Adolescente denuncia rapaz por estupro em festa

Abuso sexual teria acontecido em uma granja no fim de semana


Por Sandra Zanella

09/09/2020 às 16h23- Atualizada 09/09/2020 às 17h28

Uma adolescente de 16 anos denunciou um rapaz, 18, por estupro, supostamente ocorrido em uma festa no último domingo (6), em uma granja alugada na região Nordeste de Juiz de Fora. A ocorrência foi registrada pela Polícia Militar na terça-feira (8), quando a mãe da vítima, 43, procurou uma Base de Segurança Comunitária. Ela contou que a filha havia ido passar o feriado da Independência com o pai e, após o retorno, percebeu que a jovem estava chorando ao falar com ele ao telefone.

Desconfiada, a mãe pediu para a filha colocar a conversa no modo viva voz e a ouviu dizer ao pai que um rapaz, que seria um dos convidados da família, tentou forçá-la a manter relações sexuais com ele. Durante o registro policial, a adolescente contou à PM que alguns participantes do evento estavam consumindo bebida alcoólica, inclusive o suspeito. Em determinado momento, ela estava no sofá da sala com a prima, no segundo andar da casa, quando ele apareceu e a chamou para pegar alguns pertences que estariam caídos pelo quarto.

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Mesmo sabendo que ela não havia deixado suas coisas espalhadas, a jovem seguiu até o cômodo reservado. Ela disse que, enquanto recolhia os objetos, acabou sendo surpreendida pelo rapaz, que a agarrou pelos braços, iniciando uma série de abusos sexuais. A vítima conseguiu empurrá-lo, mas ele teria insistido em outras ações, conforme seu depoimento.

Após os fatos, a jovem sentiu dores na região genital. Ela contou que a porta do quarto onde estavam permaneceu aberta, mas que sua prima teria acreditado que estava tudo bem. Já o pai da vítima, estava na área de piscina naquele momento e não presenciou o fato, tomando ciência apenas na terça.

A vítima acrescentou que conhece o suspeito desde a infância e que nunca teve relacionamento afetivo com ele. De acordo com ela, no momento em que era molestada, não chegou a gritar por socorro, mas tentou se desvencilhar, empurrando o rapaz com as mãos e os pés. Após o caso, ele teria ido embora da granja, mas a jovem continuou com medo de contar para o seu pai ou sua madrasta, desabafando apenas com a prima e uma amiga. Ela ainda disse ter ficado com medo de revelar o ocorrido para sua mãe, mas ela acabou ouvindo a conversa telefônica.

Ainda conforme o registro da PM, o pai relatou ter descoberto o caso após terceiros comentarem que estavam surgindo informações sobre o rapaz ter sido ameaçado por ter tentado estuprar sua filha. Diante disso, ligou para ela e soube do abuso, decidindo deslocar até a Base de Segurança Comunitária para acompanhar o registro da ocorrência e demais diligências. O pai admitiu ter estranhado o fato de o suspeito ter deixado a granja de repente, já que teria combinado de passar a noite.

Já a madrasta da vítima contou à polícia que o rapaz é seu sobrinho, mas disse não ter presenciado qualquer comportamento estranho naquele dia. A prima da jovem, que estava no local, detalhou que os dois entraram juntos no quarto pelo menos três vezes, mas não chegou a ouvir barulhos. No entanto, a vítima teria contado o ocorrido a ela momentos depois. Ela também estranhou o fato de o rapaz ter ido embora antes do previsto, alegando que teria que trabalhar no dia seguinte.

A PM ainda obteve o relato do suspeito, que é soldado do Exército. Ele informou que estava na festa, bebendo com familiares e amigos, quando percebeu que estava alcoolizado e decidiu dormir um pouco no quarto, situado no segundo andar da casa. Ele negou qualquer envolvimento com a vítima, inclusive naquele dia, tomando conhecimento dos fatos relatados apenas na terça. Diante da situação, decidiu registar um boletim de ocorrência na Polícia Civil, porque estariam divulgando uma foto dele no WhatsApp como autor de estupro.

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Após as declarações, a vítima foi conduzida até o HPS, onde foi atendida conforme o Protocolo de Atendimento ao Risco Ocupacional Biológico e Sexual (Parbos). De acordo com a PM, os exames foram positivos para ato libidinoso e negativos para conjunção carnal. Apesar do resultado, o suspeito não chegou a ser preso porque não estava mais em situação de flagrante. O caso seguiu para investigação na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher.

Tópicos: polícia

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