Ato contra a reforma da Previdência para a Avenida Rio Branco

Ação fez parte do movimento convocado em todo o país para esta sexta-feira, reunindo representantes da classe trabalhadora, da educação, movimentos sociais e estudantes


Por Júlio Black

14/06/2019 às 16h30- Atualizada 14/06/2019 às 20h05

Organizado pela Frente em Defesa da Previdência Pública, integrada por unidades sindicais, juventudes e partidos políticos, o ato fez parte das ações ligadas à greve geral em todo o país (Foto: Fernando Priamo)

Diversos representantes de centrais sindicais, movimentos sociais, sindicatos, partidos políticos, profissionais da educação e estudantes participaram, na manhã desta sexta-feira (14), de ato contrário à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, apresentada pelo Governo federal, e também aos cortes orçamentários do Ministério da Educação (MEC) que atingiram instituições federais de ensino. Organizado pela Frente em Defesa da Previdência Pública, integrada por unidades sindicais, juventudes e partidos políticos, o ato fez parte das ações ligadas à greve geral em todo o país. Na área da educação, parte dos profissionais de ensino aderiu à paralisação, enquanto outros emendaram o feriado. Em algumas instituições, o funcionamento foi normal nesta sexta.

Os manifestantes se concentraram no Parque Halfeld e seguiram em passeata pela Avenida Rio Branco, no sentido Centro-Manoel Honório, até a esquina com a Rua Barão de Cataguases, na altura do Mergulhão, com encerramento por volta de 12h30.

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A concentração teve início às 9h, em frente à Câmara Municipal, e os primeiros discursos começaram às 10h15, com representantes das classes trabalhadora e estudantil; central sindicais; movimentos sociais; e também políticos. Entre os temas das falas, críticas à proposta de reforma da Previdência; cobrança pela revogação das novas leis trabalhistas e terceirização; protesto contra os cortes orçamentários anunciados pelo Ministério da Educação; críticas ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, por conta do vazamento de conversas com o procurador Deltan Dallagnol, da operação Lava-Jato, divulgados no último domingo (9) pelo site The Intercept, junto a palavras de ordem pela libertação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva; e críticas e protestos contra o presidente Jair Bolsonaro.

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Foto: Fernando Priamo

Às 10h20, logo após o início dos discursos, os manifestantes iniciaram a passeata, bloqueando todas as pistas da Avenida Rio Branco na altura da Rua Halfeld. Ônibus, carros e demais veículos ficaram parados por cerca de 40 minutos, quando os manifestantes ocuparam apenas o trecho que ia da esquina com a Rua Floriano Peixoto até a Rua Halfeld, no sentido Centro-Manoel Honório, e liberaram as demais pistas. Após uma breve parada, eles seguiram pela Rio Branco em direção ao Mergulhão, numa caminhada que durou cerca de uma hora com vários discursos no caminhão de som.

Além dos discursos, marcaram presença entre o público muitas bandeiras, fossem elas de centrais sindicais, sindicatos, partidos políticos, movimentos sociais e estudantis, além de faixas contra a reforma da Previdência e pela saída do presidente Jair Bolsonaro. Os manifestantes também levaram seus cartazes, em que defendiam a manutenção das verbas para a educação e defesa da universidade pública, contra a reforma da Previdência, a nova legislação trabalhista e a liberdade do ex-presidente Lula. Mais uma vez, cartazes contra Jair Bolsonaro – e também contra o ministro Sérgio Moro – podiam ser vistos.

Problemas no trânsito

Apesar de ocupar apenas uma pista da Avenida Rio Branco, o protesto continuou a provocar efeitos no trânsito da cidade. À medida que prosseguia, a caminhada interrompeu temporariamente o tráfego em parte de vias como a Floriano Peixoto, Afonso Pinto da Mota, Benjamin Constant e Silva Jardim, com a Polícia Militar e agentes de trânsito organizando desvios pontuais no trânsito, mas que não conseguiam evitar eventuais transtornos. Quando passava pela esquina da Rio Branco com a Afonso Pinto da Mota, por exemplo, o ato impediu que os ônibus que vinham no sentido Manoel Honório-Centro tivessem acesso à Avenida Getúlio Vargas, bloqueando a passagem dos coletivos que seguiriam na direção Alto dos Passos-Zona Sul. Um usuário de ônibus, Sérgio Almeida, reclamou que teve que esperar por mais de meia hora até que o coletivo que esperava chegasse ao ponto.

Longa fila de ônibus foi formada na Avenida Rio Branco (Foto: Fernando Priamo)

Os manifestantes chegaram à altura do Mergulhão ao meio-dia e voltaram a fechar por completo a Rio Branco. O ato se espalhou pela Rua Barão de Cataguases até o encontro com a Avenida dos Andradas, também interrompendo as duas vias e provocando efeitos, ainda, na Francisco Bernardino. A manifestação, prevista para acabar às 13h, durou apenas mais meia hora, aproximadamente, com os últimos discursos do dia. O motivo, segundo os organizadores, foi um acordo com a Polícia Militar para encerrar o ato antecipadamente, mas parte dos participantes já havia começado a se dispersar por conta própria. Logo depois, a Avenida Rio Branco foi liberada ao trânsito, e, até as 12h45, tanto a Barão de Cataguases quanto a Avenida dos Andradas já estavam liberadas.

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De acordo com o presidente do Sinserpu (Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora) – e um dos organizadores do ato -, Amarildo Romanazzi, a manifestação pode ser considerada um êxito por alcançar os objetivos elencados numa data considerada complicada. “Mediante o feriado de ontem (13), com a UFJF, escolas e outros setores emendando a data, tínhamos o receio de que o ato ficasse vazio, mas acabamos tendo êxito. O mais importante é que toda a sociedade ficou ciente de que o ato aconteceu, pois saímos do Parque Halfeld, descemos a Rio Branco até o Mergulhão e terminamos às 12h30”, avaliou, acrescentando que a paralisação desta sexta-feira teve adesão de cerca de 60% do funcionalismo público municipal à greve geral.

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