Indiciados vão participar de reconstituição do caso Matheus Goldoni
A reconstituição do caso Matheus Goldoni ocorrerá no final do mês, e deve ter a participação de quatro indiciados no inquérito relatado pela Polícia Civil. As informações foram confirmadas pelo delegado Rodrigo Rolli, nesta quinta-feira (5). Rolli informou que os dois seguranças da boate Privilège, um ex-segurança e o gerente operacional da casa noturna confirmaram presença na reconstituição. Os dois seguranças e o gerente operacional foram indiciados por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem chance de defesa da vítima. Eles não são obrigados a comparecer, uma vez que a Constituição Federal garante o direito de o cidadão não produzir prova contra si mesmo.
A partir desta sexta, um número ainda não definido de testemunhas também será intimado a comparecer à reconstituição. Neste caso, as testemunhas são obrigadas a participar, sob o risco de responderem pelo crime de desobediência. “O objetivo da reconstituição é transformar as provas abstratas em coisas palpáveis, além de elucidar os fatos que ainda estão obscuros. Com a reconstituição, podem surgir novos fatos”, explicou Rodrigo Rolli.
Conforme o delegado, a reconstituição deve durar um dia inteiro e será dividida em dois ciclos. O primeiro pretende encenar o que aconteceu dentro da boate até a saída de Matheus Goldoni do local. O segundo ciclo visa a reconstituir os passos do adolescente desde a saída da casa noturna até o local de mata fechada onde seu corpo foi encontrado. A Polícia Civil vai oficiar a Settra, pedindo auxílio no controle do trânsito no dia da reconstituição, uma vez que a Estrada Engenheiro Gentil Forn deverá ser interditada ao longo de todo o dia.
[Relaciondas_post] A reconstituição foi uma solicitação do Ministério Público, após a Polícia Civil relatar o inquérito ao órgão. A investigação foi concluída no dia 21 de setembro, após dez meses de trabalho. No período, 49 pessoas foram ouvidas, sendo realizadas 14 acareações. Matheus foi encontrado sem vida na manhã do dia 17 de novembro de 2014, nas águas da cachoeira do Vale do Ipê, cerca de 56 horas após ter sido visto pela última vez, do lado de fora da casa noturna Privilège, no Bairro São Pedro, Cidade Alta. Rolli decidiu pelo indiciamento dos suspeitos com base nas provas testemunhais e nos laudos periciais, mas as circunstâncias exatas em que o crime aconteceu não foram esclarecidas, porque ninguém teria visto o que ocorreu no interior da mata. O laudo de necropsia apontou que Matheus ainda estava vivo quando caiu na água e foi morto por afogamento.
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