O novo programa de investimento em logística: será que vai?

Por Conjuntura e Mercados Consultoria Jr.

04/08/2015 às 07h00 - Atualizada 03/08/2015 às 16h57

No estudo “Competitividade Brasil 2014”, a CNI afirma que o Brasil está em último lugar em infraestrutura quando comparado a 14 países que disputam espaço no mercado mundial, ficando atrás de concorrentes importantes como Rússia, Índia e México. Tal carência afeta, principalmente, o escoamento de matérias primas e produtos agrícolas, a base econômica do país.

Para suprir a deficiência, o Governo retoma, este ano, o Programa de Investimento em Logística 2 (PIL 2). Ao contrário do observado no primeiro programa, de 2012, agora está prevista menor intervenção estatal, com redução da burocracia para as concessões privadas. A estimativa é que sejam investidos R$ 198,4 bilhões no PIL 2, R$ 69,8 bilhões dos quais até 2018.

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O foco do novo programa está nas ferrovias, com investimentos de R$ 86,4 bilhões, algo em torno de 40% do total do programa. A iniciativa privada já acenou favoravelmente para este modal, com a China demonstrando interesse no projeto da ferrovia transcontinental.Também há destaque para o modal rodoviário, com concessões previstas de 11 novos trechos de rodovias com leilões já anunciados para este ano.Para os aeroportos, distinguem-se investimentos para unidades regionais, destinados em sua maioria ao Estado de São Paulo, e para os internacionais, em capitais como Porto Alegre, Florianópolis, Salvador e Fortaleza.

No segmento aquaviário, os investimentos destinam-se aos portos de Santos, Paranaguá e Rio de Janeiro. Não apenas relevantes para as exportações, os portos possuem relativa importância para o segmento da cabotagem, transporte interno de mercadorias por meio da costa marítima do país, um segmento barato em comparação com as rodovias.

A região Norte do país é forte candidata a alcançar os benefícios da expansão portuária brasileira, seja para cabotagem ou para o comércio internacional, devido a fatores como extensa costa marítima; hidrografia navegável e proximidade com os canais interoceânicos do Panamá e, futuramente, da Nicarágua.Uma nova fronteira agrícola se expande nessa região, conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Oeste da Bahia). Segundo o IBGE, existem, neste território, 325 mil estabelecimentos agrícolas ocupando uma área de 34 milhões de hectares carente de estradas e portos capazes de interligar os trechos da Ferrovia Norte Sul já existentes no local. É esperar para ver se o novo PIL será capaz de fazer sua parte.

Por Guilherme Cardoso e Maria Eduarda de Paula – email para cmcjr.ufjf@gmail.com

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Luciane Faquini

Luciane Faquini

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