Custos na construção civil: uma análise das grandes regiões brasileiras

Por Conjuntura e Mercados

23/10/2022 às 07h00 - Atualizada 21/10/2022 às 17h43

O Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), do IBGE, é dedicado a apresentar, mensalmente, as séries econômicas relacionadas aos custos (com materiais e serviços) para projetos de edificações nos setores de habitação, infraestrutura e saneamento básico brasileiros. Dessa forma, o estudo mais recente, publicado em 11 de outubro pelo IBGE, relativo ao índice Sinapi de setembro de 2022, mostra que o custo médio do metro quadrado (m²) para construção no país aumentou cerca de 0,44% entre agosto e setembro, compondo uma taxa acumulada de 13,11% nos últimos 12 meses. Em valores monetários, o custo médio (por m²) dos materiais para construção foi de R$ 999,96 em setembro, comparado a R$ 994,67 em agosto, e o custo médio (por m²) de serviços para construção foi de R$ 669,23, frente aos R$ 667,18 do mês anterior.

No âmbito das grandes regiões brasileiras, as regiões Norte e Sul se destacaram como aquelas que apresentaram, em setembro de 2022, as maiores variações (%) mensais para os custos médios (por m²) da construção civil. A região Norte teve variação de 0,52%, alcançando uma taxa acumulada de 14,99% nos últimos 12 meses. Nessa região, os custos médios de material e mão de obra chegaram, respectivamente, a R$ 1.047,15 e R$ 606,83 em setembro; diferente dos respectivos valores de R$ 1.036,13 e R$ 609,22 calculados para agosto. Na região Sul, a variação foi ainda mais evidente, com taxa de 0,95% de aumento nos custos médios para setembro. Apesar disso, sua variação percentual acumulada (11,52%) é a menor entre todas as grandes regiões do país. Seus custos de material e mão de obra alcançaram respectivos R$ 986,13 e R$ 759,61, comparado aos R$ 979,59 e R$ 749,71 calculados, respectivamente, para o mês anterior.

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As regiões Nordeste e Centro-Oeste apresentaram, igualmente, variação mensal de 0,42% em seus custos médios da construção civil, valor próximo ao índice nacional (0,44%). Apesar da taxa semelhante, a região Centro-Oeste apresentou a maior variação acumulada de todas as grandes regiões, com um índice de 15,85%. Para o Nordeste, o acumulado foi de 12,28%, a segunda menor taxa do país. Em termos monetários, os custos médios (em m²) com materiais e serviços da construção civil no Nordeste foram, respectivamente, iguais a R$ 960,93 e R$ 589,04 em agosto e R$ 967,58 e R$ 588,94 em setembro. No Centro-Oeste, o material custava, em média, R$ 1.060,63 em setembro, contra R$ 1.048,57 em agosto, e a mão de obra foi de R$ 627,56, em agosto, para R$ 622,47, no mês seguinte. Por fim, a região Sudeste apresentou a menor variação (0,27%) mensal entre as regiões avaliadas.

Seu acumulado, em 12 meses, foi de 13,14%. Em setembro, o custo médio do material no Sudeste alcançou valor de R$ 1.005,26 e a mão de obra, R$ 731,93. Nessa região, os custos médios com materiais e serviços tinham sido de respectivos R$ 1.004,55 e R$ 727,89 no mês anterior. Percebe-se que, apesar da baixa variação mensal relativa, os custos médios do Sudeste não foram os menores do país.

Em suma, a análise do índice SINAPI indica ter havido, no Brasil, aumento nos custos médios da construção civil entre os meses de agosto e setembro, padrão seguido pelas grandes regiões do país. Enquanto Norte e Sul contaram com as maiores taxas, o Sudeste caminhou em sentido oposto, com a menor variação. Centro-Oeste e Nordeste apresentaram taxas bem próximas da nacional. As variações monetárias indicaram que em todas as regiões brasileiras houve aumento, entre agosto e setembro, do custo médio de materiais para a construção. Para os serviços, por outro lado, é possível notar que, enquanto o custo médio com mão de obra reduziu (entre agosto e setembro) no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, nas regiões Sudeste e Sul houve aumentos nos custos médios do insumo trabalho.

Por Ítalo de Paula Bellozi, Maria Souza Lima Arantes, Lucas Leão e Weslem Faria

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