PJF estima receber 15 mil doses da Coronavac na primeira fase de vacinação

Profissionais de saúde, idosos institucionalizados e pessoas a partir de 18 anos com deficiência, que moram em residências inclusivas, serão os primeiros a receber doses


Por Carolina Leonel

18/01/2021 às 17h42- Atualizada 19/01/2021 às 07h21

Um dia após a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial da Coronavac contra a Covid-19, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) detalhou o Plano de Operacionalização da Imunização em Juiz de Fora, em entrevista coletiva à imprensa. De acordo com a secretária de Saúde, Ana Pimentel, o número de doses a ser enviado para a cidade ainda não foi divulgado pelo Governo estadual. A PJF, no entanto, estima receber, neste primeiro momento, cerca de 15 mil doses do imunizante. A previsão do Município, divulgada nesta segunda-feira (18), foi feita com cálculo baseado na população de Juiz de Fora.

Detalhes foram revelados em coletiva realizada na tarde desta segunda em JF (Foto: Leonardo Costa)

Conforme a estratégia de vacinação estabelecida pelo plano de operacionalização, que segue as diretrizes do Plano Nacional de Imunização, do Governo federal, na primeira fase serão vacinados profissionais de saúde, idosos residentes em instituições de longa permanência e pessoas com deficiência com mais de 18 anos que moram em residências inclusivas. Entre os trabalhadores de saúde, neste primeiro momento, receberão a imunização, de forma escalonada, aqueles que atuarão nas equipes de vacinação; trabalhadores das Instituições de Longa Permanência de Idosos; trabalhadores dos serviços de saúde públicos e privados, tanto da urgência quanto da atenção básica, envolvidos diretamente na atenção/referência para os casos suspeitos e confirmados de Covid-19 e demais trabalhadores de saúde.

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O estado de Minas Gerais recebeu, no início da noite desta segunda, 561 mil doses da Coronavac. De acordo com o Ministério da Saúde, no total, serão distribuídas seis milhões de doses da vacina. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG), a expectativa é de que, em 24 horas, todas as 28 Superintendências Regionais de Saúde recebam o imunizante. Já conforme a Prefeitura, a imunização do público-alvo estabelecido começará imediatamente à chegada das doses em Juiz de Fora. Dessa forma, a expectativa, na noite desta segunda, era de que o município começasse a vacinar ainda nesta terça. As doses serão públicas e gratuitas, distribuídas via Sistema Único de Saúde (SUS).

Em dezembro, a prefeita Margarida Salomão (PT) já havia antecipado que o Município desenvolveria um planejamento para a vacinação no âmbito municipal. Na ocasião, informou, inclusive, que a cidade havia firmado um memorando junto ao Instituto Butantan. O documento sinalizava a intenção de aquisição de um milhão de doses do imunizante que vem sendo desenvolvido pela entidade. Entretanto, com a aquisição e distribuição das seis milhões de doses da Coronavac pelo Ministério da Saúde, a possibilidade, vista até então como um plano B pelo Município, está descartada.

Primeira etapa não deve vacinar todos os profissionais de saúde

Apesar de estar elencado como grupo prioritário na primeira etapa de vacinação pelo Plano Nacional de Imunização, as doses enviadas a Juiz de Fora, conforme estimativa da Prefeitura, não devem contemplar, neste primeiro momento, todos os profissionais de saúde que atuam na cidade. Segundo levantamento da PJF, cerca de 17 mil trabalhadores atuam diretamente na assistência a pacientes com Covid-19 na cidade. Desta forma, será necessário priorizar determinados profissionais, conforme o escalonamento definido pelo plano nacional.

“A vacina precisa ser aplicada em duas doses (para cada pessoa), dadas com intervalos entre duas e quatro semanas, cada uma. Por isso, não vamos poder aplicar todas as doses recebidas de uma vez, e aguardar novas remessas, porque não temos garantia do Governo federal de que teremos a continuidade de distribuição das vacinas. Isso significa que poderemos aplicar entre 7 mil e 7,5 mil doses nesta primeira fase. As demais serão para a aplicação da segunda dose. (…) Portanto, neste primeiro momento, será preciso priorizar, entre os profissionais de saúde, aqueles que estão mais expostos à contaminação, entre os grupos elencados para esta primeira etapa”, explicou a secretária de Saúde de Juiz de Fora, Ana Pimentel.

Em relação à população institucionalizada, de acordo com a subsecretária de Vigilância e Saúde, Cecília Kosmann, o Município vem mapeando e monitorando semanalmente, desde o início da pandemia, as instituições de longa permanência da cidade. Até o momento, 695 pessoas residem nestes locais, e 786 profissionais de saúde trabalham nestas unidades.

Capacidade de vacinação em JF pode chegar a 18 mil doses por dia

A meta estipulada pelo Plano Nacional de Imunização é vacinar 90% da população, índice, no entanto, que depende da disponibilização das doses da vacina pelo Governo federal. Desta forma, conforme a secretária de Saúde, a capacidade de operacionalização da vacinação de Juiz de Fora irá depender da chegada dos imunizantes. Apesar disso, a titular afirma que a logística para a imunização no município está bem estruturada.

“Nesse primeiro momento, as equipes da Prefeitura irão às instituições e aos serviços de saúde para vacinar o público estabelecido na primeira fase. O registro de dados será diferente, precisaremos registrar nominalmente e por documento cada pessoa que será vacinada. Essa gestão terá de ser muito coordenada pela Prefeitura. O prazo de conclusão desta primeira etapa vai depender da quantidade de doses disponibilizadas, mas, estimando que receberemos as 15 mil doses, no máximo em 15 dias a gente termina a imunização nesta etapa da primeira dose”, explica Ana Pimentel.

Em um segundo momento, a PJF pretende usar a estrutura das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para a ampliação da imunização na cidade. Conforme o plano de operacionalização municipal, a estrutura será montada em 54 unidades de saúde e no Departamento de Saúde do Idoso, além de um drive-thru, a ser montado no campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

“O município conta com UBSs, mas optamos por não fazer posto de vacinação naquelas unidades que hoje fazem testagem para Covid-19, para não gerar um fluxo de disseminação viral entre as pessoas que irão se vacinar e as que vão testar”, pontua Ana. Por outro lado, a depender da disponibilização da doses pela União, há a possibilidade de ampliação da estrutura de imunização em Juiz de Fora. Para além dos 56 postos de vacinação inicialmente previstos pelo plano municipal, a Prefeitura garante, caso seja necessário, a abertura de mais sete drive thrus pela cidade, o que representaria a capacidade de vacinação de cerca de 18 mil pessoas.

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Caso a ampliação da vacinação chegue a essa capacidade, a secretária de Saúde afirmou que será necessário contratar novos profissionais para atuarem na imunização. Além disso, a Prefeitura tem a possibilidade de contar com a rede de estagiários das faculdades conveniadas.

Armazenamento
Em relação à capacidade de refrigeração e armazenamento dos imunizantes, Ana citou que está em “processo bem avançado”. “Fizemos um diagnóstico bem consolidado, e apenas quatro unidades de saúde estavam com dificuldades de câmara de refrigeração. Mas foi feita a aquisição (do equipamento), e a previsão é que chegue no começo de fevereiro. Estamos com a capacidade bem estabelecida para dar conta da ampliação da vacinação no período que as doses começarem a chegar com maior dinamicidade”, garante.

Para garantir a segurança e apoio logístico à vacinação, a PJF firmou parceria com a Polícia Militar e também com a Guarda Municipal. Em nota, a Agência Regional de Comunicação Organizacional da 4ª Região de Polícia Militar (4ª RPM) informou que a Polícia Militar dará o apoio necessário à Prefeitura de Juiz de Fora com relação às vacinas contra a pandemia de Covid-19.

População deve manter medidas de proteção

Apesar do iminente início da imunização contra a Covid-19 na cidade, a secretária de Saúde enfatizou a importância, inclusive de a população que receberá as doses, continuar com as medidas de prevenção à doença, como o uso de máscaras e manutenção do distanciamento inicial. Para garantir a segurança das pessoas, é necessário que 90% da população esteja imunizada e que haja cobertura homogênea em cada grupo.

Tópicos: coronavírus

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