Imóveis: a aposta em 2018
Por Cristhian Silva, Juliana Laurindo, Kamilla Menezes e Vinícius Viegas
E aí? Virou um novo milionário em 2018? Se sim, ótimo! Mas caso você não tenha sido um dos 15 ganhadores do mega prêmio da virada, não fique triste, trazemos aqui em nossa primeira coluna do ano mais uma explicação sobre formas de investir (bem) o seu dinheiro. Dessa vez, vamos falar um pouco mais sobre Fundos Imobiliários. Afinal, para investir bem, você não precisa ser um milionário.
A vantagem dos fundos, em detrimento do investimento individual, é a possibilidade de adquirir imóveis de grande porte e qualidade, além da possibilidade de possuir lastro em vários imóveis, o que aumenta o nível de segurança. Os Fundos de investimentos Imobiliários (FII) nada mais são que grupos de investidores que se juntam para poder adquirir negócios de base mobiliária, em construção ou já concluídos. Mas será que vale a máxima de “quem investe em imóveis não perde dinheiro”? Quando olhamos a fundo essa modalidade de investimento, o histórico diz o contrário.
Os FIIs se popularizaram no Brasil em 2012, quando o país vivia um momento de boa fase econômica e o mercado imobiliário apresentava crescimento. Nos últimos anos, por conta da instabilidade política e desconfiança do mercado, os fundos perderam força, mas já vêm retomando espaço em um cenário de mínima histórica da taxa de juros e potencial recuperação da economia. De acordo com o relatório deste mês do Bradesco BBI, a relação entre risco e retorno do Índice de Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) foi melhor que a do Ibovespa tanto nos últimos 12 meses quanto nos últimos 24 meses.
Apesar de ser indicado principalmente para os investidores de longo prazo, é possível encontrar um fundo imobiliário que se encaixe em cada tipo de perfil, já que no mercado existem diversos tipos: aqueles focados em imóveis residenciais em construção, cuja rentabilidade deriva da venda após a conclusão da obra; salas comerciais de alto padrão, cuja rentabilidade deriva dos alugueis cobrados; os com foco na construção e venda de edifícios inteiros. Dessa forma, é de extrema importância verificar se os objetivos do fundo estão alinhados com o seu, visto que não adianta querer, por exemplo, uma rentabilidade maior no longo prazo e escolher um fundo que distribui alugueis mensais (foco em renda e não em rentabilidade).
Outras duas grandes vantagens dos Fundos Imobiliários e que acaba atraindo muitos investidores são que, primeiro, os FII em sua grande maioria remuneram os cotistas mensalmente, a título de proventos, sendo esse rendimento isento de imposto de renda; segundo, esqueça a burocracia e altas taxas cobradas ao se adquirir um imóvel; com apenas um clique dentro da plataforma da sua corretora, você já passa a ser dono (cotista) de não só um empreendimento imobiliário, mas de vários espalhados pelo Brasil inteiro. Historicamente a rentabilidade desse tipo de investimento tem variado entre 0,7% e 1% ao mês. Nada mal.
Portanto, independente do perfil de investidor, os Fundos Imobiliários são sim boas alternativas de investimento, seja para diversificar o portfólio, seja visando uma modalidade de investimento mais conservadora. Entretanto, como dito anteriormente, não é porque se está investindo em imóveis que a certeza de rentabilidade é garantida. Com alguns Fundos Imobiliários apresentando perdas nos últimos anos, seja por má administração, seja por empreendimentos que não deram certos, vale também para os investimentos em FII o que vale para as demais modalidades de investimentos: procure sempre conhecer bem o que se está comprando – gestores dos fundos, localização dos imóveis, locatários – para reduzir a chance de surpresas desagradáveis no futuro. E, como sempre, procure ajuda especializada em caso de dúvidas: corretoras ou agentes de investimento de sua confiança. A máxima “quem poupa, tem” vale sempre.
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