Polícia Civil investiga crimes e incêndio em ônibus na Vila Esperança II
Delegacia apura desacato e dano ao patrimônio registrados durante ação da PM, que causou revolta entre moradores
A 3ª Delegacia de Polícia Civil investiga a ocorrência registrada pela Polícia Militar (PM), no último domingo (14), na Vila Esperança II, Zona Norte de Juiz de Fora. A abordagem policial, que contou com disparo de bala de borracha, causou revolta entre os moradores e deixou feridos. Mais tarde, um ônibus foi incendiado na comunidade. Na segunda-feira, a Polícia Civil esteve na Vila Esperança e recolheu estojos e munições deflagradas.
Por meio da assessoria, o delegado Rodolfo Rolli informou que os materiais foram encaminhados à perícia. “A PCMG apura os crimes de ameaça, desacato, resistência, dano ao patrimônio público e o incêndio em um ônibus.” Segundo o delegado, os militares que atuaram na ocorrência serão ouvidos nesta semana. Outras pessoas e suspeitos deverão prestar depoimento na próxima semana. “As investigações prosseguem”, garantiu a polícia.
A ação policial foi gravada por uma câmera de segurança e mostrou quando quatro militares armados abordaram seis homens parados na calçada.
Diante de reações hostis e possíveis ameaças, um policial disparou uma bala de borracha, que atingiu o rosto de um dos suspeitos. Houve revolta entre os moradores e, no meio da confusão, um militar teria tentado evitar uma possível agressão jogando um pneu contra outro abordado, que caiu inerte no chão após ter sido atingido na cabeça. Ele foi encaminhado ao HPS e ficou internado, com quadro estável.
Fogo no ônibus
Na noite do mesmo dia, os bombeiros registraram incêndio em coletivo na Rua Custódio Lopes de Mattos. Os passageiros foram obrigados a desembarcar e, logo depois, um grupo ateou fogo. A ação teria contado com barricadas e ruas interditadas e teria sido uma resposta à ação militar. Ninguém ficou ferido.
A Viação São Francisco lamentou a suposta represália justamente contra um prestador de serviços à população. A PM acrescentou que objetos e pedras foram lançados contra a formação policial e que, como resposta, os militares lançaram munições químicas e realizaram disparos de balas de borracha. Ainda teriam sido ouvidos disparos de arma de fogo, supostamente para intimidar os militares.
A PM afirmou que todos os suspeitos abordados no domingo são conhecidos pelas equipes que realizam patrulhamento diariamente no local e teriam a intenção de “tomar o comando criminal do bairro a fim de realizarem crimes como tráfico de drogas e homicídio, que estão sendo impedidos pelas ações pontuais da Polícia Militar diuturnamente no local”. O registro policial apontou 15 envolvidos, e sete deles foram presos por resistência à abordagem policial.
Na noite de segunda, a PM divulgou um vídeo com esclarecimentos sobre o ocorrido e informou que foi instaurado um inquérito policial militar, que vai apurar a conduta dos policiais e demais circunstâncias.
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