Mais 600 óbitos por coronavírus são registrados no Brasil

Trata-se do maior número de mortes por Covid-19 atualizado em um único dia desde o primeiro óbito pela doença no país


Por André Borges e Ludimila Honorato (Agência Estado)

05/05/2020 às 20h09- Atualizada 05/05/2020 às 20h13

O Brasil registrou mais 600 mortes decorrentes do novo coronavírus. Trata-se do maior número de mortes por Covid-19 atualizado em um único dia desde o primeiro óbito pela doença no país. Com isso, o total oficial de vítimas subiu de 7.321 para 7.921. As informações foram repassadas pelo Ministério da Saúde, na noite desta nesta terça-feira (5).

De acordo com os dados disponíveis, o número total de casos confirmados de Covid-19 subiu de 107.780 para 114.715 , um acréscimo de 6.935 casos entre segunda e terça.

PUBLICIDADE

O secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, afirmou que o número de mortes, apesar de recorde, traz dados de óbitos ocorridos em dias anteriores, mas que estavam sendo investigados para ter a confirmação ou não de que se tratava da doença.
São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Amazonas continuam a ser os cinco estados mais impactados pela Covid-19 em todo o país.

Pico

O secretário de Vigilância em Saúde disse que ainda não há informações disponíveis para afirmar quando, efetivamente, ocorrerá o pico dos casos de contaminação e mortes pela Covid-19 no país.

Questionado sobre o assunto, Oliveira disse que a curva de crescimento de casos aponta que o comportamento do vírus tem variado entre os estados mais afetados e que a única informação que pode garantir hoje é que o período mais crítico da doença será conhecido entre maio, junho e julho.

“Quando nós avaliamos o número de óbitos, é uma conclusão de duas, três semanas atrás. A situação no Amazonas, Ceará e Pernambuco segue uma tendência de padrão muito similar, de doenças respiratórias nessas regiões”, disse Oliveira. “São Paulo e Rio já apresentam padrões mais distintos. Não posso dizer quando seria o pico da pandemia”, comentou.

Até março, o Ministério da Saúde afirmava que o país se prepara para um pico da doença entre o fim de abril e o início de maio. O fato é que esse período chegou e os casos e mortes estão em franco crescimento. Estados como Maranhão e Pará, que não figuram entre os cinco mais afetados, estão com medidas de fechamento total (lockdown) em andamento. Os estados mais afetados estão ampliando suas medidas de restrição de circulação de pessoas.

“Ainda não dá para dizer quando chegaria o pico da crise. O isolamento social reduz a curva de casos. Ainda não sabemos em que data exata isso ocorrerá. O que posso dizer é que será entre maio, junho e julho, não tenho duvida”, disse.

O conteúdo continua após o anúncio

Bolsonaro

Pouco antes da divulgação dos dados, o presidente Jair Bolsonaro chegou a insinuar que o número de mortes e casos teria caído. “Lamentavelmente, veio o vírus. Todo mundo está sofrendo, o mundo está sofrendo. Nós estamos sofrendo com mortes aqui, mas nós temos que enfrentar isso aí. Eu não sei se hoje caiu o número de mortes, foi menor do que ontem, eu não sei ainda, mas se foi, vai ser o sexto dia, se não me engano, consecutivo de queda no número de mortes. É um sinal de que o pior já passou. Peço a Deus para que isso seja verdade e vamos voltar à normalidade.”

Tópicos: coronavírus

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.