Pelo menos seis pessoas morrem por falta de oxigênio no Pará

Faro, na fronteira com o Amazonas, vive colapso na rede de saúde; em Nova Maracanã, mais de 30 pessoas estavam hospitalizadas


Por Danielle Ferreira (repórter especial para a Agência Estado)

19/01/2021 às 16h45

Pelo menos seis pessoas morreram por asfixia no município de Faro, no Pará, segundo a prefeitura da cidade, entre terça e esta quarta-feira (19). A realidade no local é de colapso na área da saúde com a falta de oxigênio, leitos e medicamentos para os pacientes em tratamento da Covid-19. O município fica na divisa com o estado do Amazonas. A situação mais preocupante é na comunidade de Nova Maracanã, onde pelo menos 34 pacientes estão hospitalizados. A situação também atinge as cidades vizinhas de Terra Santa (PA) e Nhamundá (AM).

Na manhã desta terça-feira, o prefeito Paulo Carvalho conseguiu comprar 20 balões de oxigênio na cidade de Santarém (PA). Além de Santarém, Faro também costuma comprar suprimentos de oxigênio em Manaus, no Amazonas. “Ambas as cidades estão em crise. A demanda é maior que a quantidade, porque a produção está comprometida”, diz Carvalho, referindo-se à crise na empresa White Martins, fornecedora de oxigênio hospitalar na região oeste do Pará.

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Prevendo o aumento de casos da doença, a prefeitura local triplicou o número de leitos, passando de seis para 30. Segundo o médico da Unidade Básica de Saúde de Faro Yordanes Peres, o oxigênio recebido hoje garante apenas dois dias de tratamento dos pacientes internados. “Nós estamos vivendo uma crise, na contramão para tentar salvar vidas. Estamos trabalhando 24 horas para isso”, explicou.

Na semana passada, o Governo do Pará proibiu a circulação de embarcações vindas do estado do Amazonas em território paraense. O fechamento da fronteira, segundo o governador Helder Barbalho, foi uma medida preventiva para evitar o contágio pela Covid-19.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou que no Pará duas empresas são responsáveis pelo fornecimento de oxigênio, White Martins e Air Liquide. Somente a empresa White Martins produz atualmente 58 mil m3 por dia, quantidade suficiente para o abastecimento de todo o estado. A Sespa esclarece, ainda, que é responsabilidade das secretarias municipais de Saúde a manutenção de contratos e a aquisição do produto para abastecimento local.

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Tópicos: coronavírus

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