O setor de serviços brasileiro no contexto pós-pandemia

Por Lucas Leão, Italo Bellozi, Kariny Costa e Weslem Faria

20/11/2022 às 07h00 - Atualizada 18/11/2022 às 16h45

O setor de serviços possui grande representatividade na economia nacional. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o terceiro setor contribui com participação superior a 60% do PIB do país desde 1997. Além de refletir relevante papel para a atividade econômica, uma vez que abarca áreas como infraestrutura, transporte e comunicações, o setor é, também, o principal responsável pela formação de novos postos de trabalho no contexto brasileiro.

No período de pandemia de Covid-19, iniciado em 2020, o setor de serviços foi diretamente impactado pelas restrições impostas pelos órgãos de saúde, sobretudo no período inicial. Entretanto, dados do IBGE mostram recuperação gradual dos serviços desde então. Após recuo de 7,8% em 2020, o setor cresceu 10,9% em 2021, maior taxa para um fechamento desde 2012. Em 2022, o setor vem mostrando crescimento mensal positivo, segundo informações da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), realizada pelo IBGE.

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A hipótese levantada é de que, para além do retorno das atividades presenciais, a implementação de inovações no setor, no contexto pandêmico, como a implementação das modalidades remota e híbrida, têm contribuído para a recuperação rápida e consistente do terceiro setor no Brasil.

Informações da PMS para o índice de volume de serviços em 2022 mostram que o setor teve, em setembro, um ganho acumulado de 4,9%. Neste mês, a variação foi de 0,9%. A taxa acumulada no ano (em relação ao mesmo período do ano anterior) foi de 8,6% em setembro, também positiva, mostrando que o crescimento acumulado para 2022 vem sendo maior do que o do ano anterior.

Além disso, as variações para receita nominal dos serviços também apresentam valores positivos para os acumulados em todos os meses de 2022 (até setembro), relativamente a 2021. Assim, as variações de 2022 em relação a 2021 para os acumulados do volume de serviços e da receita nominal até setembro dão indícios de crescimento anual consistente para o setor após o choque inicial da pandemia, ocorrido em 2020.

Maior receita para o setor pode ser reflexo de maior produtividade, obtida a partir das inovações implementadas no período emergencial da pandemia e que vêm sendo aprimoradas e maturadas desde então. Por outro lado, o maior volume para 2022 pode ser reflexo natural do aumento decorrente da recuperação das economias mundiais após a pandemia de Covid-19 e do relaxamento das restrições impostas no período.

Portanto, num panorama geral, é possível perceber que o setor de serviços brasileiro, principal responsável pela formação de novos postos de trabalho do país, vem mostrando uma tendência gradativa e ascendente de recuperação após o choque inicial ocorrido no setor do ano de 2022, em decorrência das medidas restritivas impostas no contexto da pandemia de Covid-19.

Em partes, a recuperação pode ser explicada pelo afrouxamento das restrições; por outro lado, o aumento da receita nominal do setor pode ser reflexo de maior produtividade, decorrente das inovações implementadas no contexto emergencial, como as modalidades remotas e híbridas para alguns serviços pertencentes ao setor.

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