidam da própria saúde, fazendo, no máximo, consultas de corredor a colegas.

“É inegável que nossa história de vida nos marca, e nossas experiências trazem consequências. Estes profissionais já estavam treinados para desafios, e têm seus próprios mecanismos de defesa, mas que provavelmente não estão sendo eficazes diante do agravamento do cenário atual e da duração desta condição, que se arrasta por quase um ano. Nosso organismo se autogerencia, se adapta, mas por certo tempo. Ele precisa de flexibilidade para se recuperar, de janelas de alívio, o que não está ocorrendo”, observa.

 

Adriana também explica que os profissionais de saúde têm sofrido pressão por parte da população, inclusive via redes sociais, além de violência verbal e física, em razão da cobrança de que o profissional atenda prontamente, sem direito a estar cansado. “Outro dia li um post em que um médico solicitava apoio da população no cuidado para não se contaminar, apontando o cansaço dos profissionais de saúde, e alguém respondeu que, se ele está cansado, deveria mudar de profissão. Atitudes como estas revelam ignorância, descaso e falta de reconhecimento.”

Buscar apoio psicológico é ‘sobrevivência’, aponta psicóloga

Os diversos manuais de cuidado com os profissionais de saúde na pandemia apontam, segundo a psicóloga Adriana Viscardi, o risco dea pessoa desenvolver estado depressivo, transtorno de ansiedade, síndrome da exaustão (Burnout), que engloba a sensação de esgotamento, distanciamento emocional e perda de sentido de realização profissional e estresse pós traumático, além de agravamento de problemas previamente existentes. Nesse sentido, a profissional aponta a importância de as instituições de saúde e o poder público elaborarem políticas sérias de suporte aos profissionais, com a criação de serviços de consultoria psiquiátrica e psicológica, por exemplo.

“Além das questões de saúde mental, as condições de trabalho também impactam o desempenho para que realizem suas atividades de modo mais tranquilo e seguro, como equipamentos de proteção individual, organização dos turnos e plantões, salários, locais de descanso. Creio que uma campanha institucional de valorização destes profissionais perante a população seria bem-vinda”, sinaliza.

Também é possível que o próprio profissional desenvolva estratégias protetivas. “Ele pode tentar preservar uma vida pessoal e familiar, reservando um tempo para cuidar de si e descansar, praticar outras atividades que lhe traga prazer, como exercícios físicos, filmes, leitura. E se conscientizar que buscar apoio psicológico não é fraqueza, é sobrevivência. Existem alguns projetos de suporte on-line, em que profissionais se voluntariam para atendimento aos profissionais da linha de frente”, sugere.

Departamento de Saúde Mental aposta em trabalho em grupo

Nas unidades públicas geridas pela Prefeitura, a ideia de reforçar o atendimento em saúde mental aos profissionais de saúde começou em março, conforme a gerente do Departamento de Saúde Mental (DSME) da Secretaria Municipal de Saúde, Maryene Conceição de Paula. O projeto “Cuidar da Mente Para Cuidar da Vida” cumpre a recomendação do Conselho Nacional de Saúde, que traz orientações sobre acolhimento a trabalhadores da saúde durante a pandemia. Por meio do serviço, são oferecidos atendimentos individuais ou em grupo, de acordo com a necessidade do trabalhador.

De acordo com a gerente do departamento, o trabalho teve adesão dos profissionais. Foram realizados, em um primeiro momento, encontros com trabalhadores da saúde da rede de urgência e emergência. Até o momento, 231 trabalhadores participaram desses grupos, com 99 encontros. “Fazíamos encontro com no máximo dez profissionais para evitar aglomeração, e percebemos que o trabalho foi bastante relevante para a troca e fortalecimento entre os trabalhadores. Muitos, inclusive, apontaram a necessidade do trabalho ser mantido pós período de pandemia”, destaca.

Por meio da escuta dos profissionais e das ações realizadas, o departamento avaliou que a pandemia serviu como um pano de fundo para a emergência de temas que já apresentavam relevância anteriormente e que acabaram ganhando maior destaque no atual contexto. “Se de um lado tem o ato heroico de estar cuidando da população, por outro tem a questão subjetiva, sobre como esses profissionais estão se sentindo durante esse momento. A gente sabe das reações psicológicas e psíquicas, da falta de segurança e incertezas sobre o como lidar com a pandemia. Por isso, o cuidado de quem cuida é essencial pra qualidade do serviço que é ofertado à população.”

Atualmente, com a piora do cenário epidemiológico da Covid-19, a gerente informa que está aumentando a demanda pelo atendimento em grupo. “Isso mostra o efeito positivo do trabalho. E a menor demanda que o departamento teve em relação ao atendimento on-line individual também mostra que o trabalho de prevenção e promoção da saúde mental através dos encontros em grupos foi importante”, analisa. Para que tem interesse em agendar o atendimento individual on-line, deve acessar o site da Prefeitura, na área destinada a assuntos sobre o coronavírus.

Tópicos: coronavírus

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