Fim de ano, sinônimo de esperança. Mas não em 2016

Por Por Gabriel H. R. Barbosa, Inácio F. Araújo Jr, Ramon G. Cunha, Joyce A. Guimarães, Leandro V. Pereira e Leonardo I. A. de Souza

31/01/2017 às 07h00 - Atualizada 30/01/2017 às 16h04

O fim do ano é época de festas, recessos, férias, maior atividade turística e econômica. Por isso, é também lembrado pelas ocupações temporárias. Da mesma maneira que os contratados esperam pelo pagamento do décimo-terceiro salário, a população desempregada deposita nessa época a esperança de ser aproveitada nas diversas oportunidades trazidas pelo incremento em diversas atividades. O final de 2016, entretanto, não correspondeu às expectativas. Segundo a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), foram criadas 101.000 vagas de trabalho temporário no país, quantidade 6,48% inferior à observada em 2015.

O número mostra que o Brasil ainda está longe de deixar para trás o estouro da crise de 2014. Apesar da inflação em 2016 ter fechado praticamente na metade da observada em 2015 (6,29% contra 10,67%), o emprego tradicionalmente demora mais para se recuperar, pois depende da recuperação da confiança dos empresários, da reutilização da capacidade instalada em todos os setores produtivos e da retomada dos investimentos. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) do IBGE, a taxa de desempregados chegou a 11,9% da população no final de novembro de 2016. São 12,1 milhões de desempregados, o maior número desde que a série foi criada, equivalente à toda a população da cidade de São Paulo, a mais populosa do país. Estimativas dão conta de que apenas em 2021 o Brasil recupere o nível de emprego observado no final de 2014.

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O Estado Minas Gerais não vive situação diferente. Em Juiz de Fora, o setor de serviços, que tradicionalmente abre vagas no final do ano, apresentou em 2016 o pior desempenho dos últimos quatro anos. Entre os meses de outubro a dezembro, de acordo com dados do Ministério do Trabalho, houve saldo negativo na criação de vagas, com o fechamento de 760 e 1.078 postos de trabalho em 2015 e 2016. Em 2013 e 2014, foram 616 e 762 empregos criados, respectivamente. Os ares de mudança já sopram na condução da política econômica e em diversas questões institucionais, envolvendo também a dimensão política. A notícia é ótima, mas a Economia ainda vai demorar um pouco mais para se recuperar do descontrole observado nos últimos anos e voltar aos trilhos do desenvolvimento econômico.

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Luciane Faquini

Luciane Faquini

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